AMOR OU CARÊNCIA?
Por: Rev. Israel Sifoleli
Diz-se, com razão, que a diferença entre remédio e veneno está na dose.
Um relacionamento saudável pode transformar-se facilmente em doentio e
neurótico se exagerarmos na quantidade que ingerimos. Pessoas há que,
para sentirem-se seguras e amadas, precisam que os outros fiquem
repetindo o tempo todo que as amam ou demonstrando através de algum
gesto. Na realidade, estão evidenciando carência e não amor. Essa idéia
de achar que os outros são remédio para todas as nossas carências é uma
furada e ninguém agüenta ficar 24 horas satisfazendo a expectativa de
gente carente.
Rubem Alves diz: “amigo é o sujeito mais inútil da face
da terra, pois não pode diminuir nossa dor nem aumentar o prazer, no
entanto é alguém que desejamos que esteja presente”. Rubem está correto
ao perceber que amor e amizade não são soluções práticas, nos momentos
de maior prazer ou dor é você quem vai passar.
Precisamos estar cientes
que as pessoas são companheiros de jornada e não remédio para nossa
carência. Quando não percebemos que trocamos o amor pela carência,
infernizamos a vida do outro e negamos lhe momentos lícitos de
privacidade.
Carência é a falta de si mesmo e de Deus, e só serve para amargar sua
vida e a dos outros. Antes de começar a cobrar, deveríamos nos
perguntar se é justo exigir que ele (a) abra mão de algo só para que eu
me sinta melhor? Isso não é amor. Amor é entender o outro, amor é
compreensão. Amor está mais disposto a dar do que a reivindicar.
Seja
no relacionamento pessoal ou comunitário é muito importante acertar na
dose!
O Rev. Israel é pastor da IPB de Ermelindo Matarazo / SP.
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