A PALAVRA DO MESTRE - O EFEITO DAS NOSSAS PALAVRAS


O Efeito das Nossas Palavras
Por: Rev Nelson França

MATEUS 5:16
"Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus."

As práticas cristãs são essenciais para o nosso testemunho. Isto é confirmado por diversos textos bíblicos: Tg 1:22, 1 Pe 2:12.
Como observamos, são constantes as exortações bíblicas com relação à nossa prática.
Talvez, até por isso, atos sempre recebam uma atenção especial.
O que de certa forma é natural. Pois, todos nós devemos nos preocupar com o efeito que nossos atos causam; com o exemplo que eles deixam; com o juízo emitido sobre eles.
Enfim, as nossas obras conforme o texto básico servem de testemunho e glorificam a Deus.
Alguém já disse que: “os nossos atos falam mais alto que as nossas palavras”.
É verdade. Se eu disser olhem para a minha esquerda e apontar com o braço a minha direita para onde todos olharão?
Mas, hoje queremos tratar acerca do efeito das nossas palavras.
Conforme um filósofo, o fato de Deus nos dar 02 ouvidos e 01 boca, indica que devíamos ouvir p/ menos 02 vezes mais do que falamos.
Porém, a maioria fala muitas vezes mais do que ouve. E como diz a Escritura: “no muito falar não falta transgressão”, e mais, “o que modera os lábios é prudente”.
Sou levado a crer, que Deus permite que muitas coisas ocorram no meio cristão, e, (porque não dizer, no nosso meio), para nos provar; ajudar nos conhecer. Quem sabe conduzir-nos a avaliar o quanto nós falamos, criticamos, emitindo opiniões desnecessárias sobre coisas e fatos que não conhecemos com a devida profundidade.
O problema é não considerarmos, que além da pessoa a quem expressamos tudo o que pensamos e do modo que bem entendemos Deus também nos ouve.

E, infelizmente, temos nos preocupado mais com as conseqüências dos nossos atos, do que com as conseqüências das nossas palavras.

Alguns chegam a dizer: “palavras são palavras nada mais do que palavras”.
O problema é que Deus não vê assim.
À luz da Bíblia podemos descobrir que Ele vê mais que o desabafo; compartilhar; ira ou indignação: vê o espírito do nosso desabafo...
Vocês lembram de Esaú... sem querer inocentar a atitude de Jacó... faminto ele disse acerca do seu direito de primogenitura Gn 25:32: “de que me aproveitará o direito de primogenitura?” v.34 “desprezou Esaú o seu direito de primogenitura”.
Talvez para Esaú fossem apenas palavras ditas num momento de fome.
Muitos, nos momentos de pressão, ira, falam coisas sem pensar, blasfemam, acusam. Falam contra Deus, pessoas, igreja, e em geral, nem depois pensam no que falaram.
Esaú, esqueceu as coisas ocorridas naquele dia, Deus não (Hb 12:16).
Miriã é chamada profetisa, irmã de Arão e Moisés – liderou as mulheres num louvor a Deus quando saíram vitoriosos do Egito.
Mas certo dia juntamente com Arão falou coisas que não devia. Se deu o direito de expressar isto verbalmente, pôs pra fora coisas ruins que estavam em seu coração.
Nós também por vezes agimos assim. Emitimos comentários maléficos, juízo duro, acusações; coisas que contaminam achando que tudo ficou apenas entre eu e o ouvinte com quem desabafei; um irmão(ã); minha esposa; meu filho; os quais (no íntimo), quero que pensem como eu.
No dia em que falaram estas coisas Miriã e Arão imaginavam que suas palavras chegavam apenas aos ouvidos um do outro.
Porém, as coisas não são bem assim. Vejam Nm 12:1-2. Talvez na visão deles era para ser apenas um comentário; desabafo.
Mas, foram duramente repreendidos, e Miriã só não ficou leprosa para sempre porque o Senhor atendeu à intercessão de Moisés.
Isto é, não pensemos que nossos comentários ficam apenas conosco e com quem ouviu.
Podemos ainda lembrar Mical. Esposa de Davi. Importante no reino. Podia se sentir no direito de dar suas opiniões; desabafos.
E certa vez, quando viu a Davi que vinha pelas ruas junto com todo povo adorando a Deus com danças, não poupou nem mediu as suas palavras contra Davi 2Sm 6:20.
Davi lhe deu uma resposta conforme os vs. 21-22.
Mas, não ficou só nisto – sutileza v.23.
Irmãos todas estas coisas nos ensinam acerca do cuidado, zelo que devemos ter no nosso falar.
Estas passagens nos advertem para o fato que podemos vir a sofrer ou mesmo estar sofrendo em decorrência de nossas palavras.

Muitos diante do sofrimento avaliam o que fizeram, mas, não avaliam o que falaram.

E assim tomando circunstâncias como justificativa:
*verbalizamos palavras impensadas, como Esaú;
*emitimos comentários maldosos; juízos precipitados; acusações indevidas como Miriã/Arão
*nos julgamos no direito de falar contra as pessoas sem poupar ou medir as palavras como Mical
Tudo isso trouxe para Esaú, Miriã e Mical: perdas irreparáveis; enfermidade; vergonha permanente...
Finalmente, se achamos que apenas nossos atos são pesados, passemos a considerar no quanto Deus está atento às nossas palavras.
Avaliação.

Temos cometido o erro de nos preocupar mais com os nossos atos que com as nossas palavras? Temos tomado circunstâncias para justificar desabafos? Nos preocupamos com nossas palavras ao tecermos comentários com respeito às pessoas? Temos medido as palavras quando dirigimos uma reprovação diretamente a alguém?
Será que estamos atentos ao fato que Deus não só ouve, mas, atua com respeito às nossas palavras?

Esaú, Miriã, Mical, sofreram duras disciplinas não pelo que fizeram: pelo que falaram.

Sermão pregado em 24.08.2008, publicado com autorização.
O Rev Nelson é Pastor da Igreja Presbiteriana de Praia Grande / SP.

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