INTRODUÇÃO AO NT - RECONHECIMENTO PROGRESSIVO DOS LIVROS DO NT

Por: Rev. Ivan Pereira Guedes

Desde o principio, dentro do progresso inspirado, preservou-se livros que viriam a constituir o cânon neotestamentario. Eles foram copiados e circulavam entre as igrejas primitivas. A ausência da elaboração de uma lista oficial destes livros arrastou o processo de reconhecimento universal por vários séculos.

Há fortes indicativos de que desde muito cedo, ainda que de forma embrionária, começou-se a coligir os escritos apostólicos que pudessem ser autenticados. Este trabalho incipiente constituiu-se na base onde se estruturou todo o processo canônico do Novo Testamento, como muito bem coloca Norman Geisler:

“Assim, o processo de canonização desde o inicio da igreja estava em andamento. As primeiramente igrejas foram exortadas a selecionar apenas os escritos apostólicos fidedignos. Desde que determinado livro fosse examinado e dado por autentica, fosse pela assinatura, fosse pelo emissário apostólico, era lido fosse examinado e dado por autêntico, fosse pela assinatura, fosse pelo emissário apostólico, era lido na igreja e depois circulava entre os crentes de outras igrejas. As coletâneas desses escritos apostólicos começaram a tomar forma nos tempos dos apóstolos. Pelo final do século I, todos os 27 livros do Novo Testamento haviam sido recebidos e reconhecidos pelas igrejas cristãs. O cânon estava completo e todos os livros haviam sido reconhecidos pêlos crentes de outros lugares. Por causa da multiplicidade dos falsos escritos e da falta de acesso imediato às condições relacionados ao recebimento inicial de um livro, o debate a respeito do cânon prosseguiu durante vários séculos, até”. que a igreja universal finalmente reconheceu a canonicidade dos 27 livros do Novo Testamento.”

A Amplitude do Cânon Neotestamentário
Ainda dentro desta questão literária, podemos, de forma sucinta, elaborarmos uma classificação centrífuga, partindo dos canônicos, no que se refere à aceitação dos vários livros:

Livros aceitos por todos: são chamados também de “homologoumena” [unanimemente, de acordo] e se constitui daqueles livros do cânon que foram aceitos unanimemente, desde o início, sem objeções. Em geral, dos 27 livros do NT, 20 são homologoumena.

Livros questionados por alguns: são os chamados “antilegomena” [contradizer, falar contra, disputado, duvidoso] que são justamente os 7 livros que completam o total do cânon neotestamentário (Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse). Não significa que eles não fossem aceitos como inspirados, mas por virem a serem conhecidos universalmente somente em um período posterior. Todavia, eles foram autenticados desde o período apostólico e subapostólico, bem como pelos patristicos (conforme Anexo 1).

Livros rejeitados por todos: estes recebem também o nome de “pseudepígrafos” [escritos falsos] e foram produzidos no transcorrer dos séculos II e III. É uma literatura espúria e herética, totalmente comprometida com as idéias dos gnósticos, docéticos e ascéticos, sendo totalmente rejeitados e tendo sido classificados de “totalmente absurdos e ímpios” por Eusébio. O numero exato destas obras não se sabe, porém já foram catalogados mais de 280 destas obras.O valor destes escritos são apenas históricos.

Livros aceitos por alguns: estes são chamados livros “apócrifos” [oculto, secreto] e a diferença entre estes e os anteriormente mencionados é que alguns foram acolhidos por estudiosos do período patrístico. Mas este reconhecimento nunca foi amplo ou permanente. Geisler cita algumas razões pelas quais eles foram valorizados:
1. Revelam os ensinos da igreja do século II;
2. Fornecem documentação da aceitação dos 27 livros canônicos do Novo Testamento;
3. Fornecem outras informações históricas a respeito da igreja primitiva, no que concerne à sua doutrina e liturgia.

Diante de todas estas informações, podemos afirmar com toda convicção de que os 27 livros que compõem a nossa Bíblia hoje, sempre foram autenticados desde os primórdios do cristianismo. E aqueles que não fazem parte deste cânon nunca foram integralmente e/ou unanimemente aceitos universalmente desde o princípio.


O autor é pastor titular da IPB de Vicente de Carvalho, Guarujá / SP.

 
Bibliografia:
Geisler, Normam e Nix, William, ibid., p. 105.
Em sua excelente obra Geisler destaca de forma breve algumas razões pelas quais estes livros foram questionados em sua canonicidade, até meados do século IV. Geisler, Normam e Nix, William, ibid., pp. 115-118.

Uma vez mais apelamos para Geisler que trás uma relação extensa destas obras. Geisler , Normam e Nix, William, ibid., pp. 112-114.

Geisler, Normam e Nix, William, ibid., p. 119. Ver também a indicação de alguns destes livros, pp.119-122.

NOGUEZ, Armando. Manual para estudar a Bíblia, ed. Santuário, 2004, p. 21.


Fonte: Reflexão Bíblica.
Leia o post anterior: OS LIVROS HISTÓRICOS DO NT.
 

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