A PARÁBOLA DA FACA


"Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios."  Jó 2:10.

Havia um jovem tolo, para o qual foi dada uma faca, serrilhada de um lado e cega do outro. Este recebeu a faca com a parte cega para cima e por causa disto só observou e admirou tal parte. Ele inicialmente começou a passar o dedo sobre o mesmo lado da faca e observou que nada lhe acontecia. Após algum tempo, ele começou a passá-la no braço e percebeu que também nada lhe acontecia. Assim, concluiu que a faca era inofensiva.

Quando chegou a sua casa, tão empolgado quanto desavisado, chamou sua sábia mãe e mostrou-lhe a faca e lhe falou que a faca era inofensiva e para provar passou a parte cega em seu braço. Ao passo que a sábia mãe somente disse para ele tomar cuidado que ele ia se cortar.

O jovem ficou revoltado com a mãe. “Como uma faca tão inofensiva faria algum mal para mim”. Então passou a provar sua tolice demonstrando a muitos quão inofensiva era a faca.

Em uma demonstração, por desaviso e descuido, ele inverteu o lado da faca. Ao passá-la no braço, obviamente, cortou-se e desesperado jogou a faca longe e exclamou:

- Esta não é minha faca. Esta nunca poderia ser minha faca. Eu quero a minha faca.

Ao chegar correndo em casa, sua mãe tratou-lhe o ferimento e lhe disse:

- Jovem néscio, eu te avisei que você poderia se cortar com aquela faca, mas você em sua tolice ignorou que aquela faca possuía dois lados e por isso se machucou. Ainda bem que você está vivo. Nunca lhe passou pela cabeça que você podia ter se matado?

Após recuperar-se o jovem, triste com sua tolice, voltou ao local aonde tinha jogado a faca. Ao pegá-la um temor correu-lhe pela espinha. Agora ele a conhecia, agora ele verdadeiramente a conhecia.

Igualmente tolo é aquele que fica olhando somente para os atributos de Deus que lhe agradam e não busca conhecê-lo (na medida do possível para nossas pequenas mentes) na extensão de seu majestoso caráter.

Buscamos conhecer o amor, a bondade, a misericórdia e a graça divina, mas será que buscamos com o mesmo empenho conhecer a justiça, a ira, a soberania, a santidade e a glória de Deus? Nosso conhecimento de Deus deve ser completo, para que sejamos completos nEle. Se nos apegamos mais a alguns dos atributos de Deus e desprezamos os demais, acabamos inconscientemente criando o nosso próprio deus: apenas com o que apreciamos, e rejeitando o que desprezamos.

Deus nos é suficiente e nos regozijamos nEle em todas as suas perfeições. Canto de alegria perante Sua misericórdia, bem como me prostro ante Sua justiça. Reconheço o Seu amor que dura para sempre, e temo e tremo diante de Sua ira. Os atributos de Deus se completam; os traços de Seu caráter glorioso formam a perfeição absoluta.

Portanto, aos santos que pecaram e estão arrependidos, convém lembrar-se do amor e da misericórdia de Deus: "certamente, a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida"! Aos que estão endurecidos pelo pecado, convém dizer: "Fujam da ira divina que está por vir"! Aos que sofrem injustamente, ou aos que trapaceiam, bradamos: "A justiça é base do Seu trono"! Aos que estão fraquejando, cantamos alegremente: "Ele é o Deus Forte"!

Entender quem é Deus é a base para a vida cristã feliz e completa. O cristianismo sadio começa com um conhecimento verdadeiro de Deus. Oh, que tenhamos os olhos de nosso coração abertos, para vermos a plenitude de Seu caráter! Adoraremos e nos prostraremos diante de Deus, por todas as facetas de Sua glória! Amamos o Deus da Bíblia, o único Verdadeiro, e não os deuses das nações, inventados pela mente humana!

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