SENEGAL - COMUNICADO OFICIAL DA APMT
A APMT – Agência Presbiteriana de Missões Transculturais, da Igreja Presbiteriana do Brasil, vem com extrema alegria informar a todos que nossos irmãos Rev. José Dílson Alves da Silva (APMT), e Zeneide Novaes Morais (Missão Servos), receberam a liberdade provisória hoje 05/04/2013, às 16h10m. Já estão fora do presídio. No prazo de até 30 dias, haverá o julgamento do processo.
Tanto o Rev. José Dílson como a Zeneide cumprirão os procedimentos que envolvem a sua liberdade provisória. O juiz responsável pelo caso definirá quais serão os protocolos que ambos deverão observar nessa fase.
Precisamos continuar a orar e buscar a sabedoria do Senhor para que os advogados contratados pelo APMT – IPB tenham a sabedoria no acompanhamento processual e no levantamento de provas para inocentá-los definitivamente.
Expressamos a mais alta estima e gratidão a todos aqueles que têm investido seu tempo para que essa causa chegue a bom termo e glorifique ao Deus que nos chama para servi-Lo e adorá-Lo.
Em nome de toda a equipe da APMT no Brasil e no Senegal,
Rev. Marcos Agripino C. de Mesquita
Executivo da APMT – IPB
Central de Notícias APMT.
Missionários José Dilson e Marli - APMT |
Missionária Zeneide Novaes - Missão Servos |
Missionários brasileiros enfrentam drama em presídio senegalês
Celas superlotadas, ratos e baratas, calor, falta de ventilação, mau cheiro, roupas e bagagens penduradas em todas as paredes. Bem parecido com um presídio brasileiro, esse é o cenário da Casa de Detenção e Correção de Thiès, no Senegal, onde estão presos desde novembro do ano passado os missionários brasileiros José Dilson Alves da Silva, de 45 anos, e Zeneide Moreira Novais, de 53. Eles são acusados de sequestro e exploração de menores que são na verdade abrigados pelo Projeto Obadias, de proteção a crianças e adolescentes de rua em Dakar.
Um detalhe chama a atenção nessa história: até hoje ninguém tem prova documental das acusações. Nem as famílias do José Dilson e da Zeneide, nem as agências missionárias às quais pertencem, nem a Embaixada do Brasil, afirma Antonio Carlos Costa, líder do Rio de Paz, que está em Dakar, com o objetivo de dar assistência aos missionários.
À ONG Rio de Paz, José Dilson fez o seguinte relato:
"Eu passo todos os dias, das 17h às 9h, numa cela de 40 metros quadrados, que abriga média de 45 presos. Durmo de lado com o rosto colado no rosto do companheiro de cela. Quando a posição me cansa, viro para o lado do pé. Somos forçados a viver tão próximos fisicamente uns dos outros, que muitas vezes é impossível dormir. Outro dia, um teve diarreia. Ele se levantou e teve que passar entre nós sujando de fezes o meu colchão. Os ratos são um grande tormento. Esta noite acordei com um rato morto debaixo do meu colchonete. Às vezes sinto eles andando nas minhas pernas, e com eles tenho que dividir a comida. Frutas, biscoitos e o que tenho que guardar para os momentos entre as refeições. Eu me alimento do que eles já roeram. Não há um dia em que não chore. Já perdi uma obturação e quebrei dois dentes por passar a noite rangendo. Só consigo me recompor após orar."
No dia 31 de janeiro passado, o juiz de instrução visitou o projeto social brasileiro, entrevistando os 15 meninos de rua que ali encontravam-se abrigados. Nenhuma das crianças acusou os missionários de maus tratos, trabalho escravo ou tráfico de menor. Os meninos manifestavam, sim, medo de voltarem às ruas. Dias depois o juiz decidiu ouvir também o pai de um menino senegalês, que havia pedido ao José Dilson para acolhê-lo no abrigo, já que afirmava não ter a mínima condição de prover para ele alimentação e educação.
Antônio Carlos Costa informa que no dia seis de março os advogados fizeram um apelo ao Tribunal de Recursos de Dakar, solicitando novamente a soltura dos missionários. A partir daquela data, o tribunal tem 30 dias para se pronunciar.
Ouvimos José Dilson e Zeneide na prisão. Conversamos com seus médicos, voluntários brasileiros que fazem trabalho social em Dakar. A condição de saúde do José Dilson é precária. Além das dificuldades de encarceramento, José Dilson apresenta taxa de diabete alta o suficiente para o matar aos poucos. Para não mencionar o estado psicológico. Zeneide fala de outras tantas dificuldades que tem enfrentado. Ninguém pode dizer se eles conseguirão resistir, disse ao nosso blog Antônio Carlos Costa.
O Ministério das Relações Exteriores, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que a embaixadora do Brasil em Dakar, Maria Elisa Luna, ajudou na contratação de advogados que defendem os missionários e buscam acelerar os trâmites de legalização do projeto social, que não havia sido registrado no país, como eles supunham.
O Globo.
Leia o artigo da Missão Portas Abertas.
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