VENÇA A ANSIEDADE

3ª IPB de Barretos
Estudos Bíblicos às quintas-feiras

TEXTO BÁSICO: MATEUS 6:25-34
“Por isso, vos digo: não andeis ansiosos...”

TEXTOS PARALELOS:
Os projetos humanos – Tiago 4:13-17
O cuidado divino – 1 Pedro 5:5-11
O Deus criador – Salmos 104
Caiu carne dos céus – Nm 11:31-35
O contentamento – Filipenses 4:10-20
Fidelidade! – Malaquias 3:6-12
Descansa no Senhor – Salmos 37

OBJETIVO
Encorajamento à dependência da providência divina, vencendo assim a ansiedade.

INTRODUÇÃO
“Não estejais ansiosos...” proíbe Jesus. Mas, como viver sem se preocupar com a manutenção da vida? Como obedecer ou praticar este mandamento, nós que vivemos num país de tantas incertezas econômicas, violência nas ruas, corrupção e insegurança política? Será que é possível praticar este princípio num tempo de tantas mudanças como este em que vivemos?
A cada novo governo, um novo plano econômico. Dormimos na era do Cruzeiro e acordamos com o Real. IPCR, INPC, IPC, IGPM, IGP, UFIR, TR, etc., são tantos os indicadores e indexadores que projetam a variação dos nossos rendimentos e dos preços dos alimentos e itens de consumo.
A violência já faz parte do nosso dia a dia, são tantos os casos de estupro, pedofilia, rebeliões em presídios, chacinas e mortes, que até nos acostumamos com as notícias nos jornais. Paira uma sensação de descontentamento, medo e insegurança a nível nacional.
A família está com suas bases abaladas na sociedade moderna. Os valores morais (que tem base nos 10 mandamentos conforme Êxodo 20) estão cada vez mais sendo questionados e abandonados pelas pessoas de um modo generalizado. A liberação sexual atinge níveis de degradação jamais vistos através da expansão do homossexualismo, da prostituição, prostituição infantil.
Guerra, catástrofes naturais, seca e fome assolam a humanidade. Jamais se viu em toda história tantos terremotos e maremotos, resultado efeito estufa e do deslocamento constante das placas tectônicas. Estima-se que em breve faltará água potável em todo o planeta. Enfim são tantos os problemas que assolam a humanidade! E tudo isso tem o poder de gerar ansiedade em nós.


1 – ENTENDENDO A ANSIEDADE
“Não andeis ansiosos”. 
“Ansiosos” vem de um termo grego que significa “distrair”. Fica subentendida a idéia de duplicidade. A idéia é que a mente procura seguir em duas direções ao mesmo tempo, resultando em confusão e sofrimento. “O homem que quiser ter um tesouro nos céus (vs. 20) e que quiser servir a Deus e não às propriedades (vs. 24), deve desvencilhar-se da ansiedade” (Sherman Johnson). Na explicação de Orlando Boyer, a avareza e a ansiedade são “uma para com a outra como a lagarta para a borboleta”. A lagarta transforma-se em borboleta; aqueles que andam aflitos por falta de dinheiro, por exemplo, mostram-se avarentos depois de adquiri-lo. O amor ao dinheiro produz ansiedade nos que não tem recursos; o amor ao dinheiro produz avareza nos que o têm (Cl 3:5-6 e 1 Tm 6:10).

A abrangência da ansiedade
O “Não andeis ansiosos” é para todas as áreas da vida. É importante lembrar que Jesus não proíbe a prudência que prevê o futuro, mas o afã e o angustiar-se pelo amanhã. Ele proíbe o medo ansioso, enfermo, que é capaz de eliminar toda a possibilidade de alegria de vida no presente (1 Tm 5:8).

Ansiedade é pecado
O grande problema da ansiedade é que ela provém (e nutre) a dúvida e a incerteza (Mt 8:26; 14:31; 16:8). A dúvida quanto à fidelidade de Deus foi a raiz do pecado de Adão e Eva (Gn 3:1-6), e certamente é a base da ansiedade.

Não desanime – Salmos 103:14; 1 Coríntios 10:13.

2 – RAZÕES PARA VENCER A ANSIEDADE
No texto básico Jesus apresenta oito razões pelas quais não devemos ser vencidos pela ansiedade, mas, pelo contrário, vence-la.

2.1 – A vida não consiste apenas em “comer”, “beber” e “vestir-se” (vs. 25). Todas essas necessidades básicas da vida existem porque temos um corpo, porém, o homem é muito mais do que um corpo, mais do que um mero animal. A personalidade humana merece mais considerações do que a simples satisfação dos desejos físicos (Mt 4:4; 12:12).

2.2 – Deus cuida dos animais, que são inferiores ao homem, como as aves, por exemplo, que não fazem provisão alguma para si mesmas. Assim também certamente cuidará de seus próprios filhos. “Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” (vs. 26). O justo jamais será desamparado – Sl 37:25.

2.3 – A ansiedade não altera as condições da vida e nem aumenta a sua duração (vs. 27). O côvado era usado como medida linear, mas também como medida de tempo. Neste texto envolve o tempo, e significa que ficar ansioso não vai gerar desenvolvimento, progresso do tempo. Deus é o Senhor do tempo, a Ele pertencem o tempo, a vida e a morte (Js 10:13; 2 Rs 20:11; Is 38:8; Ap 1:18).


O que muda algo em nossas vidas são nossas ações. Se agirmos de acordo com a Palavra e as orientações de Deus, certamente veremos a benção do Senhor em nossas vidas. No entanto, se agirmos sem a Sua divina orientação, iremos arcar com as consequências de nossos atos. Portanto, a ansiedade não produz mudança nenhuma para melhor, ela tem a capacidade sim, de piorar a situação, seja ela qual for. Mas se em meio às nossas preocupações, estivermos dispostos a agir, poderemos sim ver mudanças. Nesses momentos é oportuna a oração, onde pediremos orientação ao Senhor, pois Ele sabe todas as coisas.

2.4 – A ansiedade é inútil para providenciar o vestuário (vs. 28-30). Mas, apesar do reduzido valor das flores, Deus cuida delas, providenciando-lhes belíssimas vestes. Se Deus, o Criador, tem tal interesse por uma simples flor, que pouco vale, porventura não cuidaria de seus filhos, providenciando-lhes as roupas necessárias?

2.5 – A ansiedade pelas coisas físicas faz parte da conduta dos gentios. É característica dos infiéis. Os discípulos do reino devem ter uma atitude diferente deles, porquanto contam com a fidelidade do Pai celeste (vs. 32). A ansiedade é essencialmente desconfiança de Deus.

2.6 – A ansiedade é desnecessária, pois Deus, o nosso Pai, conhece todas as nossas necessidades e garante o fornecimento de tudo que necessitamos para suprirmos as mesmas (vs. 32).

2.7 – A busca do Reino de Deus e de sua justiça garante, por si mesma, o recebimento das coisas menos importantes, ou seja, daquilo que necessitamos para as nossas necessidades (vs. 33).

2.8 – A ansiedade, por sua própria natureza, é inútil e só acrescenta uma maior dose de sofrimento. É loucura sofrer o mal futuro, que nem ao menos existe ainda, juntamente com o sofrimento presente, o qual é perfeitamente real (vs. 34).

3 – A IMPORTÂNCIA DA PROVIDÊNCIA DIVINA
O ensino bíblico acerca da providência divina revela o cuidado especial de Deus para com o seu povo. Ele preserva e governa a nossa vida de forma muito especial (At 17:28; Sl 57:2; Ne 9:6).
 
A providência opera:
- em nosso nascimento (Sl 139:13-16);
- em nossa salvação (1 Ts 1:4,5);
- em nosso trabalho diário (1 Ts 4:11,12);
- em nossa vida familiar (Sl 34:10);
- em todas as coisas (Rm 8:28,32).

A certeza do cuidado divino é importante para nos trazer tranqüilidade e esperança, a fim de vencermos a ansiedade e as preocupações exageradas.

CONCLUSÃO
Quando Jesus adverte dizendo: “Não vos inquieteis”, ou “não estejais ansiosos”, não significa descuido pelas necessidades da família ou do indivíduo, antes, fala da excessiva solicitude pelas coisas materiais, em detrimento da vida espiritual (Pv 30:7-9; Ec 5:15).

“Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.”  Lucas 10:41,42.

É possível vencer a ansiedade ou a preocupação excessiva, descansando na certeza da providência divina, sabendo que Ele suprirá todas as nossas necessidades.

PONTOS PARA DISCUSSÃO
1 – Qual é, segundo a Bíblia, a raiz da ansiedade?
2 – Na sua opinião, qual a principal razão das apresentadas por Jesus, que nos ajuda a vencer a ansiedade?
3 – Qual o valor prático da doutrina da providência?


O presente estudo foi escrito inicialmente pelo Pastor Jaime Kemp, e publicado na revista “Educação Cristã – vol. 2 – Problemas Existenciais”. Aqui neste post, o mesmo foi ampliado pelo Rev. Paulo Sergio da Silva.

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