A VERACIDADE DA RESSURREIÇÃO LITERAL, CORPORAL E HISTÓRICA DE CRISTO


Por: Brian Schwertley

Dado o ceticismo e a incredulidade dos eruditos humanistas seculares e dos teólogos modernistas, é importante enfatizar que a ressurreição de Cristo foi um evento histórico real. Numa manhã de domingo, logo cedo, Cristo literalmente ressuscitou dentre os mortos no mesmo corpo físico que tinha sido crucificado e posto num sepulcro. Esse fato deve ser enfatizado porque há muitas teorias perigosas e heréticas circulando com respeito à ressurreição.

(1) Uma idéia popular propagada por judeus incrédulos foi que Jesus nunca ressuscitou realmente. O que supostamente aconteceu é que os discípulos roubaram seu corpo e então espalharam a mentira da ressurreição do Senhor. Contudo, a idéia que um grupo pequeno de discípulos amedrontados poderia sobrepujar soldados romanos bem armados e roubar o corpo de Jesus, sem a traição se tornar imediata e amplamente reconhecida é ridícula.

(2) Outra idéia é que Jesus não morreu realmente, mas apenas perdeu a consciência (a teoria do desmaio). Então, quando foi posto na tumba fria, reviveu e se mostrou aos discípulos. Que a teoria do desmaio é absurda e impossível de ser acreditada é provada pelos seguintes fatos: Primeiro, as narrativas do evangelho deixam perfeitamente claro que Jesus de fato morreu sobre a cruz. Ele foi esbofeteado (Mt. 26:67; Mc. 14:65; Lc. 22:63ss.), severamente açoitado (Mt. 27:26; Mc. 15:15; Jo. 19:1) e então pregado sobre uma cruz com grandes cravos (Mt. 27:35; Mc. 15:24; Lc. 23:33; Jo. 19:18). Como resultado, Jesus teve uma perda grande e contínua de sangue por pelo menos três horas inteiras (Mc. 15:33; Mt. 27:45; Lc. 23:44). Então, cada um dos relatos do Evangelho registra que realmente Jesus entregou o seu espírito (Mc. 15:37; Mt. 27:50; Lc. 22:46; Jo. 19:30). Para se assegurar que o nosso Senhor estava morto, um soldado furou o lado de Jesus com uma lança, que penetrou o seu coração (Jo. 19:34); dali saiu sangue e água. A frase “sangue e água” é significante, pois indica que o coração de Cristo já tinha parado, permitindo que as células de sangue descessem mediante a gravidade. Segundo, a idéia que um homem que tinha suportado tortura e crucificação poderia rolar uma pedra que pesava mais de uma tonelada, e então defender-se contra soldados romanos armados, é cômica. Terceiro, todas as aparições de Jesus pós-ressurreição (Jo. 20:14, 18, 26; 21:1; Mt. 28:2, 10, 18ss.; Lc. 24:13-31, 34; etc.) indicam não um homem em extrema necessidade de atenção médica, mas um Rei dos reis perfeitamente saudável e poderoso. Quarto, se a teoria do desmaio é correta, então se deve descartar a ascensão de Jesus e seu governo à mão direita de Poder. Tal pessoa deve afirmar que Cristo viveu o restante de sua vida em segredo e reclusão. Tal pensamento é um absurdo blasfemo.


(3) Atualmente, a teoria mais popular entre os modernistas é que a ressurreição é um embelezamento da igreja primitiva. Em outras palavras, a igreja pósapostólica (talvez após uma desilusão anterior) perpetuou uma fraude gigantesca para honrar seu salvador. Essas heresias perigosas vestem sua incredulidade com superficialidades piedosas tais como, “embora Jesus não tenha ressuscitado literalmente dentre os mortos, a história ou o mito da ressurreição tem um significado metafórico profundo que nos dá força e esperança espiritual”; ou, “Jesus ressuscitou no kerygma [i.e., a mensagem do evangelho]. Por que nos preocupar ou perturbar com fatos ou lendas históricas, quando Cristo está de fato vivo e presente na mensagem do seu evangelho?”. Tais frases que soam piedosas podem dar conforto aos seguidores iludidos do liberalismo “cristão”. Tais afirmações, contudo, não podem diminuir o fato que o modernismo ensina que Cristo mentiu (Jo. 2:19) e que o evangelho está fundamentado sobre uma mentira, uma grande fraude. O evangelho oferecido pelos “liberais cristãos” é pura especulação. Ela é a religião do humanismo secular disfarçada de Cristianismo. A terminologia teológica e religiosa é retida, mas é redefinida de acordo com as pressuposições anti-sobrenaturais. Se o que os modernistas dizem é verdade, não há nenhuma razão para as pessoas orar, ler suas Bíblias ou ir à igreja. Talvez esse seja o motivo das igrejas modernistas estarem perdendo membros num ritmo veloz por mais de uma geração.

(4) Outra visão é que os discípulos ficaram tão excitados e angustiados com respeito aos eventos recentes que tiveram uma alucinação ou visão imaginária do Salvador (a teoria da visão subjetiva). Essa teoria é refutada pelo fato de Jesus ter aparecido a diferentes pessoas em muitas ocasiões separadas num período de quarenta dias. Ele então apareceu a quinhentos irmãos de uma só vez (1Co. 15:6). “A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus” (At. 1:3). Ele apareceu: à mulher que veio até ao sepulcro (Mt. 28:2, 10); a Maria Madalena (Jo. 20:14, 18); a Pedro (Lc. 24:34), aos onze na ausência de Tomé (Jo. 20:19); então, oito dias depois, a Tomé e aos onze (Jo. 21:1); aos dois discípulos no caminho de Emaús (Lc. 24;13-31); aos sete discípulos que estavam pescando (Jo. 21:1); aos onze na Galiléia (Mt. 28:16ss.), aos quinhentos irmãos (1Co. 15:6); a Tiago (1Co. 15:7); aos apóstolos na ascensão (At. 1:9); a Paulo (At. 9:17; 1Co. 15:8); e a João em Patmos (Ap. 1:11ss.). Uma variante dessa visão é que os discípulos testemunham de fato uma visão de Jesus da parte de Deus (a teoria da visão objetiva). Às pessoas que sustentam tal visão perguntamos: “Se Deus tem o poder de enviar visões que são miraculosas, então por que não tem o poder de ressuscitar aos mortos? Por que crer numa especulação humana com respeito aos milagres, quando o ensino bíblico sobre a ressurreição é claro e abundante?”. Além do mais, o número de aparições adicionado ao fato que os discípulos tocaram Jesus e o viram comer torna tal teoria impossível.

(5) Alguns modernistas, bem como alguns grupos pentecostais, que têm fortes influências platônicas (i.e., a antiga idéia grega que o corpo, que é feito de substância material, é intrinsecamente mau e inferior) afirmam que Jesus ressuscitou apenas espiritualmente. Seu corpo permaneceu no sepulcro e os discípulos viram somente seu espírito. Essa visão contradiz o ensino explícito da Escritura. O Messias ressurrecto disse: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc. 24:39; veja a próxima seção para maiores detalhes).

Todas as objeções à doutrina bíblica de uma ressurreição real, histórica, literal e corporal de Cristo procedem de axiomas apóstatas e incrédulos. Existem muitas pessoas que não crêem em Jesus Cristo como ele é revelado nas Escrituras. Essas pessoas frequentemente têm uma necessidade interior para justificar sua rejeição de Cristo.2 Assim, eles inventam toda sorte de teorias mitológicas para apaziguar suas consciências culpadas, para suprimir a verdade em injustiça. Tais pessoas não têm fé na palavra infalível de Deus; e, portanto, colocam sua fé nas teorias especulativas de homens pecadores (homens que têm um motivo oculto, que não querem encarar a realidade do pecado, morte e inferno). De forma trágica, tais pessoas se apresentarão no final diante do tribunal de Cristo (Mt. 25:31-46), o mesmo a quem negaram e rejeitaram.

Extraído e traduzido do livro The Resurrection of Jesus Christ, de Brian Schwertley.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto. Traduzido em Novembro de 2006.
[1] Nota do tradutor: Como disse Agostinho: “Nenhum homem diz ‘Deus não existe’, a não ser aquele que tem interesse em que Ele não exista”.


Fonte: Monergismo.

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