CRISTO, NOSSA VITÓRIA!
TEXTO BÁSICO – APOCALIPSE 12:7-12
“Eles, pois, o venceram por causa do Sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.” Apocalipse 12:11.
INTRODUÇÃO
Você se considera um vencedor? SIM! Em Cristo somos mais que vencedores (Rm 8:37). Mas, como temos vivido? Em vitória? Na dimensão daquilo que Cristo preparou para nós? Aquilo que Ele considera “VITÓRIA”?
Todos nós fazemos planos para chegar em algum objetivo, por exemplo: emagrecer, colocar a vida em dia, arranjar uma namorada, casar, conseguir um novo emprego, passar no concurso ou no vestibular dos sonhos, comprar algum bem como uma casa nova ou um carro, etc. Essas são atitudes positivas e devem ser cultivadas por cada um de nós, dentro de nossos limites, obviamente, e com sabedoria.
Mas existe uma área de nossas vidas, que muitas e muitas vezes não nos importamos muito em como está, ou como vai ficar: nossa vida espiritual, e nossa vida eclesiástica. Se você acha isso um absurdo, saiba que a maioria dos crentes atualmente não se importa com o básico da fé e da vida espiritual, que é a leitura da Bíblia, a oração, a santificação, e o compromisso com sua Igreja. É muito difícil de ser administrada a falta de participação de muitos na vida de uma Igreja. Se não tivermos perspectivas positivas para nossa espiritualidade, estaremos fadados ao desânimo e à derrota.
Convido você a fazer um exercício espiritual, tendo como base este texto de Apocalipse, que trata justamente da nossa vitória eterna em Cristo.
EXPLICAÇÃO
O Apocalipse de João foi escrito na Ilha de Patmos, uma pequena ilha na consta oeste da Ásia Menor, que possuía uma colônia penal romana, destinada a pessoas consideradas perigosas à boa ordem.
De acordo com o próprio livro, o nome de seu autor é João (1:4,9; 22:8-9). Tradicionalmente este João tem sido identificado como João o Apóstolo, filho de Zebedeu. Alguns contestam pelo fato de que o estilo de Apocalipse é diferente do estilo do Evangelho e das Epístolas de João. Porém, a natureza da literatura apocalíptica, o fato desta revelação ter sido dada numa série de visões, e as circunstâncias da estada de João em Patmos como prisioneiro, são mais que suficientes para explicar as diferenças de estilo. (ABA).
ARGUMENTAÇÃO
O contexto do nosso versículo chave é extremamente significativo, pois fala de uma batalha entre os anjos celestiais e os demônios. Esse conflito pode ser algo ainda a acontecer, ou uma narrativa que explicaria a queda de satanás. Nesse caso Deus estaria nos mostrando como o inimigo foi expulso do Céu juntamente com os seus demônios, anjos que o apoiavam. Em meio a essa luta épica (quase cinematográfica, poderíamos até imaginar), João faz uma pausa e fala da vitória do povo de Deus. É aqui que iremos nos deter um pouco mais. Qual o segredo da vitória do crente? O que devemos fazer para sermos vitoriosos nesse ano que se inicia, e por toda a nossa jornada? Lembrando que ao tratar da vitória da Igreja, o enfoque do texto é literalmente a vida espiritual dos filhos de Deus, a Igreja.
O texto se refere à nossa vitória sobre o dragão (que é o diabo) quando diz no vs.11:
“Eles, pois, o venceram:
- por causa do Sangue do Cordeiro;
- por causa da palavra do testemunho que deram;
- mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.”
Como podemos entender esses três pontos básicos da nossa vitória?
1 – A GRAÇA DE DEUS
“Eles o venceram por causa do Sangue do Cordeiro”
O Sangue de Jesus é a expressão máxima da graça de Deus. Graça = favor imerecido. Jesus veio e pagou o preço do nosso pecado vertendo o Seu Sangue na Cruz em nosso lugar. O Sangue de Jesus é que nos purifica de todo o pecado e nos guarda dos ataques do diabo, nosso adversário. Se não fora o Sangue de Jesus, nenhum de nós poderia resistir às tentações e pressões que nos são impostas pelas trevas.
Ah Sangue maravilhoso, o Sangue de Jesus!!! Bastaria uma gota desse Sangue para nos limpar, purificar e guardar, mas naquela Cruz, nossa Cruz, Ele verteu todo o Seu Sangue. Ele manchou o madeiro com o Seu Sangue. Sangue puro, Sangue bom, Sangue poderoso, Sangue precioso.
O texto é enfático: a Igreja vence o diabo por causa do Sangue de Cristo. Não venceremos se dependermos de nós mesmos, mas venceremos se recorrermos aos méritos da morte de Cristo, ao Seu Sangue remidor.
Isso é depender da graça de Deus. Muitos não entendem o que é depender; depender é confiar, é lançar-se com fé nos braços daquEle que tudo pode fazer. Depender da graça de Deus é pedir perdão e ser perdoado; é viver a vida de modo digno do Senhor; é dedicar-se a uma comunhão mais intensa com Ele. Por isso que falamos tanto acerca da vida espiritual do crente, vida essa que NECESSARIAMENTE será fortalecida através da oração e do estudo da Palavra; que será nutrida através também da santificação e da comunhão.
Sem esses elementos não podemos dizer que dependemos da graça de Deus. Não é possível vencer se não for através do Sangue de Cristo, e isso não é teórico, é muito prático! O perdão de Deus, o Sangue do Cordeiro, transforma o crente, dá vitória contra o mal, renova-nos a cada dia.
2 – TESTEMUNHO
“Eles o venceram, por causa da palavra do testemunho que deram”
A segunda verdade, da qual procede nossa vitória, é a palavra do nosso testemunho, que poderíamos traduzir por vida e evangelização.
2.1 – Testemunhar é viver. Podemos gastar milhares de palavras sem valor algum, se não as praticarmos. Nossas palavras falam, nossas ações gritam! A Igreja moderna vive uma crise de testemunho, ou seja, ela está doente por falta de santificação, ética, os bons costumes estão sendo abandonados por manias e vícios. Não podemos ser crentes somente dentro das quatro paredes do templo, mas nosso testemunho deve resplandecer como luz nas trevas. Mas aqueles que perseveram em seu testemunho irrepreensível são mais que vencedores por meio de Cristo.
2.2 – Testemunhar é evangelizar. Quando evangelizamos, ou seja, quando falamos da obra que Cristo fez, estamos atacando, invadindo o território inimigo, e essa é uma estratégia de guerra: “a melhor defesa é o ataque”. Não podemos nos calar. Muitos estão perdendo as batalhas porque pararam de evangelizar, se é que um dia faziam isso.
Os melhores soldados não são forjados SOMENTE dentro dos quartéis, mas nos campos de batalha. Adquirir conhecimento bíblico é tão essencial como alimentar-se, mas Igreja tem se tornado muito obesa; com o passar do tempo ela é como um grande celeiro, uma despensa imensa de conhecimento e teorização da Bíblia. Porém, na prática ficamos a desejar. Muitos sabem muito sobre evangelismo, mas se negam a falar, preferindo deixar essa tarefa para os outros, quem sabe o pastor, “afinal ele ganha pra isso”, diriam alguns. Ou para os presbíteros e diáconos, “afinal eles foram eleitos para isso”, diriam outros. Mas a Bíblia diz que testemunhar é tarefa de todos nós.
“Como crerão se não há quem pregue?”, indaga Romanos 10:14. Eu poderia acrescentar: como pregarão se não tem disposição sequer para estudar a Bíblia? Como pregarão se não tem forças sequer para ir a uma reunião de oração? Como pregarão se não tem ânimo sequer para ir às vigílias? A Igreja moderna tem se tornado um alvo fácil para o diabo. Ele usa as armas chamadas “preguiça”, “desânimo” e “mundanismo”. São poderosas para atravancar qualquer projeto de Igreja. Como a Igreja vai crescer se o povo não comparecer? Como os visitantes se sentirão quando vierem à Igreja e não virem nenhum oficial? Seja presbítero ou diácono? E os novos convertidos? Será que eles se sentem empolgados com a obra de Deus ao verem a Igreja vazia?
Você quer sair dessa apatia espiritual? Deseja ser um (a) vencedor (a)? Então comece a evangelizar. Faça diferença onde você vive, porque evangelizar começa com a vida. Mas envolva-se também com a Igreja, estar presente nos trabalhos semanais é de grande valor na obra de evangelização. Nesse ano tivermos muitas e muitas oportunidades de falar do amor de Deus, e aqueles que estão dispostos a servir aproveitaram-nas; mas a Igreja é o Corpo de Cristo, não é somente o Pastor e um pequeno grupo que tem deveres para com Deus; cada membro do Corpo de Cristo tem seus deveres para com Deus. Dizem que “andorinha sozinha não faz verão”, e na Igreja acontece o mesmo. Somos um povo muito desunido, precisamos nos unir mais e fortalecer as bases da vida da Igreja. Não pensemos que o Seminarista Diego vai fazer milagres. Ele vai fazer a obra que Deus lhe mandou fazer. E você, está fazendo o que você prometeu a Deus em sua Profissão de Fé? Você prometeu sustentar essa Igreja, com dízimos, orações e presença. Não é só dízimo e oração, tem que estar presente nos trabalhos, e isso em si já é uma forma de testemunhar.
Participar da vida da Igreja é um privilégio, uma honra para nós. Quem pensa que isso é um fardo, está zombando de Deus. Cuidado, de Deus não se zomba! (Gl 6:7). Deus pode nos punir severamente, se Ele quiser. E uma das maneiras mais terríveis de Deus nos punir é como Seu silêncio. Infelizmente, creio que Ele já está nos castigando. Depois de dois anos pregando, anunciando, insistindo e exortando, continuamos com os trabalhos de quintas e terças-feiras restritos a apenas alguns irmãos e irmãs que pela graça de Deus tem comparecido. Muitos e muitos têm sistematicamente deixado esses trabalhos de lado. Se dependesse deles já teria cessado.
Nota-se então que o mal tem prevalecido em muitas vidas, pois a recusa constante e sistemática da graça de Deus, e o estudo bíblico e a oração são canais da graça de Deus, denotam a frieza de coração. Se Deus não está falando ao seu coração, você deveria começar a chorar diante dEle, pois esse é um dos piores castigos: o silêncio de Deus. Mas o texto bíblico é claro ao dizer que prevaleceremos por causa da palavra do nosso testemunho. Se você está vivo (a) ainda tem chance.
3 – SACRIFÍCIO
“Ele o venceram porque mesmo em face da morte, não amaram a própria vida”
A terceira verdade da qual depende a nossa vitória é nossa entrega total a Deus, nossa abnegação total, negar-se a si mesmo, não amar a própria vida em face da honra a Deus.
Precisamos compreender que inicialmente o texto trata dos mártires da fé, aqueles que deram suas vidas pelo nome de Cristo. Lembremos que esse é um cenário apocalíptico, e que muitos já morreram e morrerão por amor a Cristo. Isso particularmente me deixa com um certo senso de inferioridade. Sim, pois se tanto sangue já foi derramado pela Palavra de Deus, e tantos ainda morrem hoje e morrerão muitos mais pelo Evangelho, penso: o que tenho eu sofrido por amor a Cristo? Nada???
Vivemos na era da busca do prazer e do conforto, falar em sofrer por Cristo, em muitas Igreja é uma heresia, afinal, para eles (não para nós, que somos uma Igreja Reformada) Igreja que buscam a prosperidade, isso não cai bem. Mas nós não, nós estamos prontos a morrer por Cristo, amém????
“Então, lhes disse Jesus: Todos vós vos escandalizareis, porque está escrito: Ferirei o Pastor, e as ovelhas ficarão dispersas. Mas, depois da Minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galiléia. Disse-lhe Pedro: Ainda que todos se escandalizem, eu, jamais! Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que duas vezes cante o galo, tu Me negarás três vezes.” Marcos 14:27-30.
A verdade é que somos bons para criticar os outros, mas precisamos tomar uma posição mais séria ao lado do Senhor. Precisamos deixar a síndrome (doença) de Pedro e ser mais firmes ao lado de Cristo.
No término das Bem-Aventuranças, Jesus afirma que quem sofre por Ele é bem-aventurado, ou seja, muito feliz!
“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mateus 5:11-12
Se não estivermos dispostos a dar nossa vida por Cristo, não sairemos vencedores, estaremos fadados à derrota.
“Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de Mim, achá-la-á.” Mateus 16:25.
É necessário perder para ganhar, é necessário doar-se para receber, é necessário servir a Cristo em tudo e de todas as formas para ser vencedor, isso é o significado de “não amar a própria vida”. Não é suicídio, mas disposição para servir ao Senhor com toda a intensidade necessária.
Se não estivermos dispostos a servi-Lo assim, estaríamos prontos a morrer por Ele? Ou O negaríamos e receberíamos de imediato a “marca da besta”? (Ap 13:16-18; 14:9-13).
CONCLUSÃO
Vivamos a vitória que Cristo nos concedeu!
- Dependamos de sua graça, ela é melhor que a vida (Sl 63:3);
- Tenhamos uma vida de testemunho e uma palavra de testemunho em nossos lábios;
- Façamos o sacrifício que for necessário para agradar a Deus (Rm 12:1.
Que Deus nos abençoe e nos guarde!
Material de apoio:
ABA – A Bíblia Anotada;
BEG – Bíblia de Estudo de Genebra.
SDG – A DEUS TODA GLORIA!!!
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