O Poder do Evangelho
“Pois não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no Evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.” Romanos 1:16,17.
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Características e temas. Segundo a Bíblia de Genebra, Romanos é a maior, mais rica e abrangente declaração da parte de Paulo sobre o Evangelho. Suas declarações condensadas sobre verdades imensas são como molas retraídas, que quando liberadas voam pela mente e pelo coração até encherem o horizonte do indivíduo e moldarem a sua vida. João Crisóstomo, o maior pregador do Século V, pedia que Romanos lhe fosse lida em voz alta uma vez por semana. Agostinho, Lutero e Wesley, três figuras extremamente importantes para a nossa herança cristã, todos vieram à firmeza da fé através do impacto de Romanos em suas vidas. Todos os reformadores viam Romanos como sendo a chave divina para o entendimento de todas as Escrituras, já que aqui Paulo une todos os grandes temas da Bíblia: pecado, Lei, Juízo, destino humano, fé, obras, graça, justificação, santificação, eleição, o plano da salvação, a obra de Cristo e do Espírito, a esperança cristã, a natureza e vida da Igreja, o lugar do judeu e do não judeu nos propósitos de Deus, a filosifa da Igreja e a história do mundo, o significado e a mensagem do Antigo Testamento, os deveres da cidadania cristã e os princípios da retidão e moralidade pessoal. Romanos nos abre uma perspectiva através da qual a paisagem completa da Bíblia pode ser vista, e a revelação de como todas as partes se encaixam no todo se torna clara. O conhecimento e o estudo de Romanos é vitalmente necessário para a saúde e entendimento espiritual do cristão. (BG).
A honra do Evangelho
O texto sagrado inicia com um verbo no modo negativo, através do qual a mensagem é transmitida: "não me envergonho”. Diante da grandiosidade de Romanos, o tema “vergonha" pode parecer para muitos “entendidos” como algo secundário e desprezível, quase aleatório. Talvez seja essa a razão pela qual na maioria das mensagens de Rm 1:16,17 geralmente se foca o poder de Deus, a salvação e a fé, partes notórias do texto. Mas ao observarmos o contexto próximo e remoto, notamos que a vergonha é um tema deveras importante na Palavra de Deus.
- Em Gênesis aparece a primeira menção da vergonha, quando nossos primeiros pais pecaram (Gn 3:7-10ss).
- Jesus suportou a vergonha da Cruz (Hb 12:2).
- A Bíblia fala em diversos textos sobre a vergonha do pecado - Fp 3:19; Ap 16:15.
- O cumprimento da missão áurea da igreja será realizada por crentes corajosos que sintam-se honrados e dignos de levar a preciosidade do Evangelho, e não por covardes (envergonhados) que envergonham o santo nome de Cristo - Mc 16:15; Ap 21:8.
- Jesus nos alerta sobre os que se envergonham dEle e de Suas Palavras, que isso pode levá-los à rejeição e ao distanciamento de Deus (Mc 8:38; Lc 9:26). Nesse ponto em específico é mencionado o Dia do Juízo Final, ou seja, o assunto é tão relevante e grave que o Senhor Jesus o colocou como premissa no Dia do Juízo Final.
- Mas os que crêem no Senhor jamais serão envergonhados - Rm 10:11. Ou seja, ainda que o mundo tente nos envergonhar, não conseguirá seu intento maligno, pois Cristo é Quem nos honra interior e externamente, se Ele assim desejar. Há dois tipos de honra, a honra interior, do coração, e a honra exterior, visível e reconhecida pelas pessoas. Cristo nos honra interiormente por meio do Espírito Santo, confirmando através de Seu amor e Sua Palavra que nós estamos com Ele e que Ele está nos abençoando (Rm 5:5). Alguém é honrado exteriormente quando é reconhecido pelas pessoas, mas isso não é necessário e nem uma prioridade. Deus assim o fará quando e como desejar, e se assim fizer nós devemos dedicar essa honra a ele para não incorrermos no pecado da soberba. Mas se Ele não fizer isso será honra para nós servi-Lo aqui na Terra em silêncio e em secreto, sabedores que na glória celestial seremos recompensados por Ele. Melhor será permanecermos no anonimato conforme João 3:30.
Em síntese, não envergonhar-se de Cristo é um fator determinante na vida do crente, pois demonstra superação de medos, fraquezas e a convicção interior em Cristo Jesus, o Salvador. Mas quem se envergonha de Cristo demonstra insegurança, falta de convicção quanto à Palavra de Deus, ausência de fé e provavelmente ausência da conversão. Se esses tais permanecerem assim até o Dia do Juízo, poderão entrar na glória celestial? Deus há te julgar cada caso, mas as Palavras de Jesus (Mc 8:38; Lc 9:26) a meu ver, soam como um alerta tenebroso, especialmente se associados aos dois textos abaixo.
"Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca." Apocalipse 3:16.
"Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte." Apocalipse 21:8.
O que te faz sentir-se dignificado? A dignificação reflete o caráter de casa pessoa, porque a pessoa se sente de dignificada por aquilo que preza, honra, respeita, valoriza e ama!
Por outro lado, lidar com a vergonha pode não ser fácil. Existe algo que te faça sentir-se envergonhado? Ser criticado e perseguido por causa de suas convicções e fé pode ser corriqueiro para quem crítica, mas é algo desumano para quem sofre esse tipo de situação. Fala-se muito sobre isso em nossos dias em se tratando de ideologias, pensamentos políticos e temas sociais do momento, mas uma área em que a sociedade em geral não se preocupa em atacar é a fé cristã. Somos atacados e criticados constante e livremente de diversas maneiras:
- cultura e arte - filmes, músicas, museus, etc;
- academicismo - escolas e universidades; e
- até na aplicação de leis e decisões no âmbito jurídico.
Paulo passou por isso. Ao se converter ele se arrependeu e deixou de fazer parte do sistema judaico dominante, transformando-se em um missionário. Em síntese, Paulo deixou de ser um perseguidor dos crentes e passou a ser perseguido pelos judeus, por causa da justiça divina que agora estava sobre ele. O tempo passou e quando ele escreveu a sua Carta aos Romanos já era por volta do ano 55 d.C., “pouco antes de sua visita a Jerusalém, quando levou as ofertas das congregações gentias (Rm 15:25; At 24:17). Há várias indicações de que ele poderia nesse período residir em Corinto, como a referência a Febe, membro da Igreja de Cencréia, o porto de Corinto (Rm 16:1,2). Há também referências a Gaio, seu anfitrião (1 Co 1:14), e a Erasto (At 19:22; 2 Tm 4:20).” (BG).
Portanto, Paulo lidava tanto com judeus como com gregos, e em ambos esses povos haviam pessoas que não só discordavam de Paulo, como também o odiavam e queriam matá-lo, como de fato o fizeram.
Foi nesse ambiente que Paulo proferiu as palavras citadas (Rm 1:16,17) onde ele firmemente proclamou sua satisfação e alegria para com o Evangelho, que era o causador desse tsunami espiritual na vida dele, gerando mudanças emocionais, físicas, sociais e morais. O Evangelho havia mudado TUDO na vida de Paulo através da salvação e da nova vida em Cristo.
As consequências também vieram e ele se posicionou assumindo uma postura forte e imparcial diante de Deus. É sobre isso que vamos discorrer nessa mensagem:
- as transformações que o Evangelho faz na vida daqueles que de fato crêem em Deus,
- suas consequências e
- nosso posicionamento.
A Palavra de Deus nos mostra que o Evangelho opera dessa maneira porque ele é o poder de Deus em ação.
1 - O Evangelho é o poder de Deus que dignifica
"Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus [...]" (Rm 1:16a)
Paulo afirmou categoricamente que não se envergonhava do Evangelho. Quer dizer que tudo que falavam dele e faziam com ele não o molestava, afinal o que Deus havia feito na vida de Paulo era infinitamente maior e melhor do que tudo que poderiam esperar dele. Os judeus gostariam que Paulo continuasse perseguindo cristãos, e os gregos gostariam que Paulo fosse um cético religioso, um conhecedor e estudioso, talvez quem sabe um filósofo. Mas esse que outrora era um descrente, agora se tornara um servo de Deus.
Paulo não tinha como agradar mais essas pessoas, pois ele havia sido transformado pelo poder do Evangelho e agora vivia para agradar a Deus.
É sobre isso: o poder do Evangelho se manifesta na salvação e transformação daqueles que nEle crêem.
Como se envergonhar de tal mensagem que redime e transforma o pecador?
Como se envergonhar de um Deus tão bondoso e poderoso que redime o pecador e o eleva a uma posição de santidade e pureza diante de Deus?
Como se envergonhar de algo tão precioso?
O poder de Deus capacitou Paulo a vencer toda dificuldade, barreira, vergonha, medo, solidão, desprezo, frustrações, traições e decepções. Ele não se envergonhava do que era mais precioso em sua vida. Paulo se sentia honrado e dignificado por Cristo, por isso não se envergonhado do Evangelho de Cristo.
Paulo não se envergonhava do Evangelho porque tinha consciência de que esse era (e é) exatamente o vetor da salvação do perdido. Sem esse poder Paulo não teria sido salvo, não haveria fé, nem arrependimento, transformação, mudança, santificação e vida eterna.
2 - O Evangelho é o poder de Deus que salva
“[...] salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1:16b)
Aqui a Palavra se expande em torno do tema dizendo agora que o Evangelho é poderoso para salvar, e ele salva qualquer pessoa. No contexto de Paulo haviam judeus e gentios, povos com costumes e crenças diferentes, porém em ambos os povos haviam pessoas convertidas pelo poder do Evangelho.
- Os judeus tinham o conhecimento da Lei de Israel, os gentios eram pagãos.
- Os judeus eram monoteístas, os gentios eram politeístas.
- Os judeus esperavam o Messias, os gentios riam dessas crenças.
“Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria” 1 Co 1:22.
Pessoas tão diferentes, porém com algo em comum: alcançados pelo poderoso Evangelho. Isso é muito significativo, pois mostra que:
- não é a origem ou a cultura que possa fazer alguma diferença na salvação, mas o poder do Evangelho.
- Não existe coração tão empedernido, ou temperamento difícil que não seja amolecido pelo poder do Evangelho.
- Não existe crença, cultura ou ideologia que não sejam despedaçadas pelo poder do Evangelho.
- Onde o Evangelho for pregado haverá arrependimento, salvação, transformação, libertação, santificação, vida nova com Deus, haverá vida eterna.
"E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou." Romanos 8:30.
3 - O Evangelho é o poder que gera a fé
“Visto que a justiça de Deus se revela no Evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.” Rm 1:17.
O texto sagrado vai agora ao cerne da questão: como o Evangelho age de modo tão majestoso e triunfal, sem impedimentos, barreiras ou empecilhos? Resposta é que aprouve ao Senhor exercer Seu poder através da pregação do Evangelho. É esse poder que gera a fé nos corações dos eleitos de Deus!!!
"E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela Palavra de Cristo." Romanos 10:17.
Irmãos o que está aqui revelado é algo totalmente sobrenatural, diferente de qualquer outra coisa que possa existir, trata-se da inerrante, infalível e eterna Palavra de Deus. O poder do Evangelho reside no fato dele proceder do próprio Senhor. E quando essa mensagem chega ao coração daqueles que Deus escolheu, o Senhor age com o Seu poder, operando as transformações necessárias para que eles eles ouçam e creiam.
- A fé nasce ao som da pregação do Evangelho!
- Barreiras se desfazem ao som da pregação do Evangelho!
- O inimigo cai ao som da pregação do Evangelho!
- Vidas são transformadas ao som da pregação do Evangelho!
- Corações são quebrantados ao som da pregação do Evangelho!
Quando a voz do Evangelho é pregada ocorre algo tremendo: Deus concede a fé! E quando isso ocorre, a fé vem trazendo as mudanças necessárias e planejadas por Deus, conforme é descrito no próprio Evangelho.
- A fé vem trazendo consciência do estado de miséria e pecado!
- A fé vem trazendo arrependimento das obras mortas!
- A fé vem trazendo libertação de vícios!
- A fé vem trazendo paz no lar!
- A fé vem trazendo uma nova vida!
- A fé vem trazendo temor de Deus!
- A fé vem trazendo a vida eterna!
Paulo finaliza o vs.17 com a expressão da nova vida, transformada, redimida e edificada pelo poder do Evangelho: O JUSTO VIVERÁ POR FÉ! E foi esse versículo precisamente que Deus usou para iniciar o movimento da Reforma Protestante.
A frase "O justo viverá por fé" é encontrada no livro de Romanos, no Novo Testamento da Bíblia. Martinho Lutero, ao meditar sobre essa passagem, percebeu que a salvação não é conquistada por meio de práticas religiosas ou pagamento de indulgências, mas sim pela fé em Deus. Lutero recebeu de Deus a consciência da justificação pela fé, e essa descoberta o levou a desenvolver o conceito de "justificação pela fé", que se tornou um dos pilares da Reforma. A frase significa que a pessoa que de fato crê em Deus (e aqui está o poder do Evangelho do qual falamos) é considerada justa diante de Deus não por suas ações, mas por sua fé na obra redentora de Jesus Cristo. A interpretação de Lutero dessa passagem teve um impacto profundo na história do cristianismo, levando à Reforma Protestante. A justificação pela fé continua sendo o princípio fundamental destacando a importância da fé no caminho para a salvação. (Search Labs).
Conclusão
O que mais nos honra e significa? A onda da modernidade e tecnologia tenta nos induzir a buscarmos likes e views nas redes sociais. A popularidade a qualquer custo tornou-se uma doença social gerando milhões de pessoas com problemas de baixa auto estima e auto aceitação, valores primordiais para o bom desenvolvimento humano e a felicidade. O que mais nos honra não devem ser essas coisas, se de fato Cristo é o centro da nossa vida, mas o Evangelho e a salvação que o Senhor trouxe a nós.
O que o Evangelho nos causa vergonha ou desonra? Os que se envergonham do Evangelho ainda não entenderam que envergonhar-se do Evangelho é envergonhar-se de Cristo. E os que se envergonham de Cristo assim o fazem porque talvez ainda não creram nEle de fato. Talvez até pensem que creram, mas nunca que não quer calar é: se creram por que se envergonhariam? Não sentiriam-se honrados por poderem carregar o nome de Cristo, se necessário sofrer e até morrer por Ele.
Aqueles que se envergonham do Evangelho dividem-se basicamente em três grupos:
- os descrentes, que vivem na incredulidade, mas que poderão ser alcançado pela pregação do Evangelho;
- os fracos na fé, que precisam amadurecer e crescer vencendo as barreiras e toda fraqueza espiritual; e
- os religiosos, que ainda não creram de verdade, não foram alcançados pelo poder do Evangelho, mas que estão perto e poderão se decidir a qualquer momento.
Você se envergonha do Evangelho de Cristo?
Que você possa dizer em alto e bom som:
NÃO ME ENVERGONHO DO EVANGELHO!!
Soli Deo Glória!!
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