INVEJA: A MONSTRUOSIDADE DO ÍNTIMO
Alguém disse que "o ódio é assinado, mas a inveja é anônima". Essa clandestinidade, esse caráter oculto, acaba por criar uma armadilha mortal, pois não conseguimos perceber que nossos atos e palavras, às vezes, são motivados pela mesma inveja que facilmente diagnosticamos na conduta do outro. Como disse William Hazlitt, "nós facilmente convertemos nossos vícios em virtudes, e as virtudes dos outros em vícios".
A inveja sempre foi um assunto estranho. Sempre gerou reações. É difícil falar ou ler sobre ela sem ser atingido pelo assunto. A inveja tem a capacidade de esconder-se, agir sem despertar aplausos. Zuenir Ventura escreveu: "O ódio espuma. A preguiça se derrama. A gula engorda. A avareza acumula. A luxúria se oferece. O orgulho brilha. Só a inveja se esconde". O professor Gabriel Perissé acertou em cheio quando escreveu o que pensa um invejoso: "Que ninguém veja a minha inveja... Nem eu".
O invejoso vive ruminando angústias, mastigando amarguras. Nunca confessa sua inveja, pois é humilhante demais reconhecer que inveja o outro. É uma verdadeira tortura. O cúmulo da inveja é quando o invejoso passa a invejar os que conseguiram livra-se da inveja! É um ciclo do mal. Uma praga que habita a intimidade. Uma espécie de diabolização que faz com que tudo que o outro possuir despertará a dor da alma. Uma frase antiga diz: "Não grite alto a tua vitória, pois a inveja tem o sono leve!"
Ivonne Bordelois definiu que do ponto de vista etimológico, a inveja é cegueira em diversos sentidos. Um primeiro sentido possível de "in" + "videre" (ver): a partícula "in" tem aqui a ideia de oposição, ou seja, ver invejosamente é ver "contra". Ver torcendo contra. É alegrar-se discretamente quando a pessoa invejada perde os bens que possuía. Em alemão, a alegria de ver o fracasso alheio tem um nome: "schadenfreud" - numa tradução livre, "o amigo-da-onça".
A cada vez que o invejado faz sucesso, o invejoso morre um pouco, mas também renasce quando a desgraça se abate sobre o outro. Esse é outro sentido para a palavra inveja. Atribuindo à partícula "in" à ideia de penetração. O olhar invejoso parece perfurar o invejado, quer matá-lo, perfurá-lo, ferí-lo com esse olhar-faca, olhar do rancor, olhar doente. Esse é o chamado "olho gordo", o olho descomunal, inchado por sua doença secreta (ou nem tão secreta em muito casos).
Um terceiro sentido, é quando atribuímos à partícula "in" a negação: a inveja nesse caso, é "in-visão", o "não-ver", a cegueira! Perissé escreveu que "quanto maior a inveja, menor o coração". É a cegueira da alma. Giovanni Papini, escritor italiano, disse que "a inveja é a sombra obrigatória do gênio e da glória". Não é fácil desempenhar uma missão quando estamos sob a mira fria dos invejosos.
A monstruosidade do íntimo ainda atinge muita gente. Portanto, costumo brincar dizendo que se você estiver olhando para o sucesso de alguém usando óculos escuros, cuidado, a inveja pode ter cravado suas garras em você, pois como definiu Plutarco: "a inveja é como os olhos que se irritam diante de tudo que tem brilho".
Colaboração Rev. David Cestavo - IPB Central de Lavras / MG.
A inveja sempre foi um assunto estranho. Sempre gerou reações. É difícil falar ou ler sobre ela sem ser atingido pelo assunto. A inveja tem a capacidade de esconder-se, agir sem despertar aplausos. Zuenir Ventura escreveu: "O ódio espuma. A preguiça se derrama. A gula engorda. A avareza acumula. A luxúria se oferece. O orgulho brilha. Só a inveja se esconde". O professor Gabriel Perissé acertou em cheio quando escreveu o que pensa um invejoso: "Que ninguém veja a minha inveja... Nem eu".
O invejoso vive ruminando angústias, mastigando amarguras. Nunca confessa sua inveja, pois é humilhante demais reconhecer que inveja o outro. É uma verdadeira tortura. O cúmulo da inveja é quando o invejoso passa a invejar os que conseguiram livra-se da inveja! É um ciclo do mal. Uma praga que habita a intimidade. Uma espécie de diabolização que faz com que tudo que o outro possuir despertará a dor da alma. Uma frase antiga diz: "Não grite alto a tua vitória, pois a inveja tem o sono leve!"
Ivonne Bordelois definiu que do ponto de vista etimológico, a inveja é cegueira em diversos sentidos. Um primeiro sentido possível de "in" + "videre" (ver): a partícula "in" tem aqui a ideia de oposição, ou seja, ver invejosamente é ver "contra". Ver torcendo contra. É alegrar-se discretamente quando a pessoa invejada perde os bens que possuía. Em alemão, a alegria de ver o fracasso alheio tem um nome: "schadenfreud" - numa tradução livre, "o amigo-da-onça".
A cada vez que o invejado faz sucesso, o invejoso morre um pouco, mas também renasce quando a desgraça se abate sobre o outro. Esse é outro sentido para a palavra inveja. Atribuindo à partícula "in" à ideia de penetração. O olhar invejoso parece perfurar o invejado, quer matá-lo, perfurá-lo, ferí-lo com esse olhar-faca, olhar do rancor, olhar doente. Esse é o chamado "olho gordo", o olho descomunal, inchado por sua doença secreta (ou nem tão secreta em muito casos).
Um terceiro sentido, é quando atribuímos à partícula "in" a negação: a inveja nesse caso, é "in-visão", o "não-ver", a cegueira! Perissé escreveu que "quanto maior a inveja, menor o coração". É a cegueira da alma. Giovanni Papini, escritor italiano, disse que "a inveja é a sombra obrigatória do gênio e da glória". Não é fácil desempenhar uma missão quando estamos sob a mira fria dos invejosos.
A monstruosidade do íntimo ainda atinge muita gente. Portanto, costumo brincar dizendo que se você estiver olhando para o sucesso de alguém usando óculos escuros, cuidado, a inveja pode ter cravado suas garras em você, pois como definiu Plutarco: "a inveja é como os olhos que se irritam diante de tudo que tem brilho".
Colaboração Rev. David Cestavo - IPB Central de Lavras / MG.
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