O Breve Catecismo - A Providência e o Homem
Pergunta 12: “Que ato especial de providência Deus exerceu para com o homem, no estado em que ele foi criado?”
Resposta: “Quando Deus criou o homem, fez com ele um pacto de vida, com a condição de perfeita obediência (Gn 2:16; Rm 5:12-14; 10:5; Lc 10:25-28), proibindo-lhe comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, sob pena de morte.” (Gn 2:17).
Homem, ser responsável. O homem foi criado por Deus, feito à semelhança de seu Criador intelectual, racional, moral e espiritualmente, capacitado ao domínio da natureza e à liderança sobre todos os seres vivos. Eis o homem como Deus o criou, pleno de dignidade e de responsabilidade, segundo as Escrituras: “Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a Terra.” (Gn 1:16). “E Deus os abençoou (homem e mulher) e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a Terra e sujeitai-a.” (Gn 1:28 ). “Que é o homem, que dele Te lembres? E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus, e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da Tua mão, e sob seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares.” (Sl 8:4-8, cf Hb 2:6-8).
Um homem com tantos poderes, virtudes e privilégios precisava ter, e dele foi requerido, o contrapeso da responsabilidade, da fidelidade e da submissão ao seu Criador e Senhor de quem foi constituído mordomo e administrador sobre a ordem natural terrena. Entre Deus e seu representante, “Imago Dei”, não havia intermediação. O contado era direto e o diálogo, pessoal.
O Pacto de Vida
A vida eterna é a existência na comunhão com Deus, sob Sua guarda, direção e bênção. A eternização do homem sem Deus transforma-se em inferno, isto é, sem paz, sem gozo, sem esperança. O que qualifica a vida humana é o “estar em Cristo”, fato gerador da fraternidade cristã, a Igreja, de pequena parte militante na Terra e de grande multidão triunfante no Céu, sem quebra de unidade. A morte não liquida para sempre o corpo do regenerado, não mata o seu espírito, não elimina a Igreja do Cordeiro e nem lhe interrompe a união fraternal em Cristo. A vida eterna concedida ao primeiro casal, Adão e Eva, sofreu a corrupção do pecado, as consequências da queda, mas foi mantida por Deus no Remanescente fiel, mediante Sua graça inefável, durante toda a dolorosa história da redenção até a sua consumação no segundo Adão, Jesus Cristo. Paulo chega afirmar que Adão foi a base natural do corpo espiritual, realizado e efetivado permanentemente em, e por Jesus Cristo, o Adão da nova humanidade:
“Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O Último Adão, porém, é Espírito vivificante. Mas não é primeiro o Espiritual, e, sim, o natural; depois o Espiritual. O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o Segundo Homem é do Céu. Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e como é o Homem Celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do Celestial.” (1 Co 15:45-49).
O pacto de vida eterna firmado por Deus com o primeiro homem com base na obediência, na fidelidade, na consagração e no respeito, foi conturbado pela queda, trazendo dores, sofrimentos e incredulidade inomináveis à humanidade. Mas a promessa do Criador de que nasceria um Filho de Eva, Redentor, para esmagar a cabeça da serpente, vencendo o mal e o maligno, permaneceu viva até a vinda do Messias, em Quem tudo se consumou. Ele É o Homem Fiel, sem pecado, no qual o prazer do Pai Se realiza, e nEle e por meio dEle criou-se nova humanidade, a dos redimidos. Todos os salvos em Cristo são propiciados perante o Pai e por Ele aceitos. A nossa humanidade consubstanciada em Cristo está no Céu, corporalmente, à destra do Pai, à espera de todos os eleitos ressurretos e incorruptíveis. O pecado alienou o primeiro homem, mas não interrompeu a fidelidade do Criador, e nem impediu que Sua graça nos reconquistasse em Cristo Jesus, e com Ele nos reconciliasse. O Pacto de Vida foi preservado pela providência e efetivado pela redenção. O decreto providencial para com o homem é especialíssimo, pois ele é muito especial para o Criador, tanto que o próprio Deus Se humanizou em Seu Filho, de Quem somos imagens, e habita conosco.
Conclusão
A providência específica do Criador para com Sua criatura, o homem, é o Pacto de Vida Eterna, agora reafirmado definitivamente em Cristo Jesus.
(Comentários do Pr. Onézio Figueiredo).
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