A oração na Confissão de fé de Westminster

Da fé salvadora - CFW capítulo 14

I. A graça da fé, pela qual os eleitos são habilitados a crer para a salvação das suas almas, é a obra que o Espírito de Cristo faz nos corações deles, e é ordinariamente operada pelo ministério da palavra; por esse ministério, bem como pela administração dos sacramentos e pela oração, ela é aumentada e fortalecida.

Hb 10:39; II Co 4:13; Ef 1:17-20, e 2:8; Mt 28:19-20; Rm 10:14, 17: I Co 1:21; I Pe 2:2; Rm 1:16-17; Lu 22:19; Jo 6:54-56; Rm 6:11; Lc 17:5, e 22:32.


A primeira menção à oração na CFW é tratando-a em conexão com a fé salvadora. Que conexão é esta? Primeiro, vamos definir o que não é a oração: a oração não é fonte de salvação, ou, dita de outra maneira, ela não produz a fé salvadora - ela não é apresentada aqui nem mesmo como um subproduto da salvação. Para os crentes reunidos em Westminster a oração encontra-se mais em conexão com o ministério da Igreja e a devoção pessoal dos crentes.



A dinâmica da salvação


1 - Pela graça de Deus  - Ef 2.5-7 “e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus”.

2 - Em virtude da obra de Cristo - “1 Pe 3.18 “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito”. 

3 - É aplicada aos perdidos através do Espírito de Cristo - Rm 8.9 “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dEle”.

4 - Testificando aos eleitos que eles são filhos de Deus - Rm 8.16 “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. 

5 - Mediante a pregação da Palavra - Rm 10.17 “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo”.

6 - Evidenciando a fé pela consciência, arrependimento e confissão dos pecados (Mt 3.1-2; Mt 4.17; At 3.19; 1 Jo 1.9).

7 - O crente é alimentado pela Palavra de Deus - 1 Pe 2.2 “desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação”. E também os sacramentos e a oração.



Os sacramentos e a oração


Podemos deduzir a importância de ambos nos relatos feitos no livro de Atos sobre a vida da Igreja primitiva, Igreja que nos serve de modelo porque organizada pelos apóstolos aos quais o Senhor prometeu fazer lembrar todas as coisas que ele próprio lhes ensinara (Jo 14.26 - ...mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito).


Mesmo o apóstolo Paulo, considerado por ele mesmo como “nascido fora do tempo” (I Co 15.8 - e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo) declara que a Igreja era instruída segundo o ensino recebido de Cristo (Gl 1.12 - porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo), os quais ele passava fielmente à Igreja (I Co 4.17 - Por esta causa, vos mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo Jesus, como, por toda parte, ensino em cada igreja; 11.23 - Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 15.3-4 - Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras).


A Igreja primitiva tinha um estilo de vida no qual a doutrina, os sacramentos e a oração eram uma constante, eram a própria vida/culto da Igreja (At 2.42 - E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações), tanto no templo como nas casas (At 2.46 - Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração).


Podemos entender que estes três elementos, a despeito da primazia da Palavra que gera a vida, são colocados por Deus como meios de graça, isto é, canais pelos quais a graça de Deus é insuflada no coração dos crentes para que eles não apenas cresçam, se fortaleçam e estejam prontos para resistirem firmes contra o diabo (Tg 4.7 - Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós) e as ameaças externas (I Pe 5.9 - ... resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo), exatamente como o Senhor Jesus fez ao ser tentado pelo diabo mesmo estando faminto (Mt 4.4 - Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus).



Conclusão 

Para fortalecer e também para solucionar o problema de fraqueza espiritual dos salvos, o Senhor oferece três alimentos, três meios de graça: a palavra, a comunhão - mormente através dos sacramentos - e a oração, mediante a qual até mesmo a nossa incapacidade e fraqueza pode ser exposta diante do Senhor (Fp 4.6 - Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças) para que ele nos fortaleça (Lc 17.5 - Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé).


O que fazer quando temos facilidade em orar? Orar. O que fazer quando estamos com dificuldade para orar? Orar. O que fazer quando não quisermos orar? Orar para ter vontade de orar.


http://marthonmendes.blogspot.com/2014/08/a-oracao-na-confissao-de-fe-de.html



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