APARECIDA, SÍMBOLO DA IDOLATRIA NO BRASIL


“Não terás outros deuses diante de Mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos Céus, nem embaixo na Terra, nem nas águas debaixo da Terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque Eu Sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que Me amam e guardam os Meus mandamentos.” Êxodo 20:3-6.

O Padre Júlio J. Brustoloni, missionário redentorista, no seu livro "História de Nossa Senhora da Conceição Aparecida — A Imagem, o Santuário e as Romarias" - p. 115, após achar que a imagem é motivo de contradição para muitos crentes (protestantes, evangélicos, especialmente pentecostais), diz: 

"O mais grave não é negar o culto à imagem de nossa senhora aparecida, mas sim não aceitar o papel de Maria no plano de salvação estabelecido por Deus. Eles aceitam que o seu Filho nasceu de uma mulher, Maria, mas não reconhecem o culto devido àquela mulher que esmagou com sua descendência a cabeça do demônio, e que, por vontade de Deus, foi colocada em nosso caminho de salvação para interceder por nós." (???)

Com um único versículo da Bíblia, provavelmente muito conhecido pelo padre, sua teoria é desmontada: "Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto" (Mt 4.10b). Além do mais, não acreditamos que aquela imagem de barro, intitulada "nossa senhora da conceição aparecida", seja um retrato de Maria, mãe do Senhor Jesus Cristo, conforme nos revela a Bíblia Sagrada. (E ainda que fosse jamais poderia ser objeto de culto, se observadas as Sagradas Escrituras, nas quais o Senhor Deus é claro em proibir o culto às imagens. Leia o Salmos 115).

São declarações como as do padre Júlio J. Brustoloni, ou o espantoso livro de S. Afonso de Ligório "As Glórias de Maria", que transferem, sem a menor cerimônia, todos os atributos e honras que pertencem exclusivamente ao Senhor Jesus para Maria ou a tentativa malabarista da CNBB com o livreto "Com Maria, Rumo ao Novo Milênio" - uma forçosa tentativa de justificar o culto mariano, é que nos faz pronunciar, mostrando um outro caminho, aquele da Bíblia, sem retórica ou esforço, um caminho cândido, sereno e verdadeiro, com todo respeito e amor aos católicos romanos, que todo cristão deveria ter, apresentando-se firmes no tocante a sã doutrina (2 Tm 4:1-5).

Trata-se de uma pequena imagem de barro, medindo 39 centímetros e pesando aproximadamente 4,5 kg, sem o manto e a coroa, que foram acrescentados (1). As Anuas dos Padres Jesuítas de 15 de janeiro de 1750, dizem que, aquela imagem foi moldada em barro, de cor azul escuro; é afamada por causa dos muitos milagres realizados (2). Dr. Pedro de Oliveira Neto, que estudou a imagem, apresentando o resultado em 13 de abril de 1967, afirma, em contrapartida:

"A imagem encontrada pelos pescadores junto ao Porto de ltaguaçu, e que hoje se venera na Basílica Nacional, é de barro cinza claro, como constatei, barro que se vê claramente em recente esfoladura no cabelo" (3). 


A mesma conclusão chegaram os artistas do MASP — Museu de Artes de São Paulo - em 1978, declarando:

"Constatamos pelos fragmentos da Imagem em terracota, que ela é da primeira meta de do século XVII, de artista seguramente paulista, tanto pela cor como pela qualidade do barro empregado e, também, pela própria feitura da escultura" (4). 


Essa pequena imagem feita de barro representa Maria para o catolicismo romano.

Segundo o Dr. Pedro de Oliveira Neto, a imagem de barro foi feita por um discípulo do Frei Agostinho da Piedade: 


"A Imagem de nossa senhora aparecida é paulista, de arte erudita, feita provavelmente na primei ra metade de 1600, por discípulo, mas não pelo próprio mestre, do beneditino Frei Agostinho da Piedade. Os estudiosos, observando o estilo da imagem, concluíram que o autor da imagem foi o Frei Agostinho de Jesus, sendo provavelmente esculpida em 1650, no mosteiro beneditino de Santana de Parnaíba, SP" (5).

Apresentaremos algumas hipóteses razoáveis, embora nunca tenhamos a certeza do fato. Nossa análise levará em consideração apenas as possibilidades culturais, religiosas e históricas. O livro de Gilberto Aparecido Angelozzi, "Aparecida a Senhora dos Esquecidos", Ed.Vozes; Capítulo III — p. 55-66, expõe alguns possíveis motivos sobre o assunto em questão. Partindo do princípio de que realmente os pescadores acharam a imagem da Conceição Aparecida no rio, podemos então desenvolver as seguintes idéias:

* A teoria de que a imagem foi trazida pelos colonizadores brancos;
* Por famílias que se instalaram no vale do Paraíba;
* Pelos bandeirantes, pois eles carregavam imagens de Maria por onde quer que passassem;
* Pelos missionários carmelitas, franciscanos e jesuítas que passaram por aquela região;
* Por algum comerciante ou vendedor ambulante e ter sido quebrada em sua bagagem;
* Poderia fazer parte de um oratório familiar e, ao ter sido quebrado o pescoço da imagem, ter sido lançada ao rio.
* A teoria de que a imagem foi lançada no rio por escravos negros. Algum escravo negro, devido ao sincretismo religioso, poderia associar a imagem à de algum orixá, especialmente aos que estão associados às águas; poderia ter lançado a imagem nas águas como um oferecimento a algum orixá, fazendo pedidos relacionados à saúde: engravidar, gravidez de risco, proteção à criança etc; poderia ter sido lançado nas águas para se obter riquezas, ouro, dinheiro, pedras preciosas etc.
* A teoria das lendas indígenas. Uma lenda indígena relata que eles criam na grande cobra que habitava nos rios, a Cobra Norato. Durante o dia era uma terrível cobra e à noite era um jovem que dançava com as moças. Algum padre teria lançado a imagem para proteger os índios;
* Outra lenda diz que, na cidade de Jacareí, apareceu uma grande cobra e alguém a enfrentou lançando a imagem da imaculada conceição ao rio, fazendo com que a cobra fugisse.
* A teoria oficial da Igreja Católica Romana. O catolicismo romano possui duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (1 Livro do Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá) e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma (Annuae Litterae Provinciae Brasilíanae, anni 1748 et 1749) (6).

A narrativa diz basicamente que, no ano de 1719, os pescadores Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso lançavam suas redes no Porto de José Corrêa Leite, prosseguindo até o Porto de ltaguassu. Lançando João Alves a sua rede de rastro neste porto, tirou o corpo da Senhora, sem cabeça. Lançando mais abaixo outra vez a rede, conseguiu trazer a cabeça da mesma Senhora. Não tinham até aquele momento apanhado peixe algum. A partir de então, fizeram uma copiosa pescaria que encheu as canoas de peixes. Após esse milagre, surgiram outros relacionados à imagem.

* A explicação do Dr. Aníbal Pereira dos Reis. Segundo o Dr. Aníbal Pereira dos Reis ex-sacerdote, ordenado em 1949, formado em Teologia e Ciências Jurídicas pela Pontifica Universidade Católica de São Paulo, em seu livro "A Senhora Aparecida", Edições Caminho de Damasco Ltda, SP, 1988; trata-se de uma grande armação do padre José Alves Vilela , pároco da matriz local. Segundo suas investigações, foi o padre José Alves Vilela quem colocou a imagem no rio e iniciou planejadamente a divulgação dos supostos milagres, além de estar manipulando todo tempo a imagem e divulgando seus supostos milagres.

Pequena cronologia da imagem:
1717— Pescadores apanharam no rio a imagem da conceição aparecida;
1745-1903 — A festa principal da conceição aparecida é celebrada em 08 de dezembro;
1888 — No dia 06 de novembro, a princesa Isabel visita pela segunda vez a basílica e deixa como ex-voto uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis;
1929 — Celebração dos 25 anos da coroação de maria em um congresso mariano;
1930— No dia 16 de julho, o papa Pio XI assina o decreto, declarando conceição aparecida a padroeira do Brasil;
1931 — No dia 31 de maio, a imagem de barro da conceição aparecida é declarada, oficialmente, na Capital Federal, a padroeira do Brasil. Getúlio Dornelles Vargas, era o presidente naquela época.

Segundo o padre Júlio J. Brusto loni, Na Esplanada do Castelo, outra multidão aguardava a chegada da imagem milagrosa. No grande estrado, junto do altar da padroeira, encontravam-se o Presidente da República, Dr. Getúlio Dornelles Vargas, Ministros de Estado, membros do Corpo Diplomático credenciados junto do nosso governo, e outras autoridades civis, militares e eclesiásticas. O Sr. Núncio Apostólico, dom Aloísio Masella, estava ao lado do Presidente e sua família. Na Esplanada, a Imagem percorreu as diversas quadras para que o povo pudesse vê-la de perto, e, ao chegar ao altar, dom Leme deu-a a beijar ao Presidente e sua família. Um silêncio profundo invadiu a Esplanada, quando a imagem foi colocada no altar. Após o discurso de saudação, com Leme iniciou o solene ato da proclamação de nossa senhora aparecida como padroeira do Brasil (7). Segundo relata o padre Júlio, após a cerimônia, o povo católico romano gritou: "senhora aparecida, o Brasil é vosso! rainha do Brasil, abençoai a nossa gente. Paz ao nosso povo! Salvação para a nossa pátria! senhora aparecida, o Brasil vos ama, o Brasil em vós confia! senhora aparecida, o Brasil vos aclama, salve rainha!" (8).

O que é idolatria
Vejamos algumas definições: Ídolo. S.m. 1. Estátua ou simples objeto cultuado como deus ou deusa, 2. Objeto no qual se julga habitar um espírito, e por isso venerado. 3. Fig. Pessoa a quem se tributa respeito ou afeto excessivo.

Idólatra. Adj. 2 g. 1. Respeitante à, ou próprio da idolatria. 2. Que adora ídolos. 3. Idolátrico (2). * s. 2 g. 4. Pessoa que adora ídolos.

Idolatrar. V t. d. 1. Prestar idolatria (1) a; amar com idolatria (1); adorar, venerar. 2. Amar com idolatria (2), com excesso, cegamente. Int. 3. adorar ídolos; praticar a idolatria (1). Idolatria. SE. 1. Culto prestado a ídolos. 2. Amor ou paixão exagerada, excessiva (9).

Idolatria- 1. Essa palavra vem do grego, eídolon, ídolo, e latreúein, adorar. Esse termo refere-se à adoração ou veneração a ídolos ou imagens, quando usado em seu sentido primário. Porém, em um sentido mais lato, pode indicar veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, ambição etc, que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que lhe devemos (10).

O culto à imagem esculpida, deuses de fundição, imagem de escultura, estátua, figura de pedra, imagens sagradas ou ídolos é idolatria e profanam a ordem divina.

Deus proibiu ao seu povo a confecção e o culto a imagens, estátuas etc, visto que os povos pagãos atribuíam a esses artefatos de barro, madeira ou outro material corruptível, um caráter religioso. Acreditavam, além do mais, que a divindade se fazia presente por meio dessa prática. O Deus Todo-Poderoso ensinou seu povo a não cultuar imagens. Sua Palavra era tão poderosa no coração do seu povo, que, embora muitos homens santos, profetas e sacerdotes, homens exemplares, com todas as virtudes para serem canonizados (os heróis da Bíblia), não foram pretextos para serem adorados ou cultuados, nem fizeram suas imagens e nem lhes prestaram culto. Deus proibiu seu povo de fabricar imagens de escultura, de fundir imagens para cultuá-las (Ex 20:23 e 34:17).

Algumas imagens que Deus mandou fazer não tinham por objetivo elevar a piedade de Israel e nem serviam de modelo para reflexão ou conduta. Eram apenas símbolos decorativos e representativos. Deus mandou fazer a Arca da Aliança; mandou fazer figuras de querubins no Tabernáculo e no Templo, entre outros utensílios (1 Rs 6:23-29; 1 Cr 22:8-13; 1 Rs 7:23-26) , além de outros ornamentos (1 Rs 7:23-28). Essas figuras, porém, jamais foram adoradas ou veneradas, ou vistas como objeto de culto. Se os filhos de Israel tivessem adorado, cultuado ou venerado esses objetos, sem dúvida, Deus mandaria destruí-los. Foi isso o que aconteceu com a serpente de bronze, levantada por Moisés no deserto, quando se tornou objeto de culto (2 Rs 18:4).

Quando analisamos esta questão na história da nação de Israel, o povo que recebeu os mandamentos de Deus e a preocupação dos judeus religiosos em manter-se fiéis, podemos entender que, apesar do Antigo Testamento proibir a confecção de imagens relativamente, no entanto a adoração ou culto a imagens era absolutamente proibido: "Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto" (Ex 20;4b).

Em algumas sinagogas do século III e até hoje encontramos pinturas de heróis da fé em seus vitrais etc, jamais, entretanto, veremos judeus orando, cultuando ou invocando Moisés, Abraão ou Ezequiel.

Não encontramos argumento algum que justifique o culto, veneração ou a fabricação de imagens no Novo Testamento.

O culto aos santos só começa a partir de cem anos, aproximadamente, depois da morte de Jesus, com uma tímida veneração aos mártires (11). A primeira oração dirigida expressamente à "mãe de Deus" é a invocação "subtuum praesidium", formulada no fim do século III ou mais provavelmente no início do século IV (12). Não podemos dizer que a veneração dos santos - e muito menos a da "mãe de Cristo" - faça parte do patrimônio original da (Igreja cristã) (13).

Prezado leitor, o culto às imagens será sempre uma abominação a Deus. E a marca e a continuidade do paganismo (1 Co 10:19-21). Cristianismo é a fé exclusiva na obra do Senhor Jesus Cristo (Jo 3:16; Rm 5:8; Ef 2:8-9; 1 Tm 2:5; Tt 2:11). E adoração exclusiva a Deus: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás" (Mt 4:10).

Notas:
1 Aparecida, Capital Mariana do Brasil. Autor Professor. Oswaldo Carvalho Freitas, Editora: Santuário. Aparecida-SP p.85.
2 História de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Autor: Júlio J. Brustoloni, Editora: Santuário. Aparecida-SP p. 20
3 Mesmo livro citado, p. 20-21 - nota de rodapé 5.
4 Mesmo livro citado, p. 21 - nota de rodapé 6.
5 Mesmo livro citado, p. 21-22.
6 Mesmo livro citado, p. 43.
7 Mesmo livro citado, p. 346.
8 ldem - p. 347.
9 Dicionário Aurélio de Holanda Ferreira.
10 Enciclopédia de Norman Champlin-SP. Vol 3, p. 206.
11 O Culto a Maria Hoje. Autores: Vários. Sob a direção de Wolfgang Beinert. Editora: Paulinas. São Paulo-SP p.33.
12 O mesmo livro citado. p. 33.
13 O mesmo livro citado. p. 33.


IPB de Vila Gerti, S.C.Sul / SP, Escola Bíblica Dominical 13/10/13.

Centro Apologético Cristão de Pesquisas.

SDG - A DEUS TODA GLÓRIA!!!

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