ORIENTAÇÕES DE DEUS ÀS FAMÍLIAS - MARIDOS E ESPOSAS

Por: Rev. Paulo Sergio da Silva

IPB de Porecatu / PR
Culto vespertino 17.05.09
Estudo bíblico 21.05.09 (debate)

TEXTO BÁSICO:
Efésios 5:22-33

INTRODUÇÃO (EXÓRDIO)
Estamos no terceiro domingo de maio, mês que é considerado por muitos como o MÊS DO LAR, ou MÊS DA FAMÍLIA. Independentemente da data, necessitamos nos inteirar de tudo que o Senhor nos fala na Palavra acerca da família. Assim como a família é a célula base da sociedade, ela também é a celula base da igreja. Assim como uma sociedade saudável é composta de famílias saudáveis, uma igreja saudável também é composta de famílias saudáveis. No nosso caso, somos ainda mais responsáveis por sermos possuidores de famílias saudáveis, haja visto que temos o conhecimento da Palavra do altíssimo Deus, a Bíblia Sagrada, que nos dá toda orientação necessária para isso.

EXPLICAÇÃO
A epístola aos Efésios nos fornece uma visão privilegiada do pensamento de Paulo que abordava a tão importante questão acerca da vida da igreja, sem precisar se preocupar em resolver controvérsias locais, como observamos nas cartas aos Coríntios. Paulo apresenta a igreja como o local onde Deus, o Senhor da história, estabeleceu uma amostra da unidade e dignidade renovadas da raça humana. A igreja é a comunidade onde o poder de Deus, de reconciliar as pessoas a Si próprio, é experimentado e compartilhado através de relacionamentos transformados. A igreja é o organismo onde o poder e a autoridade de seus líderes, são exercidos segundo o padrão de Cristo, em humildade e amor. É dentro desse ponto de vista que Paulo nos transmite as ORIENTAÇÕES DE DEUS ÀS FAMÍLIAS.

ARGUMENTAÇÃO (DIVISÕES)
Essas orientações são comparáveis ao esqueleto, ou à espinha dorsal da família. Estes fundamentos são a estrutura da família cristã, da família que vive dentro da vontade de Deus. É através da observância desses princípios que as famílias cristãs serão fundamentadas e fortalecidas por Deus, e permanecerão unidas e firmes em toda e qualquer situação que possam atravessar.

1 – ÀS ESPOSAS: SUBMISSÃO CARINHOSA (vs. 22-24,33b).
Primeiramente Deus fala às esposas (os primeiros lugares são privilégio). O recado é que elas sejam submissas aos seus maridos. Muitas mulheres não gostam nada disso, pois em nosso contexto submissão sugere: escravidão, constrangimento, desigualdade, humilhação, injustiça, e até violência em alguns lares. Mas não é esse o sentido do texto. Submissão aqui significa respeito e acolhimento da liderança do marido, onde a esposa será sua companheira de fardo, seu apoio, sua ajudadora. Não há aqui a idéia de machismo ou de donimação como pensam alguns que não aceitam esses preceitos, mas a esposa é aqui chamada à aceitação carinhosa da liderança de seu marido no lar. É necessário que se entenda corretamente o sentido dessas palavras.

1.1 - “Como ao Senhor” vs. 22,24. A esposa deve submeter-se à liderança de seu marido porque essa é a vontade do Senhor. Ser submissa ao marido nem sempre é agradável, mas a esposa deve ser submissa ao seu marido, como sendo ao próprio Senhor. Obviamente o Senhor nada vai fazer contra a sua Palavra, por isso, se o marido, por exemplo, disser para sua esposa blasfemar o nome Deus, ou que ela pratique qualquer tipo de pecado, ela não deve obedecer. Acima de tudo, deve ela (assim como o Seu marido) obedecer à Palavra de Deus, com sabedoria.

1.2 - “O marido é o cabeça da mulher” vs. 23. Novamente aqui está presente apenas o sentido de liderança. Ser o cabeça significa somente isso, obviamente que a esposa não perdeu sua identidade, gostos e vontades. Se o marido é comparado a Cristo, cabeça, a esposa é comparada ao corpo, à igreja. Essa parte nós entendemos bem, afinal nós somos a igreja do Senhor. Por acaso o Senhor pisa em nós? O Senhor nos ignora ou impõe sobre nós algum tipo de ordem injusta? De modo algum. Assim também no lar, a esposa ter o marido como cabeça deve servir de apoio, alento, segurança, amizade, carinho, amor... E não que a esposa de algum modo venha a perder a sua identidade, o seu tão importante papel.

1.3 - “E a esposa respeite a seu marido” vs. 33b. Esse versículo complementa o sentido de tudo que já foi dito até aqui, pois nesse caso o respeito também é um modo da esposa demonstrar submissão ao seu marido. Esse respeito não pode ser só de aparências, mas precisa ser visto até pelos filhos. É como um testemunho que a esposa deve dar no lar, pois os filhos desde a mais tenra idade vão observar como é a vida do casal, e se assim não for já demonstra que algo está errado. Respeitando o seu marido, a esposa tem o poder de edificar a sua casa, o seu lar, trabalhando em favor da unidade e da paz.

1.4 - Ainda no sentido de submissão, as esposas devem amar os seus maridos e viver com eles até a morte. Essa é a vontade de Deus expressa em Romanos 7:2,3 conforme vemos abaixo:
“Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias.” Romanos 7:2,3.

Quando as coisas não forem bem no lar, especialmente no relacionamento entre marido e mulher, e as lutas e dificuldades vierem, facilmente surgirão pensamentos de separação. A esposa é orientada aqui a permanecer com o seu marido, pois se vivendo o marido ela unir-se a outro homem será considerada adúltera. Esses mandamentos estão cada vez mais sendo descartados como se não fossem para os nossos dias. Mas a Bíblia nos diz que podem passar os céus e a terra, a Palavra do Senhor no entanto, não passará jamais (Marcos 13:31).

2 – AOS MARIDOS: LIDERANÇA AMOROSA (25-33a).
Deus em Sua soberania quis dar aos maridos a parte mais difícil de ser praticada. Se às esposas foi ordenada a submissão carinhosa através amor, companheirismo e respeito, aos maridos é dito agora que amem as suas esposas como Cristo amou a Igreja e a Si mesmo se entregou por ela, em sua morte (25).

De imediato aprendemos uma grande lição de liderança, seja no lar ou em qualquer outra parte: a liderança sem amor pode tornar-se algum tipo dominação totalmente diferente daquilo que Deus planejou. Aqui as comparações entre Cristo e a Igreja são muitas, expressando que tipo de liderança Deus requer do marido crente. Ao marido compete:

2.1 – Guiar como Cristo guia (vs. 23). Ser cabeça é ser o sacerdote do lar, cabe ao marido a tarefa de ensinar e orientar espiritualmente a sua esposa. Obviamente não se exclui a vida espiritual da esposa que também deve buscar a Deus (e às vezes busca até mais que seu marido). Ser cabeça também é ser o orientador, mentor, influenciador e administrador. O marido deve saber como responder biblicamente às questões do lar e para isso ele precisa, antes de mais nada, ser um modelo. Precisará também ser um assíduo leitor das Sagradas Escrituras e desenvolver uma vida de oração e santidade. Dentro de seu lar o marido ocupa uma posição semelhante ao do pastor na igreja, podemos dizer que o marido crente é o pastor do seu lar.

2.2 – Amar como Cristo ama (vs. 25). O amor com que Cristo nos amou (João 3:16) é o amor ágape, o amor não egoísta, o amor que se sacrifica. Esta talvez seja uma das tarefas mais difíceis devido ao alto nível deste amor. Imitar o amor Cristo não é fácil, mas é possível, pois é o que Deus nos manda e Ele jamais nos manda fazer algo que não esteja ao nosso alcance. O exemplo do amor de Cristo nos releva Sua abnegação, obediência a Deus, desprendimento em cumprir a Sua missão, humildade, sabedoria, inteligência, conhecimento da Palavra de Deus, vida de oração e pureza de atos e intenções. Jesus é o exemplo máximo de vida para todos, tanto maridos como esposas, mas aqui o Senhor fala aos maridos de um modo especial. Ele é o nosso exemplo de liderança, e não é a toa que Ele é chamado na Bíblia de o NOIVO da igreja (Marcos 2:19,20).

2.3 – Amar a esposa como a si mesmo (vs. 28, 33a). Se amar como Cristo amou é algo tão elevado, Deus aqui usa uma maneira um pouco mais prática de explicar essa ordem que Ele deu aos maridos: amar a sua esposa COMO A SI MESMO. Nenhum marido (crente e) sábio rejeita o amor de Cristo; se ele deseja esse amor deve desejar o mesmo para sua esposa. Se Ele deseja isso de todo coração irá praticar isso. E essa regra é aplicada em todas as áreas da vida a dois: nas comunicações, no tratamento, no carinho, no respeito, na amizade, etc. Esse modo de agir expressa o amor que o marido sente, e é mais fácil de compreender e praticar o que Deus quer. Basta fazer um exercício mental se colocando no lugar da esposa e pronto, o marido já saberá como agir (com amor) em cada situação que surgir. Uma área clássica de se abordar aqui é a vida íntima do casal (amor eros) onde jamais pode existir egoísmo mas o marido deve buscar a felicidade de sua esposa como se fora a sua própria felicidade.

2.4 – Cuidar como Cristo cuida (vs. 29). Isso envolve o sustento material, físico, emocional e espiritual. A esposa tem suas necessidades e o marido precisa estar atento a cada uma delas, para supri-las. Cuidar da esposa também é cuidar do lar, o marido deve estar a par de tudo que seu lar está precisando e agir no sentido de sanar suas necessidades. Desde o alimento até a manutenção de torneiras, parte elétrica, etc. O trabalho, as conquistas, as bençãos, etc., são conseguidos por ambos através da luta diária, mas cabe ao marido a responsabilidade de sempre procurar tomar a iniciativa e olhar para a sua esposa como alguém que Deus colocou sob os seus cuidados, em todos os sentidos. Isso não exclui o papel da esposa de notificar ao marido de tudo que possam estar precisando, e ajudar quando necessário e se possível for.

2.5 - Viver com sua esposa fielmente até a morte (Mt 19:3-9). O texto é muito conhecido e muito claro quando diz que o divórcio só é permitido por Deus se houver infidelidade. No entanto não é o que vemos em nossos dias quando uma das maiores causas de separação é a incompatibilidade de gêneros. Perante Deus nada mais dá direito ao marido (ou à esposa) de separar-se, com exceção da infidelidade (adultério). Em muitos casos a alegação é que o amor acabou e por causa disso não dá mais para viverem juntos. Se servimos ao Deus do amor precisamos crer que Ele pode revitalizar o amor dentro de cada lar, em cada casamento. O casal precisa tomar muito cuidado para que o adultério e a infidelidade não os engane destruindo sua união, confiança e convivência. É preciso ser sábio o suficiente para gerar e manter um ambiente de amor e alegria no lar. Assim poderão enfrentar as crises e os momentos difíceis que virão e um dia, poderão envelhecer um ao lado do outro, servindo a Deus de todo o seu coração e cumprindo a promessa feita no dia do casamento: ser fiel e não se separarem, até a morte os separe.

CONCLUSÃO
Paulo escreveu essa carta a uma igreja, a igreja do Senhor Jesus em Éfeso, e cremos que Deus mesmo enviou essa carta à Igreja do Senhor Jesus em Porecatu, e em qualquer parte do mundo. Certamente os princípios apresentados aqui como a estrutura para o lar cristão, vão encontrar muita resistência, sobretudo por parte daqueles que não são da igreja do Senhor, que não entendem e não aceitam a Palavra do Senhor. Nesse caso podem ser até cônjuges não convertidos, daí nota-se o perigo que é o casamento misto, o jugo desigual, e as conseqüências na vida daqueles que se recusam em obedecer a ordem de Deus de que não haja mistura entre os filhos de Deus e os filhos do maligno (2 Coríntios 6:14;1 João 3:10).

A família em nossos dias passa por uma crise sem precedentes. Nunca foi tão grande o número de lares esfacelados por não terem uma estrutura que lhe dê sustentação. Infelizmente observamos isso até em lares cristãos. Os valores trocados tornam as famílias frágeis, e muitas delas não suportam as pressões da convivência e dos relacionamentos ao ponto de serem destruídas pela separação, e pelo divórcio. É grande também a quantidade de crianças abandonadas, desamparadas.

O que vamos fazer? Não estamos imunes a todas essas pressões, precisamos nos preparar para o enfrentamento das crises através da prática da Palavra de Deus. Ela é a base de toda família bem fundamentada e estruturada, que vence as dificuldades e pressões da vida. Que sejamos moldados e fortalecidos através do conhecimento e da prática da Palavra de Deus, em nossa vida pessoal e em nossas famílias. Que Deus nos abençoe.

S.D.G.

Material de apoio:
ABA – A Bíblia Anotada
BEG – Bíblia de Estudo de Genebra
PEB – Pequena Enciclopédia Bíblica

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