ASPECTOS FUNDAMENTAIS PARA O CRESCIMENTO
Aspectos Fundamentais Para o Crescimento
Por: Rev. Valdeci S. Santos
Crescer espiritualmente, atingir a medida da estatura de Cristo (Ef 4.13), é um alvo a ser perseguido por todo cristão verdadeiro. Contudo, nesta área não faltam propostas mirabolantes e falsas. Na ânsia de obter um crescimento rápido, algumas pessoas acabam caindo em armadilhas que as desviam da cruz e do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. No Novo Testamento, isso aconteceu com os gálatas (cf. Gl 3.1-4) e com alguns membros da igreja de Éfeso, onde Timóteo era pastor (cf. 1Tm 1.6-7). O problema é que sempre pode aparecer alguém reivindicando possuir uma nova “estratégia”, “visão” ou “método” que promete uma transformação imediata de alguém em um “supercrente”. Algumas dessas propostas oferecem “oração ungida”, um “encontro secreto”, um “novo método de jejum”, um “milagre especial”, etc. Não importa o que seja ou quão fascinantes essas propostas sejam, o fato é que elas acabam por desviar o crente dedicado do caminho fundamental para o seu crescimento em troca de uma ilusão extraordinária. Assim como acontece na área biológica, o crescimento espiritual requer disciplina e, acima de tudo, o compromisso diário com alguns aspectos básicos, sem os quais não há qualquer progresso verdadeiro. Esses aspectos básicos são fundamentos que nunca podem ser ignorados. Abaixo se encontra uma apresentação de quatro desses meios para o avanço na caminhada com Cristo.
Leitura sistemática da Bíblia. Paulo indica que uma das marcas da maturidade cristã é a firmeza na verdade, ou seja, a capacidade de não ser “agitado de um lado para outro e levado ao redor por todo vento de doutrina” (Ef 4.14). Para que isso aconteça, o apóstolo exorta os cristãos a “seguirem a verdade em amor” (Ef. 4.15). O próprio Jesus definiu a verdade como a Palavra de Deus, pois orou: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). Dessa forma, o verdadeiro crescimento espiritual requer leitura, meditação e prática contínua da Palavra de Deus. Somente assim o cristão pode ser lavado de suas impurezas pela Palavra (Ef 5.26). Assim como o banho esporádico não ajuda no processo de limpeza do corpo, a leitura ocasional da Bíblia não contribui para o genuíno crescimento espiritual.
Prática da oração. Segundo Jesus, orar é buscar intimidade com o Pai (Mt 6.9) e assim, como uma criança recém-nascida chora pela presença da mãe, o verdadeiro cristão clama diariamente por uma comunhão verdadeira com Deus. A oração é tão importante que o próprio Jesus, o filho primogênito do Pai, não a desprezou. Na verdade, a Bíblia afirma que ele diligentemente buscava ocasiões especiais para orar (cf. Mc 1.35 e Lc 22.39-44). Dessa forma, é esperado que os discípulos de Jesus sejam pessoas dedicadas à prática da oração (cf. Lc 22.40, 1Ts 5.17 e Tg 5.16). Os que descuidam de uma vida de oração geralmente deixam de exercitar a dependência de Deus e caem em muitas tentações por não vigiar e orar.
Comunhão fraternal. Embora a conversão a Cristo seja uma experiência individual, a vida cristã não é individualista. Quando uma pessoa se torna cristã é, imediatamente, adotada na família de Deus (Rm 8.15). Certamente isso possui implicações espirituais, mas também relacionais, ou seja, a vida cristã genuína se ocupa com o contínuo exercício da comunhão fraternal. Por essa razão o escritor da carta aos Hebreus exorta: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb 10.25). Os ajuntamentos cristãos podem ser fontes de grande fortalecimento e encorajamento espiritual, pois os cristãos são mutuamente dependentes como membros do corpo de Cristo (1Co 12).
Testemunho. O testemunho cristão, ou seja, o ato de compartilhar a fé em Cristo com outras pessoas, é parte integral do compromisso com o Salvador. O próprio Jesus disse: “ (. . .) todo aquele que me confessar diante do homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.32-33). Ele também disse que os seus discípulos seriam suas testemunhas (cf. At 1.8). Os primeiros discípulos entenderam isso como a responsabilidade que tinham de proclamar o evangelho de Cristo a outras pessoas (cf. At 2.32, 3.15, 5.32, etc.). É claro que a pregação verbal deve se comprovada por meio de um viver reto e coerente com o testemunho apresentado. Contudo, à medida que o cristão apresenta Cristo aos outros, cumpre o propósito de Deus que o salvou para proclamar suas virtudes, o que resulta em crescimento e satisfação espiritual (1Pe 2.9-10). Cada cristão é responsável por encontrar os meios mais adequados de proclamar o evangelho às pessoas ao seu redor. Em resumo, ao invés de consumir tempo e esforços na busca de um “método mágico” que resulte em crescimento instantâneo, o verdadeiro cristão deve manter o enfoque nos exercícios fundamentais da fé cristã. Este pode não ser o caminho mais atrativo e nem o mais fácil, mas certamente é o mais seguro.
Extraído do Jornal Brasil Presbiteriano edição de março de 2008.
O Rev. Valdeci S. Santos é Pastor Presbiteriano.
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