Gratidão em Tempos de Aflições!
“Dou graças
ao meu Deus por tudo que recordo de vós.” Filipenses 1:3.
Parece que
uma excelente maneira de se aferir o crescimento na “graça e no conhecimento do
Senhor Jesus Cristo” é pelo quanto somos gratos ao Senhor no dia a dia. Mas,
sem dúvida alguma, tal crescimento se torna mais excelente e saudável, quando
louvamos nosso Deus pelo que Ele fez ou está fazendo em favor de outros irmãos!
Quanto a isso, pensemos um pouco e perguntemos qual era a situação do apóstolo
Paulo quando disse: “Sou grato ao meu Deus, por tudo que recordo de vós”?
Porventura, não estava ele numa prisão, sem poder sair e entrar livremente como
nós provavelmente estamos agora? No entanto, sua atenção estava voltada não
para si, mas para os seus irmãos filipenses, que naquela ocasião estavam
entristecidos e preocupados por saberem da enfermidade do seu mensageiro,
Epafrodito. Por isso, Paulo pôs-se a escrever esta carta, repleta da alegria no
Senhor Jesus, a fim de fortalecer a fé deles! Aprendamos, pois, com este alegre
prisioneiro do Senhor Jesus Cristo, o Senhor da glória, a ser gratos, mesmo estando
sob o peso das aflições.
1. Paulo
reconhecia o Senhor em todas as circunstâncias! Eis que ele afirmou, estando
preso: “sou grato ao meu Deus”. Destaco, nesse ponto, a fé do apóstolo no Deus
Soberano, que domina sobre tudo e faz que todas as coisas contribuam para o
cumprimento dos Seus propósitos e glória. E ao louvar a Deus estando
encarcerado, Paulo demonstra estar contente com o seu então momento e confiante
de que sua prisão faz parte da Providência. Talvez, a melhor ilustração dessa
confiança no controle de Deus em todos os eventos da história humana está em
Atos dos Apóstolos, quando a Igreja, sob o peso da perseguição, orou ao Senhor,
dizendo, dentre outras coisas: “Porque verdadeiramente se ajuntaram nesta
cidade contra o Teu Santo Servo Jesus, ao Qual ungiste, Herodes e Pôncio
Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a Tua mão e o Teu propósito predeterminaram” (At 4:27-28). Ora, tal confiança deve ser a de
todo crente no Senhor Jesus, como está escrito no Livro de Provérbios: “Reconhece-O
em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas” (Pv 3:6).
2. Paulo se
alegrava no Senhor durante as situações difíceis por crer ser Deus o seu Deus!
A expressão de louvor “sou grato ao meu Deus” é de vital importância, pois é a
resposta de quem crê ser Deus o Deus da aliança! Ou seja, Paulo sabia que o seu
Deus era “o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”. Ele prometeu dizendo-lhes: “Estabelecerei
a Minha Aliança entre Mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações,
aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência”. A implicação
disso é dupla: por um lado, a fidelidade de Deus O impele a cumprir todas as
Suas promessas para com o Seu povo; por outro lado, Seu povo declara ter a Ele
somente como seu Deus, pelo que se submete confiantemente a Ele em todas as
coisas. No entanto, o pensamento se aprofunda muito mais quando lembramos que
nosso Senhor Jesus Cristo, no ápice da Sua obediência ao Pai Celeste, disse
cheio de confiança: “Deus Meu, Deus Meu...”. Dessa maneira, Paulo cria, e nós
cremos, que em relação ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, nós “somos
seus adoradores e Ele é nosso Deus; nosso pelo pacto, pela promessa, pelo
juramento e pelo Sangue” (Spurgeon). Que alegria é lembrar que as lutas que
enfrentamos devem ser para nós prova evidente de salvação, “Porque vos foi
concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nEle”! (Fp
1:28-29). Afinal, nós somos “bem-aventurados”, pois cremos e dizemos: “Senhor
meu e Deus meu” (Jo 20:28).
3. E Paulo
louvava o Senhor ao saber do progresso espiritual dos seus irmãos! Disse Paulo:
“Sou grato ao meu Deus, por tudo que recordo de vós”. É bem provável que a
chegada de Epafrodito tenha sido uma das razões para Paulo escrever tão afetuosa
carta. Mas certamente é verdade que as notícias trazidas por Epafrodito acerca
do estado da Igreja encheram o coração de Paulo da alegria no Senhor! Quem sabe
se o Apóstolo não ouviu coisas como as seguintes: “Oh! Paulo, os filipenses
continuam perseverantes, ainda que as lutas sejam grandes e intensas! Oh!
Paulo, eles não cessam de orar por sua vida e libertação! Oh! Estimado Apóstolo, saiba que foi com muita alegria que eles me enviaram até aqui para
lhe apoiar!”
Por isso,
ainda que houvessem deficiências no seio da Igreja dos filipenses, uma coisa era
certa: eles estavam perseverantemente engajados, associados e comprometidos com
o Evangelho no qual creram! E os sinais de tal progresso foram tão evidentes e
fortes que Paulo disse cheio de júbilo: “Estou plenamente certo de que aquEle
que começou boa obra em vós há de completa-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1:6).
Agora,
consideremos bem a questão dentro do seu contexto e ocasião: aí está um homem
preso! Aí está um homem passando por necessidades, por não poder trabalhar para
ter o seu próprio sustento! Mas é exatamente tal homem que “esquece” seu estado
negativo, e consegue alegrar-se ao saber do bem-estar de outrem, saber que o
Deus que lhe dava uma porção dolorosa naquele momento, derramava Sua graça ao
fazer progredir, em todos os sentidos, materiais e espirituais, os que estavam
em liberdade.
Oh!
Caríssimos irmãos em Cristo, humilhemo-nos e nos arrependamos caso não
estejamos contentes com a porção que temos recebido do Senhor, e especialmente,
se não temos nos alegrado com os que se alegram! Não sejamos como o filho mais
velho da Parábola do Filho Pródigo, que não conseguia se alegrar ao ver o
regresso do seu irmão, pelo contrário criticou a alegria do seu pai!
Então,
comecemos por reconhecer a cada dia que o Senhor cuida de nós; por isso, “nada
nos faltará”, nem mesmo as coisas negativas que nos fazem crescer! Também
lembremos que Deus cuida dos nossos irmãos e, quando virmos o progresso deles,
adoremos a Deus em Cristo Jesus, por abençoá-los também!
Que o Senhor
Jesus Cristo, o Senhor da glória, nos ensine a sermos gratos nEle até em tempos
de aflições!
Por: Pr.
Jaime Marcelino
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