Exposição bíblica - Evangelho de Lucas (1° estudo)

O evangelista Lucas era médico Cl 4:14.

Estudioso dois fatos, Lucas investigou tudo quanto escreveu em seu Evangelho Lc 1:3.

Data provável - 60 d.C.

Fonte - Evangelho de Marcos e investigações pessoais.

Resumo - Lucas começa contando sobre os pais de Jesus, o nascimento de Seu primo, João Batista, a viagem de José e Maria a Belém, onde Jesus nasceu, e a genealogia de Cristo. O ministério público de Jesus revela a Sua perfeita compaixão e perdão através da história do filho pródigo, do rico e Lázaro e do bom samaritano. Por fim Jesus foi traído, julgado, condenado, crucificado e sepultado. Entretanto a sepultura não pôde prendê-Lo. A Sua ressurreição garante a continuidade do Seu ministério: buscar e salvar a ovelha perdida.

Peculiaridades - Lucas é o único Evangelho endereçado a uma pessoa: Teófilo. 

O Evangelho de Lucas é o que contém mais detalhes sobre o nascimento de Jesus. 

(Bíblia JFA Offline).

LUCAS 1

1 - João Batista cheio do Espírito Santo no ventre materno - Lucas 1:15 

"Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno."

O versículo em destaque traz consigo um fato muito sagrado: o enchimento do Espírito Santo. Esse tema merece total atenção do povo de Deus, pois nos foi ordenado: "enchei-vos do Espírito Santo". Ocorre que João ainda era um bebê no ventre de Isabel, e portanto não poderia se encher, como manda o Senhor em Efésios: "com Salmos, hinos e cânticos espirituais". Então Deus o encheu graciosamente, separando-o para Si e para a realização da obra para a qual ele fora designado. Indiretamente esse texto sagrado esbarra em uma outra questão seríssima, muito debatida em nossos dias: o aborto. Há muitas questões envolvendo o tema do aborto. Muitas vezes se discute esse assunto no meio cristão, se é permitido ou não praticá-lo. Uma ala mais conservadora sempre foi contra, mas existem crentes que acreditam que não haveria problema em abortar um bebezinho. Infelizmente essa é uma realidade: o aborto é praticado no meio cristão; veladamente, mas são vários relatos. Alguns defendem que o feto não tem alma e por isso não haveria problemas em abortar uma criança. Defendem que a alma vem para o bebê no momento do nascimento, então não seria pecado, pois o nascituro (do latim nascituru, que significa "aquele que há de nascer") não seria um ser humano propriamente dito. Mas esse e outros textos sagrados põe por terra essa falácia, mostrando que o Espírito Santo encheria João Batista já no ventre materno, ou seja, a sua alma seria cheia do Espírito Santo, seu ser - corpo e alma - seriam cheios da presença de Deus. Para ficar bem claro: a alma é concedida por Deus no momento da concepção, o feto ainda informe já tem vida, e a vida procede da alma, que é concedida por Deus no momento da concepção. O espermatozoide fecunda o óvulo, gerando assim uma nova vida, uma nova pessoa, um novo ser gerado por Deus à Sua imagem e semelhança.

2 - O ministério evangelístico de João Batista - Lucas 1:17

"E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado." 

• Restauração familiar 
• Conversão em arrependimento 
• Edificação do povo de Deus

O ministério de João Batista foi peculiar, pois foi exercido sob o mesmo poder que estava sobre Elias. Os leitores da Bíblia sabem que Elias teve um ministério marcado por grandes prodígios e sinais, chegando ao ponto dele não ter enfrentado a morte, mas ter sido arrebatado por Deus em um carro de fogo (2 Reis 2:10-12). João Batista no entanto foi decapitado em uma prisão, conforme Mateus 14:9-11. Isso nos prova que o poder de Deus se manifesta não só em grandes prodígios e sinais, mas também através da pregação fiel e eficaz da Palavra de Deus e de uma vida reta aos pés do Senhor, mesmo enfrentando o martírio.

No ministério de João Batista se destacava o teor de sua pregação, pois ele era a voz que clamava no deserto preparando um povo para o Senhor Jesus. "Voz que clama no deserto, preparai o caminho do Senhor". Muito há que ser estudar sobre João Batista, especialmente nesse sentido, mas o que queremos destacar aqui nesse versículo 17 são três fatores que marcaram a sua pregação e que a tornam atualíssima.

Restauração familiar - "converter o coração dos pais aos filhos". Essa é uma questão premente em nossos dias, dado o grande número de lares destruídos, casamentos desfeitos, traições e adultérios praticados até no por muitos líderes eclesiásticos, filhos que se rebelam contra os pais, a família e contra o próprio Deus. A sociedade carece de restauração familiar e a igreja está incluída nisso. A igreja é um hospital e Deus está tratando com cada um dos seus filhos, mas não deixe o seu lar ser destruído! Busque a Deus e Sua Palavra restauradora. Ele está interessado em sua família e restaurar seu lar, tenha certeza disso!

Conversão em arrependimento - "converter os desobedientes à prudência dos justos". Como é sabido de todos, o foco da mensagem de João Batista era o arrependimento (Lucas 3:3). Certamente esse é um tema que precisa ser abordado com mais intensidade nos nossos dias, pois sem arrependimento não há perdão de pecados. Somente quando o pecador se arrepende e pede perdão a Deus ele é perdoado (1 João 1:9). E orar só da boca para fora não muda nada, é preciso que haja arrependimento (metanóia = mudança, transformação espiritual) e aí então a oração é recebida por Deus (Lucas 18:14). A igreja precisa voltar ao primeiro amor de uma vida pura e distante dos padrões mundanos. A mensagem do novo nascimento (João 3:3) precisa ser restaurada, pois muitos pastores não pregam mais acerca desse tema e a igreja tem se tornado em um verdadeiro campo missionário. Por que muitos pregadores não falam sobre isso? Eles certamente prestarão contas a Deus no Dia do Juízo.

Edificação do povo de Deus - "habilitar para o Senhor um povo preparado". A mensagem de João Batista é tão atual para nós porque ele combatia a religiosidade superficial e hipócrita, buscando preparar o povo do Senhor; esse era o chamado dele. Semelhantemente, em nossos dias estamos na expectativa da vinda do Senhor, a segunda vinda, e o que vemos? Muitas igreja rebeldes e repletas de religiosidade, pessoas que se dizem “crentes” e vivem a vida cristã só na superficialidade, que não lê as Sagradas Escrituras, não ora, não obedece às autoridades instituídas, etc. Mas ainda há um remanescente fiel, graças a Deus! Um povo que busca ser edificado e estar sempre preparado para toda boa obra, para o serviço do Mestre, e para o grande dia, o dia da nossa chamada, o dia do retorno do Senhor Jesus.

3 - Não foi apenas uma simples pergunta - Lucas 1:18-20

"18 Então, perguntou Zacarias ao anjo: Como saberei isto? Pois eu sou velho, e minha mulher, avançada em dias. 19 Respondeu-lhe o anjo: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para falar-te e trazer-te estas boas-novas. 20 Todavia, ficarás mudo e não poderás falar até ao dia em que estas coisas venham a realizar-se; porquanto não acreditaste nas minhas palavras, as quais, a seu tempo, se cumprirão." 

Nesse ponto Zacarias foi informado de que Deus iria contemplá-lo e a sua amada esposa com um filho varão. Foi sem dúvida uma grande notícia para aqueles que já eram avançados em dias, e ele orava exatamente por isso (vs.13). Mas infelizmente Zacarias duvidou e isso custou para ele a capacidade de falar por cerca de nove meses (vs.20). A questão que surge é: ele não poderia ter feito a pergunta do vs.18? O problema não é a pergunta em si, mas o coração. Não foi apenas uma pergunta simples, mas o Senhor que sonda mentes e corações, viu que no interior dele houve incredulidade, note a repreensão do vs.19. Não vemos expressões de gratidão e louvor a Deus pelo fato do Senhor havê-lo visitado com tanta graça, pelo contrário, ele deixou que a dúvida dominasse seu coração. Esqueceu da própria história dos patriarcas Abraão e Sara. Deus em Sua infinita graça agiu milagrosamente concedendo virilidade àquele que já era velho, e também renovou o corpo de Isabel, assim como fizera no passado (Lc 1:24). O Senhor concedeu a eles o filhinho tão desejado, aquele de quem o Senhor Jesus disse que “dos nascidos de mulher ninguém é maior que João” (Lc 7:28a). A pergunta que eu faço é: como está o nosso coração diante de Deus quando Lhe pedimos algo? A Bíblia manda pedir! “Pedir e dar-se-vos-á”, então não é pecado pedir, pelo contrário é obrigação nossa pedir ao Pai que Ele nos conceda aquilo que Ele desejar, que tudo seja feito conforme a Sua vontade. Mas pedir duvidando de Deus, isso sim é pecado. Pedir desacreditados de que Ele possa fazer o que estamos pedindo é orar em vão. Pedir para satisfazer a deleites pessoais também é pecado (Tg 4:3). Mas pedir algo que não é pecaminoso, porém que seria impossível aos homens fazer, não é pecado, pois estamos pedindo ao Deus que pode curar qualquer doença, abrir qualquer porta, o Deus dos impossíveis. Obviamente pedimos que Ele faça de acordo com Sua vontade. Mas pecado é pedir sem crer no Deus que tudo pode fazer. Pecado é pedir sem crer que Ele sonda nossos corações e mentes. 

SOLI DEO GLORIA!!!

IPIVC