A VERDADE QUE LIBERTA

Por: Rev. Paulo Sergio da Silva
3ª IPB de Barretos / SP
Culto Vespertino 09.10.11 - parte 1

Culto Vespertino 16.10.11 - parte 2 
Culto Vespertino 23.10.11 - parte 3 

TEXTO BÁSICO
“E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.” João 8:32.

INTRODUÇÃO
Como alguém pode obter a salvação? Será que o conhecimento intelectual pode salvar alguém? No contexto de João havia um momento filosófico que conhecemos por GNOSTICISMO. Esse era um “movimento sincretista religioso-filosófico da Antiguidade que pretendia salvar o homem por meio de um conhecimento especial. O gnosticismo penetrou o cristianismo, absorvendo várias de suas doutrinas, rejeitando outras. Constituiu diversas seitas heréticas, que representaram séria ameaça à ortodoxia nos séculos II e III.” (Michaelis).

Creio que o gnosticismo se transformou, mas está mais que nunca presente no nosso século. A busca da verdade e da vida eterna continuam em alta, o ser humano continua carente da verdade, e o “post mortem” (o que vem após a morte) continua aterrando aqueles que não conhecem a VERDADE! É sobre a VERDADE que iremos refletir nessa noite. A Verdade que liberta!

EXPLICAÇÃO
"Data. Embora o Evangelho de João costumasse ser datado da metade do segundo século por críticos extremados, a descoberta do fragmento do papiro Rylands (contendo alguns versículos de João 18, datado por volta de 135 A.D.) forçou uma data mais recuada. Várias décadas teriam sido necessárias entre a redação do original e sua cópia e circulação num ponto tão distante como o interior do Egito, onde o papiro foi encontrado. O Evangelho aparentemente já circulava entre 89 e 90 A.D., embora possa ter sido escrito antes disso, em Éfeso, numa data anterior ao ano 70, com base em Jo 5:2ss, que pode indicar que Jerusalém ainda não fora destruída. As descobertas de Qumran têm confirmado a genuinidade do contexto e do padrão de pensamento judaicos vistos no livro." (ABA).

ARGUMENTAÇÃO

Jesus conhecia muito bem os seus ouvintes, não só como o Deus Filho, mas também como Homem culto que Ele era, e que vivia em um contexto onde esse era um dos temas mais debatidos entre as pessoas. Certamente Ele estava dando uma resposta às mais profundas indagações de Seus ouvintes, e Sua Palavra ressoa eternamente. O que entendemos, com base nessas Palavras?

1 – A VERDADE EXISTE
Você sabe o que é a verdade?

Essa questão é tanto abrangente quanto antiga. Desde a antiguidade o homem tenta desvendar esse “mistério”. Precisamos entender a que Jesus o Senhor Jesus se referia quando disse essa famosa frase, que se tornou o moto da fé Cristã. Se fosse possível colocar um versículo nessa parede (templo da 3ª IPB de Barretos) esse seria o versículo que eu desejaria ver aqui.

Jesus não se referia à verdade do ponto de vista do humanismo, onde tudo é relativo. Ele também não se referia à verdade do ponto de vista social, pois esta só entristece o coração de quem se preocupa com o próximo e é corrupta por causa dos princípios distorcidos que regem essa própria sociedade. Jesus muito menos se referia à verdade do ponto de vista das religiões, onde cada um tem a sua “verdade”. Os gnósticos daquela época também tinham a sua própria verdade, os seus pontos de vista quanto às teorias acerca da origem do universo, a alma, sua relação com o corpo, a morte, o pós morte, etc. Mas então, a que Jesus se referia? Afinal de contas o que é a VERDADE?

1.1 – A revelação divina aos seus servos. Essa é a única verdade real, que liberta da escravidão do pecado e traz paz, que transforma e preenche o vazio do coração humano. A salvação não é obtida por meio do conhecimento intelectual, como imaginavam os gnósticos. A salvação somente pode ser conhecida e vivenciada a partir do momento em que Deus se revela ao homem através de Sua Palavra que é a Verdade. Como nos diz Efésios 2:8, o conhecidíssimo texto:

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”

1.2 – A Verdade é pessoal. Em João 14:6 encontramos um dos “ego-eimi” (= EU SOU) de Cristo: “(...) Eu Sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim.”

Diferentemente daquilo que o mundo entende por verdade como simples conceito ou ponto de vista diante de determinada coisa, a Verdade é uma Pessoa, e Seu nome é JESUS CRISTO. Jesus é o Verbo de Deus, o “Logos” (= Palavra) encarnado, por isso que esse é um dos nomes de Jesus, Ele é a Verdade! Significa que tudo que Ele disse e fez é plenamente confiável, verídico. Por isso que os que não crêem nEle serão condenados, porque desprezaram a Verdade para darem crédito à mentira.

1.3 – A Verdade é relacional. Jesus Cristo é a Verdade, mas eu só posso conhecer essa verdade, isto é, saber de fato Quem Ele é, através de um relacionamento pessoal com Ele. Caem por terra as teorias e os costumes da religiosidade. Na mensagem “Escravos do Pecado” expomos o tipo de religiosidade vazia que os fariseus praticavam, sem contudo reconhecerem o Senhorio de Cristo em suas vidas. O nosso relacionamento com Cristo tem como base o compromisso de vida que o conhecimento da verdade que Ele revela requer de nós.

“Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.” João 18:37b.

2 – A VERDADE PRECISA SER CONHECIDA
“Conhecereis a Verdade” – você conhece a verdade?

Uma coisa é pensar que se conhece algo, e outra coisa bem diferente é conhecer de fato. O conhecimento real da Verdade divina passa por alguns estágios fundamentais, biblicamente falando. Necessitamos mais que nunca firmar nossas convicções na Palavra de Deus, pois a Igreja passa por uma crise das mais terríveis de sua história, que é justamente o desconhecimento da Verdade.

2.1 – Pregação / anúncio. A ordem de Cristo em Mc 16:15 é o que move a Igreja em direção ao mundo. Um mundo que pensa que conhece a Verdade – Jesus, mas não O conhece de acordo com as Sagradas Letras. Mas todos que são alcançados pela Verdade, somente foram alcançados porque alguém anunciou para nós.

“Como, porém, invocarão aquEle em Quem não creram? E como crerão naquEle de Quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” Romanos 10:14.

2.2 – Fé / crer. Ao ouvirmos a mensagem fomos tocados por Deus de tal maneira, sobrenaturalmente, que passamos a crer nessa mensagem, a Verdade! Como já lemos hoje em Ef 2:8, “a fé é um dom de Deus”; dom = presente. E esse dom / presente, nos é dado gratuitamente pela graça de Deus. Graça = favor imerecido.

“E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela Palavra de Cristo.” Romanos 10:17.

2.3 – Arrependimento / conversão. Este é o terceiro estágio no processo do conhecimento da Verdade. Fruto da fé, o arrependimento é o sinal visível de que algo aconteceu no coração daquele que foi alcançado pela Verdade. O arrependimento dos nossos pecados nos leva diretamente para os braços amoroso de Cristo que nos perdoa e nos transforma. Arrependimento = metanóia = transformação.

“Metanóia é uma palavra de origem grega (μετάνοια , metanoia) e significa arrependimento, conversão (tanto espiritual, bem como intelectual), mudança de direção e mudança de mente; mudança de atitudes, temperamentos; caráter trabalhado e evoluído.” (Wikipédia).

Ainda como sinal da legítima conversão, o novo nascido na fé deseja ser batizado e confessar a sua fé publicamente, ser membro da Igreja local e participar da comunhão do Corpo de Cristo. Ele se esforçará por isso, como a criança recém-nascida deseja o leite materno ele desejará alimentar-se da verdade.

“Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” João 3:3.
“Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” Marcos 16:16.

2.4 – Santificação / crescimento. Esse é um nível de conhecimento pelo qual passamos a maior parte da nossa vida espiritual. É aqui que muitos se destacam com um crescimento maravilhoso e desenvoltura na obra de Deus. Mas é também nesse estágio que muitos fracassam. A grande crise pela qual a Igreja no mundo todo passa atualmente, se dá justamente pela falta do crescimento no conhecimento de Deus. A santificação é essencial na vida do crente, sem ela ninguém verá o Senhor, seja aqui na Terra como no Céu (Hb 12:14). Sem santificação não há fruto, a vida se torna um deserto espiritual, os relacionamentos se desgastam, o mundo se torna atraente, o diabo engana, o crente se enfraquece, tropeça e cai. A santificação nos levará, por exemplo, a buscar separar um tempo especial para o Senhor em nosso dia a dia. A santificação nos impulsionará à prática dos mandamentos. A santificação nos atrairá às Escrituras, onde reside a fonte de toda a Verdade.

“Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.” Mateus 22:29.
“Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.” Hebreus 5:12-14.

2.5 – Glorificação / a vida eterna. Após uma vida pautada pela busca do crescimento espiritual através do conhecimento da Verdade, após o cumprimento da missão para a qual fomos chamados, testemunhando e vivenciando o Evangelho, chega então o momento de uma super-promoção, o momento em que os servos de Deus adentrarão as moradas eternas e receberão de Deus o conhecimento máximo da Verdade. Naquele dia, isentos do pecado e de seus malefícios, revestidos pela glória do Pai, contemplaremos o Senhor e O conheceremos nitidamente.

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” Mateus 5:8.
“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” 2 Coríntios 3:18.
“Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele É.” 1 João 3:2.
“Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é Perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.” 1 Coríntios 13:9-10.

3 – A VERDADE LIBERTA
“A Verdade vos libertará” – vc é livre?


Essa é afirmação final no texto de João 8:32: “A Verdade vos libertará”. Jesus fez tal afirmação no tempo futuro porque os Seus seguidores ainda não tinham o conhecimento completo da Verdade. Ele ainda não havia morrido na Cruz. Após a Sua morte e ressurreição é que a Verdade se estabeleceu de um modo completo nos corações daqueles que nEle creram. E assim é até hoje: somente com a compreensão e a fé na morte e na ressurreição de Cristo, e o significado dessa obra maravilhosa que Deus realizou por nós, é que podemos possuir (ou ser possuídos) pela Verdade e experimentarmos a libertação de Deus. Muitos estão propagando um certo tipo de “libertação” sem o conhecimento da verdade, e isso é heresia pura, é enganação. Sem esse conhecimento vivo e real da Verdade da obra de Cristo na Cruz do Calvário, e Sua ressurreição, “eu venho como estou, e continuo como estou” (parafraseando o belo hino). Mas ao experimentarmos a libertação que a Verdade nos traz, a nossa vida muda completamente.

3.1 - A LIBERTAÇÃO EM TRÊS TEMPOS
Assim podemos entender melhor essa obra maravilhosa de Deus.

3.1.1 – Fomos livres na Cruz. Jesus fez um sacrifício perfeito naquela Cruz. Ali, o Deus Filho encarnado, perfeitamente Homem e perfeitamente Deus, determinou a nossa libertação. Foi lá que Ele quebrou o jugo que nos pendia e garantiu a nossa libertação.

Catecismo de Heidelberg - pergunta nº 16:
“Por que o Mediador deve ser verdadeiro Homem e Homem justo?
R. Deve ser verdadeiro Homem, porque a justiça de Deus exige que o Homem pague o pecado do homem. Deve ser Homem justo, porque alguém que tem seus próprios pecados, não pode pagar por outros.”


3.1.2 – Estamos sendo livres. A salvação traz consigo a obra da santificação. A libertação nos leva a uma vida de santidade. Quem não se santifica está provando que ainda não é livre, ou seja, o pecado continua a dominar a vida deles. Mas os que foram alcançados pela graça salvadora e perdoadora de Deus, são gradativamente libertos de seus pecados e dificuldades, na medida em que se aproximam do Senhor e são purificados por Ele. Por isso essa obra é para a vida inteira. Ninguém, por mais experiente que seja, não necessita mais de ser liberto. Pelo contrário, conforme conhecemos a Deus, mais nos conhecemos e vemos como Ele nos ama, e como necessitamos ser transformados por Ele.

3.1.3 – Seremos livres. Ao entrarmos na glória celestial já não teremos mais que lidar com o problema do pecado, não estaremos mais em um mundo corrompido e dominado pelo diabo, e também não teremos mais em nós a natureza pecaminosa. Lá experimentaremos a libertação 100% que Deus preparou para nós. Lá seremos santos como os santos anjos de Deus, teremos a mente de Cristo, veremos o Senhor e estaremos para sempre com Ele. Esse é o maior projeto de vida que alguém pode ter. Essa é a maior dádiva que alguém pode receber. Mais que ouro, prata ou pedras preciosas, a certeza da vida eterna enche o nosso coração de alegria, porque somente os salvos viverão essa LIBERDADE.


3.2 – DO QUE FOMOS LIVRES? 
Mas ao falarmos da liberdade, precisamos compreender do que o Senhor nos libertou. Afinal, a verdade nos liberta do quê? O termo “libertar” significa que anteriormente algo nos prendia, detinha e ditava as normas da nossa vida. Então Cristo veio e nos libertou de todo jugo e escravidão. Existem pelo menos três inimigos que se destacam, estes são os nossos maiores inimigos, e a Verdade nos liberta de todos eles. Vejamos quais são.

3.2.1 – Fomos livres do pecado
“Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da Lei, e sim da Graça. (...) Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça. Naquele tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais; porque o fim delas é morte. Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna.” Romanos 6:14,20-22.

Jesus nos libertou do jugo do pecado que pesava sobre nós, e nos transformou em servos de Deus. Diferente de outrora, já não somos mais escravos da corrupção (2 Pe 2:19), mas livres em Cristo. Somos livres para dizer não ao pecado.

Consequências. O pecado tem conseqüências avassaladoras e eternas na vida dos que vivem sob seu poder. O fato de havermos nascido de novo em Cristo (conversão) não nos livra de muitas dessas conseqüências. Exemplos: (1) o jovem drogado, após sua conversão, precisará esforçar-se muito para se libertar totalmente dos efeitos das drogas. A Palavra da Verdade o libertará, mas ele sofrerá por um tempo as conseqüências de seus atos. (2) Aqueles que tiveram uma vida sexual ativa antes de conhecerem a Cristo, após a conversão estão libertos de seus pecados, porém terão que lidar com sentimentos, emoções e memórias que certamente afetarão a sua caminhada. E se porventura houver uma gravidez não planejada, terão dezenas de outros cuidados e necessidades. (3) O preso que se converte na prisão é liberto de seus pecados, mas ainda tem que passar o tempo necessário atrás das grades, como conseqüência de seus atos.

Mas, em se tratando das conseqüências do pecado, sabemos que, com toda certeza, o Senhor nos livrou das piores conseqüências que o pecado traz: a morte eterna (Jo 5:24); o juízo e o castigo eterno (Mt 25:41; Ap 21:8; 22:14-15).

“Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.”
1 Coríntios 15:55-58.

O mundo. O pecado reina no mundo, logo que Cristo nos libertou do pecado, Ele também nos libertou das coisas que há no mundo, através das quais o pecado domina e destrói a vida dos que lhe são sujeitos. Por essa razão é que os que amam o mundo não tem o amor do Pai. Esse mundo de pecado nada tem a ver com Ele.
“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.” 1 João 2:15.
“Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim.” João 14:30.

3.2.2 – Fomos livres do diabo
“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do Seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.” Colossenses 1:13-14.

Nosso arqui-inimigo foi destruído na Cruz do Calvário, agora ele não mais domínio sobre as nossas vidas, exceto se nós assim lhe permitirmos. Mas se nós lhe resistirmos nos sujeitando a Deus somente, ele fugirá de nós.
“Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” Tiago 4:7.

O diabo existe e não devemos ignorar o seu poder e suas astúcias; é insensatez pensar que o diabo não pode nos causar nenhum mal, ele é extremamente sagaz. Mas maior é Cristo que está em nós, do que o diabo que está no mundo (1 Jo 4:4).
“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.” 1 Pedro 5:8-9.

O única estratégia que o inimigo tem é a tentação, isto é, a sugestão na mente e no coração. Ele sempre nos sobrevirá através desse meio. O que temos que fazer é dizer não para o diabo, não podemos nos sujeitar às suas sutilezas.
“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.” 1 Coríntios 10:13.

3.2.3 – Fomos livres de nós mesmos
“Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim.” Gálatas 2:19-20.

Existe um inimigo mais poderoso e presente do que o mundo e o diabo: nós mesmos, nossa natureza humana, nossa carne. Por isso que Paulo falou sobre estarmos crucificados com Cristo. Se entendermos o que isso significa poderemos vencer esse grande inimigo. E esse é desejo de Deus, que a Sua Verdade nos liberte totalmente.

Vencer o pecado que habita no mundo e vencer o diabo não é tarefa fácil, mas vencer a si mesmo é a parte mais difícil. Porém, a Verdade nos liberta de tudo, essa é a promessa de Deus.

Trata-se de um estilo de vida que Deus nos oferece, que é uma vida onde não somos mais nós quem nos comandamos tudo, mas Cristo. Isso requer de nós submissão total. Pode não ser fácil, mas é plenamente possível viver assim; se assim não fosse o Senhor não o requereria de nós.

Certamente não somos perfeitos e falharemos em alguns momentos. Precisamos nos preparar para que nossos pecados:
- não sejam tão freqüentes, fazendo parte do nosso cotidiano;
- não sejam tão graves ao ponto de escandalizar o nome do Senhor e nos destruir, envergonhar, enfraquecer;
- não sejam encarados como bichinhos de estimação, ou diversão.

Ilustração da serpente congelada. Conta-se que um homem encontrou uma cobra congelada numa madrugada onde tinha caído uma geada. Com pena do pobre bichinho aquele homem a levou para dentro de sua casa e a colocou ao lado da lareira para que o animalzinho se aquentasse. Em seguida foi ele preparar o seu café da manhã. De repente, quando percebeu já era tarde: aquela víbora havia descongelado e agora o atacava tentando dar-lhe o bote. Moral da estória: existem áreas da nossa vida que são como “serpentes”, todo cuidado é pouco. E se estas “serpentes” estiverem congeladas, paralisadas pelo poder de Cristo, é melhor deixá-las assim. 


O nosso coração é extremamente corrupto.
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” Jr 17:9.
“Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” Marcos 7:21-23.

Quando isso ocorre significa que tal pessoa está retornando ao velho homem, à velha natureza do pecado, a natureza carnal, e que já não está mais vivendo por Cristo e para Cristo, que não está mais crucificado com Ele, mas que o velho homem (a velha natureza, carne) assumiu novamente o comando.

Quando isso acontece só há uma saída: pedir perdão a Deus e lhe entregue novamente o comando da sua existência, arrependendo-se dos seus pecados, e buscando novamente o caminha da graça.

CONCLUSÃO
O nosso Deus é um Deus de graça e amor. Ele nos deixou a Sua Verdade para nos guiar nesse caminho maravilhoso de liberdade e vitórias. Precisamos nos preparar, os nossos inimigos são muitos e estão armados até os dentes! Mas aqueles que estão em Cristo são mais que vencedores por meio daquEle que nos amou e a Si mesmo se entregou por nós.

“Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquEle que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Romanos 8:37-39.

SOLI DEO GLORIA!!!
 

Material de apoio:
ABA - A Bíblia Anotada
BEG - Bíblia de Estudo de Genebra
BVN - Bíblia Vida Nova.

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