Abrigo Anti-Aéreo
“Ainda que o homem viva muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo, deve lembrar-se de que há dias de trevas, porque serão muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.” Eclesiastes 11:8.
Durante a Segunda Guerra e no período da guerra fria (1945-1991), em que Estados Unidos e União Soviética disputavam o poderio militar, havia muito medo de bombardeios e até possíveis ataques nucleares, de ambas as partes. Principalmente depois de Hiroshima e Nagasaki, o mundo todo sabia do alto poder destrutivo das bombas atômicas. Foi nessa época que foram construídos muitos abrigos anti-aéreos, onde a população deveria de esconder se necessário. Nesses abrigos subterrâneos, eles estocavam tudo que era necessário para a sobrevivência durante os períodos mais críticos de um provável ataque nuclear, que graças a Deus, não aconteceu: alimentos, água, suprimentos, material de primeiros socorros, etc. Alguns desses abrigos existem até hoje, como símbolos do que restou da guerra fria, ou talvez ainda exista o medo de uma guerra atômica. Seja como for, certamente este é o marco histórico de um tempo em que as pessoas, prudentemente, se preparavam para dias mais difíceis.
O texto de Eclesiastes 11:8 exorta-nos a lembrar que os dias de trevas virão, dias difíceis, e que serão muitos esses dias. Diferentemente do que pregam alguns movimentos atuais que dizem que o crente não sofre, a Bíblia nos faz este alerta, fiquemos com a Bíblia! Podemos entender que a nossa caminhada espiritual é um tempo de paz, mas que pode sofrer a interferência de fatores externos, que estão fora da nossa alçada de decisões e vontade.
Assim como aconteceu no período da guerra fria, seremos sábios se construirmos “abrigos espirituais”, onde nos refugiaremos durante os momentos de mais duro ataque e luta. Quando essas lutas e ataques surgirem não estaremos despreparados, mas teremos onde nos esconder, onde nos refugiar e nos abrigar. Podemos comparar a nossa vida com uma casa, e aqueles abrigos com o nosso lugar secreto, aos pés do Senhor, onde temos tudo de que necessitamos para sobreviver espiritualmente, mesmo debaixo do ataque e da luta mais pesada.
Esses lugares de refúgio e segurança não surgem assim "do nada", eles precisam ser construídos, edificados, preparados por cada um de nós. E após a sua edificação, necessitam de manutenção e reparos para que possam ser úteis. Não basta fazer parte do rol de membros de uma igreja, ou ter um diploma de teologia na parede, é necessário que seja feita a manutenção constante da nossa comunhão com o Senhor. É com uma vida aos pés do Senhor, na graça de Deus, através da nossa obediência e temor, do conhecimento e da prática da Palavra de Deus, e de uma vida de oração e santificação, que vamos construir e edificar o nosso “abrigo seguro” (Lc 7:37-38). Esse tipo de espiritualidade vai muito além da aparência e da religiosidade, é o nosso lugar de intimidade espiritual com o Senhor.
"A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança."
Salmos 25:14.
Salmos 25:14.
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