O crescimento espiritual
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2 Pedro 1:1-11
“1.1 Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo,
1.2 graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor.
1.3 Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude,
1.4 pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,
1.5 por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento;
1.6 com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade;
1.7 com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor.
1.8 Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
1.9 Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora.
1.10 Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum.
1.11 Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.”
O Apóstolo Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, nos fala neste texto acerca do equilíbrio que há entre a graça divina (vs. 3 “nos tem sido doadas”) e o esforço humano (vs. 5 “por isso vós mesmos”).
É nessa perspectiva que desejamos viver BUSCANDO O CRESCIMENTO ESPIRITUAL em nosso viver diário, em nosso dia a dia. Que você possa nesses dias buscar de fato o seu crescimento espiritual diante de Deus e sempre recordar-se do que Deus fez em sua vida.
Para compreendermos como isso é possível, primeiramente precisamos compreender o que significa GRAÇA, pois isso somente é possível pela graça de Deus.
O que é graça?
Graça é o “favor imerecido” que recebemos de Deus, nosso Pai Celestial. Sem a Graça de Deus não teríamos chance alguma de salvação, mas Ele nos concedeu a Sua graça porque é um Deus de amor, bondade, perdão e justiça.
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.” Efésios 2:8.
Muitos, diante das catástrofes e guerras perguntam onde está Deus? Ele está no mesmo lugar em que estava quando viu o Seu Filho Unigênito – JESUS – morrer na Cruz pelos pecadores.
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16.
A Graça de Deus o meio pelo qual Ele nos doa todas as coisas necessárias para nos conduzir à vida e à santidade, conforme os vs.3-4.
Vs. 3
- nos doou todas as coisas que conduzem à vida e à piedade
- pelo conhecimento completo de Si mesmo
- nos chamou para a Sua própria glória e virtude
Vs. 4
- nos oferece suas preciosas e mui grandes promessas
- nos convida a sermos co-participantes de Sua natureza
- nos liberta da corrupção que há no mundo
Definição de termos
A – Conhecer a Deus
“Visto que pelo Seu divino poder nos têm sido doadas todas as cousas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquEle que nos chamou para a Sua própria glória e virtude.” 2 Pedro 1:3.
Este é o objetivo final: o conhecimento de Deus (vs.8). Não existe nada mais adorável, sublime, elevado, precioso do que conhecermos nosso Deus. Nem ouro, nem prata, absolutamente nada pode ser melhor, do que obtermos o conhecimento de Deus. Para isso é necessário que cresçamos na FÉ = vida espiritual.
Para entendermos a necessidade de buscarmos o crescimento espiritual, ou seja, o crescimento e o desenvolvimento de nossa fé, primeiramente precisamos entender que esse é o plano de Deus para nós O conhecermos como Ele É. Esse plano é um projeto ativo e objetivo dEle mesmo, que é o próprio doador e mantenedor de nossa fé. Se não fosse Ele agindo em nós, quem desejaria conhecê-Lo? Quem creria nEle se Ele não fosse o Autor da nossa fé? A fé que Ele concede a Seus servos deve ser desenvolvida, assim como uma criança que ao nascer necessita de cuidados, alimentação, etc. Ou como uma plantinha que se não for regada e adubada, terminará morrendo; mas se for devidamente cuidada produzirá flores e frutos.
A Palavra de Deus nos assegura no vs.3 que pelo Seu divino poder, Ele nos doou TODAS AS COISAS que conduzem à vida e à piedade, e que isso será operado em nós através do conhecimento completo dEle. Esse é o Seu desejo, Seu plano, Seu objetivo e nada pode impedi-Lo. Em João 10:10 vemos que o Senhor quer que tenhamos vida e vida abundante, e é disso que Pedro está falando. Não se trata exclusivamente da vida na eternidade, aquela que iremos desfrutar após nossa morte, mas trata-se de nossa vida aqui na Terra, HOJE, AGORA, quando passamos a fazer parte do Corpo de Cristo, que é a Sua Igreja.
B – Vida e piedade = vida piedosa
Porque a vida a que Pedro se refere é a vida cristã, e a vida cristã em seu teor mais puro é essencialmente uma vida de piedade, senão não é vida cristã. Piedade sem vida não passa de teoria, e nosso Deus não e um Deus de teorias, mas de ação.
“Visto que pelo seu divino poder nos têm sido doadas todas as cousas que conduzem à vida e à piedade" 2 Pedro 1:3a.
“Piedade” significa: pena dos males alheios; compaixão; devoção; religiosidade (http://www.priberam.pt/).
O tipo de vida da qual estamos tratando, uma vida piedosa, é uma vida de amor e respeito pelas coisas religiosas e de compaixão pelos sofrimentos alheios.
(Pequena Enciclopédia Bíblica Orlando Boyer).
Viver piedosamente é viver para Deus, é entregar-se a Ele e santificar-se, afastando-se voluntariamente de tudo que entristece o Senhor. Isso é obra do Espírito Santo em nós, mas é necessário que busquemos viver assim, essa é a vontade de Deus.
Nosso exemplo máximo é o Senhor Jesus que deixou a glória do Céu para se encarnar e levar na Cruz todo nosso pecado, toda nossa culpa (Fp 2:5-8). O profeta Isaías no cap. 53 vs. 3-7 afirma que o nosso Senhor:
"Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; Homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dEle não fizemos caso. Certamente, Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca."
Ele fez tudo isso para nos salvar, em obediência à vontade de Deus, pois se Ele não morresse na Cruz ninguém seria salvo. Jesus pagou o preço da nossa salvação para que tivéssemos acesso ao trono da Graça de Deus, e assim pudéssemos viver uma vida piedosa.
Não se alcança jamais esse tipo de vida se não abandonarmos o pecado, o egoísmo, a preguiça e o comodismo; vida piedosa é uma vida de abnegação, busca, empenho e esforço. Não se vive esse tipo de vida se continuarmos apegados às coisas que há no mundo e que entristecem ao Senhor nosso Deus - 1 Jo 2:15.
De imediato já percebemos que a maior dificuldade em se conhecer a Deus mais profundamente reside em nós mesmos, nosso egoísmo, nossa acomodação, nosso pecado nos afastam dessa vida piedosa. É mais fácil ficarmos quietos dentro de nossas casas do que irmos à Igreja. E é mais fácil apenas aquecermos os bancos da Igreja do que vivermos de fato uma vida para Ele. Como vamos freqüentar os cultos de quartas-feiras? E deixar de assistir ao último capítulo da novela? Como vamos nos dispor a ler a Bíblia e orar se temos tanta coisa para fazer no computador?
A verdade é que muitas vezes estamos vivendo em função de nós mesmos e daquilo que nos agrada somente. Não é esse tipo de vida que a Bíblia trata aqui. Uma vida piedosa deve ser vivida na semelhança de Cristo, e isso é plenamente possível, se não fosse Deus não nos mandaria.
Deus não é um "estraga prazer". Há pessoas que pensam em Deus como se Ele fosse assim, mas Ele não é! Pelo contrário, Deus ama a todos os que nEle crêem, sejam eles jovens, adolescentes, crianças ou adultos. Deus nos recebe do jeito que somos, mas Deus quer fazer uma obra na vida de cada um de nós. Deus não mente e a verdade às vezes dói um pouco. É preciso entender que há tempo para tudo na vida. Podemos e devemos ter tempo para nos divertir, passear, brincar, etc., mas para buscarmos o crescimento espiritual, precisamos buscar viver uma vida piedosa, senão jamais iremos crescer espiritualmente.
A Bíblia nos assegura acerca do desejo de Deus em nos conduzir à vida e à piedade e para isso ele nos tem doado TODAS AS COISAS necessárias. Veremos um pouco mais adiante que COISAS são essas e o processo pelo qual elas nos conduzirão à vida e à piedade, através do conhecimento completo (pleno conhecimento vs.2) de Deus, que nos chamou para a Sua própria glória e virtude.
OBSERVAÇÃO – Entendemos que os termos "conhecimento completo de Deus" vs. 3 e "co-participantes da natureza divina" vs. 4 são semelhantes em sua essência e complexidade. Eles explicam em parte a transformação que ocorre através da conversão quando fomos feitos novas criaturas pela graça divina, passamos a conhecer a Deus e recebemos parte de Sua natureza divina em nossos corações. Mas esse conhecimento e essa participação não são recebidas aqui na Terra em sua totalidade, pois somos pecadores e ainda não estamos totalmente livres do pecado. Só poderemos desfrutar dessas bênçãos de modo completo na eternidade, quando a transformação operada pelo Espírito Santo atingirá seu ponto máximo, aquilo que a Bíblia chama de "glorificação".
Veja os textos: Rm 8:17; 1 Co 13:12; 15:50-58; 2 Co 3:18; 1 Ts 4:13-18; Ap 3:5.
C – O conhecimento completo de Deus - glória e virtude
“pelo conhecimento completo daquEle que nos chamou para a Sua própria glória e virtude” 2 Pedro 1:3b.
Entendemos que Deus não nos salvou para vivermos uma rotina cristã fria e vazia, mas para uma vida onde a cada dia aprendemos mais e mais dEle através de Sua própria glória e virtude, e à medida que O conhecemos desejamos cumprir Seus propósitos de amor e bondade (virtudes) aqui na Terra, desejamos produzir os frutos da vida eterna. Ele nos concede força e poder, "glória e virtude", que nos capacitam a cumprir Seu plano, pois de nós mesmos não temos condições de realizar tal obra (Jo 15:5b).
Glória = eternidade, vida eterna, a Sua maravilhosa luz 1 Pe 2:9b.
Virtude = excelência moral, probidade, retidão; disposição firme e constante para a prática do bem; força moral (Peq.Enc.Bíblica O.Boyer)
Dicionário Aurélio: Virtudes teologais = a fé, a esperança e o amor.
São termos difíceis de entender quando pensamos em quem nós somos, pois, como atingiremos o "conhecimento completo" do Senhor? Como entender que Ele nos chamou, miseráveis pecadores, para a "Sua própria glória e virtude"? Só poderemos compreender isso através do nosso crescimento espiritual e do desenvolvimento da fé que nos foi dada, dentro da perspectiva da graça de Deus. É "o já e o ainda não", isto é, já desfrutamos parcialmente destas bênçãos espirituais a partir do momento em que fomos chamados e convertidos pelo Senhor em novas criaturas, mas ainda não desfrutamos destas bençãos em sua plenitude justamente por sermos pecadores e vivermos ainda nessa vida terrena debaixo do estigma do pecado que gera a morte, seja ela física ou espiritual. Mas a glória e a virtude de Deus nos preservam, curam e libertam, e por isso aguardamos ansiosamente o dia em que esse nosso corpo mortal e imperfeito será revestido da imortalidade e da perfeição que vem da parte de Deus (1 Co 15:53-54).
Em João 14:26 Jesus disse:
“Mas o Consolador, o Espírito Santo, a Quem o Pai enviará em Meu nome, Esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.”
Ao aceitarmos o Senhor Jesus como nosso Salvador, Ele vem habitar em nossos corações através do Espírito Santo. Essa é a manifestação da própria glória e virtude de Deus em nós. Já não estamos vazios, mas fomos preenchidos pela glória e pela virtude daquEle que nos amou e nos chamou para Ele.
“Em Quem também vós, depois que ouvistes a Palavra da Verdade, o Evangelho da vossa salvação, tendo nEle também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa.” Efésios 1:13.
Amados, todos somos imperfeitos, mas enquanto aqui vivemos precisamos nos preocupar com que tipo de vida cristã temos vivido. Entendemos que Deus está fazendo uma obra em nossas vidas, a questão é como esse processo se efetua, e qual a nossa responsabilidade nisso tudo, afinal todos que recebem tais promessas têm uma grande responsabilidade diante de Deus.
Certamente a vontade de Deus é nos conceder o pleno conhecimento (conhecimento completo) dEle a nós. Para isso Ele nos concedeu a Sua própria glória e virtude, nos selando com o Espírito Santo.
Como esse processo se efetua, é o que veremos mais adiante.
D – Co-participantes da natureza divina
“...pelas quais nos têm sido doadas as Suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo.” 2 Pedro 1:4.
Este versículo inicia dizendo ainda acerca da glória e da virtude de Deus (às quais Deus nos chamou, conforme já vimos no vs.3) e que por meio delas recebemos preciosas e mui grandes promessas. Na segunda parte deste vs.4 nos é revelado algo grandioso demais para nós: o desejo de Deus é sejamos co-participantes da Sua natureza divina. Certamente precisamos nos deter e refletir acerca da seriedade que é ser um (a) servo (a) de Deus. Ele quer participar conosco, isto é, nos doar, repartir conosco, transmitir a nós a Sua própria natureza.
Quando Jesus falou com Nicodemos acerca da salvação, Ele usou o termo “novo nascimento”. Certamente Jesus estava ensinando que para ir para o Céu é preciso morrer para si mesmo e nascer para Deus. Assim, ao recebermos a salvação já começa em nós este processo do qual Pedro estava falando (João 3:3-7).
Esse versículo é um reforço do que já foi dito no vs. anterior, comparemos:
Vs.3 - conhecimento completo, glória e virtude
Vs.4 - co-participantes da natureza divina
Vs.3 - sido doadas todas as cousas
Vs.4 - sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas.
Deus quer que sejamos co-participantes de Sua natureza divina! Excelsa graça! Nós pecadores sermos participantes da natureza do Santo Deus! Como não valorizar esse tão grande privilégio? Como desprezar esse desejo do próprio coração de Deus? Devemos entender que esse é o projeto de vida que Deus preparou para nós!
Mas para isso é necessário que nos libertemos da corrupção das paixões que há no mundo (vs.4b). Como vimos anteriormente no vs.3, é acerca dessa vida piedosa que Pedro está tratando aqui, e para alcançá-la necessário é nos livrarmos da corrupção das paixões que há no mundo, isso é essencialmente a busca do crescimento espiritual através de uma vida santificada.
O termo "paixões que há no mundo" aponta diretamente para os pecados de natureza moral, os pecados da carne (sexualidade) tão comuns no mundo. Deus fez o homem e a mulher e os uniu no casamento. Qualquer tipo de união sexual fora do casamento é pecado, assim como todo tipo de distorção.
Mas não devemos pensar que esse termo "paixões que há no mundo" trate apenas de pecados morais ligados ao sexo. Certamente quando se fala esse termo abre-se um leque em todas as áreas que devemos vigiar: materialismo, ganância, amor ao dinheiro, pensamentos, desejos, manias, palavras, costumes, enfim tudo que corrompe a fé, tudo que é pecado, tudo aquilo que existe e se manifesta contrariamente à vontade de Deus expressa em Sua Palavra. Então para termos o pleno conhecimento de Cristo, a co-participação da natureza de divina, necessário é que nos livremos da corrupção das paixões mundanas. Como? É a pergunta que se faz diante de tão grande desafio.
E então o apóstolo Pedro fala-nos vs. 5 a 7 sobre nove preciosidades, nove atitudes cristãs que podemos encarar como degraus do crescimento espiritual. Esses degraus serão o meio pelo qual poderemos alcançar esse tão grande tesouro do conhecimento de Deus e sermos co-participantes da natureza dEle. Buscando, cultivando e praticando essas virtudes espirituais nos livramos da corrupção do pecado que tanto prolifera no mundo. Isso é mais precioso que ouro ou prata, são riquezas de valor inestimável, valor eterno. Viver essa realidade é mais importante do que qualquer outra coisa ou evento de nossas vidas. Vamos procurar estudar cada um destes itens com temor e tremor procurando entendê-los numa escalada ascendente de crescimento e desenvolvimento da fé cristã.
Cabe a nós subir os degraus nessa escalada de crescimento e desenvolvimento:
Vs.5 – diligência, fé, virtude, conhecimento;
Vs.6 – domínio próprio, perseverança, piedade;
Vs.7 – fraternidade, amor.
Os nove degraus do crescimento espiritual
A orientação de Deus é clara: devemos associar as qualidades espirituais aqui apresentadas, que como os elos de uma corrente devem se unir fortalecendo as diversas partes da nossa espiritualidade. Como num mapa, passo a passo somos orientados por Deus até encontrarmos o tesouro: o pleno conhecimento de Deus (vs.8).
1 – Diligência
“reunindo toda a vossa diligência” (vs.5a).
Dic. Aurélio: cuidado ativo, zelo.
PEB - Pequena Enciclopédia Bíblica de O.Boyer: cuidado ativo, ou urgência em fazer alguma coisa, zelo, esforço.
O texto nos manda reunir toda nossa diligência, isto é, todo zelo, cuidado, esforço, dando o devido valor para o que vamos ver em seguida, afinal trata-se do que há de mais elevado na vida, para o que Ele nos chamou.
A diligência deve ser vivenciada em todos os âmbitos da carreira cristã, é sinônimo de respeito, amor, temor, santidade ao Senhor. Muitas vezes fazemos com mais zelo certas atividades externas do que aquilo que se refere a Deus - trabalho, diversão, hobby, etc. Certamente a diligência que empregamos nas coisas de Deus revela o quanto o amamos, tememos, respeitamos.
“Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente.” Jeremias 48:10.
"Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento." Mateus 22:37.
“Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu Reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:33.
2 – Fé
"associai com a vossa fé" (vs.5b)
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.” Hebreus 11:1.
“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que O buscam.” Hebreus 11:6.
Assim a Bíblia define a palavra "FÉ". Certamente muitos diriam que tem fé, inclusive pessoas que vivem um tipo de vida totalmente alienada de Deus, em costumes e padrões totalmente contrários a Ele a a Sua vontade. Note alguns tipos de fé: fé em um pedaço de madeira, ou de gesso esculpido, no dinheiro, nos políticos, etc. Fé em ideologias humanas, ou em falsos deuses.
Entendemos que a palavra FÉ tem diversas aplicações e interpretações. Trataremos aqui, da FÉ de acordo com as Sagradas Escrituras. Segundo a Bíblia, FÉ é confiança em Deus, confiança na lealdade de Deus, aconteça o que acontecer. Fé também é confiança na veracidade das Escrituras como Palavra de Deus, perfeita, inerrante e eterna, a revelação de Deus ao homem.
Seriam necessários milhares de livros e milhares de horas de explicação sobre o mistério da fé, no entanto destaco aqui apenas alguns itens sobre a fé e o que ela produz na vida do crente. Aprendendo sobre a fé:
- Ordenada por Deus – Mc 11:22;
- É um dom (presente imerecido) de Deus – Ef 2:8;
- É dada pelo Espírito Santo – 1 Co 2:4,5; 12:9;
- Envolve o conhecimento do Evangelho – Rm 10:14,17;
- Leva-nos à recepção pessoal do Salvador – Jo 1:12;
- Se for só uma teoria está morta, mas é viva se for praticada - Tg 2:18,20,26.
- Produz: amor (Gl 5:6); alegria (1 Pe 1:8); esperança (Gl 5:5; 1 Pe 1:21); pureza (At 15:9); santidade (At 26:18); remissão de pecados (At 10:43); justificação (Rm 5:1); paz (Rm 15:13); descanso (Hb 4:3); confiança (Ef 3:12); filiação divina (Gl 3:26); vida eterna (Jo 3:36).
Deus nos manda reunir, com toda diligência, a nossa fé. Façamos isso com amor e submissão, avaliemos quanto temos de fé através de nossa própria vida de comunhão com Deus.
A fé é comparável a uma plantinha que Deus plantou em seu coração. Para que não morra, essa plantinha precisa ser adubada com a Palavra de Deus, e regada com oração. Não pode haver espinhos (pecados e vaidades) em derredor dela, e os parasitas (tentações) precisam ser extipados. O solo (coração) não pode ser árido e cheio de pedras, mas precisa ser um solo arado e afofaco pela contrição. Assim, essa plantinha certamente crescerá e produzirá fruto em seu devido tempo. A sua folhagem não secará, e sempre fará sombra para abrigar os necessitados no deserto árido da vida.
A fé também é comparável a um tesouro que Deus te deu. Você precisa cuidar muito bem dessa preciosidade. Guarde-o em um cofre no seu coração. Um cofre intocável, onde somente o Criador poderá colocar Suas mãos fortes e poderosas para aumentar a cada dia as bênçãos espirituais. Cuidado! Se você não cuidar desse tesouro, que é o que há de mais precioso em sua vida, poderá com o tempo perdê-lo. Os ladrões poderão roubá-lo de ti, os juros altos poderão desvalorizá-lo, e no final você poderá ter apenas uma lembrança do que que você já teve, mas perdeu... No entanto, se você souber cuidar bem do seu tesouro, com o tempo verá os resultados disso: essa fé aumentará e produzirá cada vez mais frutos de justiça, frutos que não passarão jamais, e que glorificarão o nome do Senhor em sua vida. No fim de tudo, essa fé será o meio pelo qual o Senhor, Justo Juiz, lhe conduzirá às Mansões Celestiais.
A fé ainda é comparável a uma chave, a chave que abre a porta do coração. Essa chave foi-lhe dada pelo Senhor, e a fechadura só abre pelo lado de dentro. Ele diz: “Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele, e ele Comigo.” (Ap 3:20). Ele não arromba a porta, nem entra pela janela, mas bate à porta do coração, gentilmente, humildemente. Somente através da fé é possível que a porta do coração seja aberta para que o Senhor Jesus entre, habite e reine dentro de você. E somente Deus tem essa chave, e Ele a dá. Se você ainda não possui essa chave – FÉ – clame a Deus e Ele lhe dará, pois está escrito:
“Todo aquele que o Pai Me dá, esse virá a Mim; e o que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora.” João 6:37.
3 – Virtude
“associai com a vossa fé a virtude” (vs.5b)
“Excelência moral, probidade, retidão” (PEB).
Não basta ter fé, é necessário unir com a fé a virtude, e isso é algo bem prático para nós, pois vivemos tempos onde jamais se viu tanta imoralidade e devassidão. Justamente para vencermos o pecado é que Deus nos orienta a viver uma vida de virtude moral e retidão. Somente assim conseguiremos vencer as paixões que há no mundo. Não podemos ser teóricos, mas práticos quanto a virtude.
Lembremos de Davi que era um homem de fé e que conhecia a Deus, mas vacilou e pecou terrivelmente. Faltou-lhe naquele momento a virtude (excelência moral, retidão). A virtude nos levará a um caminho de santidade. (2 Sm 11:1-4ss).
Se compararmos a atitude de Davi com José veremos que José já havia aprendido a associar com a fé a virtude. (Gn 39:7-9ss).
Essa palavra reforça tudo que já foi dito anteriormente usando as expressões: vida e piedade / vida piedosa, e quanto a sermos participantes da natureza divina. A diferença é que naquela parte a Bíblia nos fala como sendo alvos do amor de Deus, e aqui ela nos coloca na posição de servos que precisam se dedicar a isso, ou seja, devemos priorizar o andar na virtude de Deus e não apenas sermos alvo do Seu amor e bondade.
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” Filipenses 4:8.
4 – Conhecimento
“com a virtude, o conhecimento” (vs.5c)
Deus agora nos manda associar a virtude ao conhecimento, ou seja, a virtude sozinha não estará completa se não buscarmos com avidez o alimento que vem de Deus (1 Pedro 2:2).
O conhecimento de Deus vem através do conhecimento das Escrituras, a Bíblia Sagrada. Jesus exortou os seus seguidores a buscarem conhecer as Escrituras:
“Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.” Mateus 22:29.
O crescimento espiritual não vem sem o conhecimento da Palavra de Deus. Isso tem algumas razões óbvias.
Testemunho de Deus. A Bíblia é o legado que Deus nos deixou, o Seu tesouro mais especial, a revelação que Ele fez de Si mesmo está contida nas Escrituras. Tudo que Ele quis revelar de Si a nós está na Bíblia. Quem busca o crescimento espiritual precisa conhecer a Bíblia, porque o crescimento espiritual ocorre na medida em que conhecemos o próprio Deus. (Jeremias 29:13).
Aumento natural da fé. Através do conhecimento da Bíblia a nossa fé aumenta gradativamente. Na Bíblia Deus nos deixou revelados Seus tesouros espirituais, Seus mistérios, Sua vontade, Seus desígnios inescrutáveis, Seus mandamentos e Suas promessas.
“E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela Palavra de Cristo.” Rm 10:17.
Proteção. Já vimos que Jesus alertou que o desconhecimento das Escrituras nos conduzirá a cometer erros (Mt 22:29). O conhecimento da Bíblia nos livra disso.
Ordens são ordens. Pv 2:1-6; 3:1-3; 4:1-2, 6-8, etc., etc., etc. Diz o ditado que “Quem pode manda e quem é inteligente obedece”. Deus está mandando, só os loucos não querem obedecê-Lo. Será que você é um deles?
Portanto rejeitar o conhecimento da Bíblia é rejeitar conhecer o próprio Senhor, e isso é um terrível pecado com graves conseqüências.
“(...) aos que Me honram, honrarei, porém os que Me desprezam serão desmerecidos.” 1 Samuel 2:30.
Querer conhecer a Palavra de Deus é querer conhecer ao próprio Deus que é o Seu autor. Quem assim o faz está demonstrando amor a Ele.
5 – Domínio próprio
“com o conhecimento, o domínio próprio” (vs.6a)
Será possível alguém ser conhecedor da Bíblia e não ter domínio próprio? Claro que sim! Por isso que Deus nos orienta a sempre associarmos o domínio próprio ao conhecimento. Conhecer a Bíblia é uma coisa, colocar em prática é outra coisa bem diferente, não é mesmo?
O domínio próprio aparece na lista do fruto do Espírito Santo (Gl 5:22-23), e aqui mais uma vez se reforça a mensagem de que Deus nos concede Suas bênçãos, mas os que desejam crescer espiritualmente precisam produzir em suas vidas as qualidades que Deus preparou para os Seu servos. Não somos manipulados por Deus, mas desafiados, incitados, encorajados e desenvolvermos essa e outras qualidades espirituais na dependência do Espírito Santo.
Como???
Orando. O Senhor nos promete ouvir e responder nossas orações. Precisamos orar especificamente nesse sentido para que não venhamos a tropeçar, o que é tão fácil.
Agindo. Deus já nos deu tudo de que precisamos para vencer. Se está faltando algo certamente não é nEle, mas em nós. Precisamos encontrar as brechas e tapá-las.
Buscando a plenitude do Espírito. A plenitude, ou enchimento do Espírito Santo é ordenada por Deus em Efésios 5:18 (no original o verbo está no imperativo). Muito se fala a respeito disso, alguns até mistificam o tema, outros fogem desse assunto como se fosse uma heresia, mas está na Bíblia e temos que entender e praticar. Só é possível obter-se essa benção através das práticas devocionais: oração; leitura, estudo, compreensão e prática da Bíblia; santidade e serviço. Essas são apenas algumas áreas em que devemos fluir se desejamos ser cheios do Espírito Santo, vivenciando assim o Fruto do Espírito.
Obs.: é necessário tomar cuidado para não ser enganado pelas emoções. Peça sempre a Deus o discernimento espiritual, através do qual você saberá identificar suas emoções e não ser traído por elas (Jeremias 17:9-10).
Tem tudo a ver também com o amadurecimento (crescimento) espiritual, transformação de personalidade, temperamento e caráter. Muitos dizem que não conseguem porque tem um temperamento explosivo, mas Deus muda nosso temperamento. E se falharmos em algum momento, devemos imediatamente nos reconciliar com Deus e com as pessoas através do perdão (Lucas 6:37).
6 – Perseverança
“com o domínio próprio, a perseverança” (vs.6b)
Perseverança é “firmeza, constância na fé e nas virtudes” (PEB).
É natural do ser humano ficar num vai e vem, num sobe e desce espiritual, semelhantes aos movimentos das ondas do mar, ou de uma gangorra (Tg 1:6-8).
Mas a vontade de Deus é que sigamos avante em uma linha ascendente, de crescimento progressivo em nossa espiritualidade. Obviamente esse caminho é pavimentado pela Graça de Deus, pois sem o Seu perdão nenhum de nós poderia continuar nessa jornada de fé e busca do crescimento espiritual, logo desistiríamos.
O contrário disso é uma vida espiritual medíocre e cheia de pecados e mundanismos, onde aqueles que deviam demonstrar ser amadurecidos mais se parecem com bebezinhos, carentes de leite espiritual, isto é, os primeiros ensinamentos da fé referentes à vida cristã (1 Co 3:1-3; Ef 4:14).
O poderia te fazer desistir de Jesus? Diga para si mesmo: nada poderá me separar do amor de Cristo!!! Ler Romanos 8:35-39.
O mesmo princípio, se desenvolvido, servirá em outras áreas da vida, e isso é ser espiritual: viver a fé cristã em todas as áreas de sua vida. Por exemplo: compromissos na Igreja e fora dela também como estudos, trabalho, a busca de uma boa profissão, amor aos pais e familiares, etc., etc. A perseverança passa a ser um traço no caráter de quem acredita em Deus e que luta por seus ideais. Quem persevera vai longe.
Portanto não desista, mas persevere!
7 – Piedade
“com a perseverança, a piedade” (vs.7c)
Mais uma vez somos desafiados a viver uma vida piedosa. Você ainda se lembra o que significa PIEDADE? Então vamos lá:
“Piedade” significa: pena dos males alheios; compaixão; devoção; religiosidade. O tipo de vida da qual estamos tratando, uma vida piedosa, é uma vida de amor e respeito pelas coisas religiosas e de compaixão pelos sofrimentos alheios. (PEB).
A repetição de termos se dá para reforçar algumas verdades:
Importância. Se não fosse tão importante Deus não ficaria repetindo tantas vezes. Vamos então dar o valor necessário a isso, não é brincadeira, é questão de vida ou morte!
Constância. Não é algo que se aprende uma vez na vida, mas algo que devemos vivenciar constantemente. Um descuido e já não estamos perseverando na piedade, um minuto de bobeira e já estamos na carne. É um aprendizado para a vida toda.
Alguns cuidados com respeito à piedade:
Orgulho espiritual. Alguns, após um tempo de caminhada e vida piedosa, pensaram que já estavam bem amadurecidos, que eram bons, bastante fortes na fé, e acabaram caindo no pecado do orgulho. Ninguém é melhor do que ninguém, SÓ JESUS É BOM, o resto (inclusive nós) somos todos pecadores. O que nos diferencia do mundo é a graça de Deus, é mérito exclusivo de Deus, e portanto, NUNCA DEVEMOS PENSAR QUE ESTAMOS BEM ESPIRITUALMENTE, isso pode ser um laço do inimigo. Pelo contrário, até quando tudo estiver bem, devemos nos humilhar na presença de Deus e suplicar por Sua misericórdia, para que não venhamos a tropeçar. Ver: 1 Co 9:27; Tg 4:6; 1 Pe 5:5).
Perseguições. A Bíblia nos alerta em 2 Tm 3:12 que os que vivem piedosamente sofrerão perseguições. Mas Deus nos ajudará, não desanimemos, mas perseveremos na piedade, pois virão muitas lutas e tribulações. Lembre-se de tudo que foi dito até aqui, e saiba que a piedade é tão importante na vida cristã que o diabo é o maior interessado em que deixemos de lado essa grandiosa virtude. Assim vamos parar de buscar o crescimento espiritual e seremos vítimas de seus ataques. A piedade é como uma proteção aos ataques do inimigo.
8 – Fraternidade
“com a piedade, a fraternidade” (vs.7a)
Já vimos o que é vida piedosa, mas ser piedoso sozinho é uma coisa; o próximo degrau é viver essa piedade em comunhão com as pessoas, isso é fraternidade.
Fraternidade = união, convivência como irmãos (PEB).
Vejamos porque a fraternidade com piedade é tão importante na busca do crescimento espiritual, e o que pode prejudicá-la.
Corpo de Cristo. A Igreja é o Corpo vivo de Cristo. Ele é o Cabeça da Igreja, e nós somos Seus membros (1 Coríntios 12:12-27). A comunhão fraternal é tão essencial como o ar para a nossa sobrevivência.
Panelinhas. Sabemos que nem tudo é alegria quando alguém se sente excluído. (1 Coríntios 3:4-5). Esses pequenos “guetos” dentro da Igreja sufocam a comunhão restringindo a comunhão a um grupo de “amigos”. Alguns desses grupinhos são tão “blindados” que chega a ser algo doentio. É claro que desenvolvemos amizades, mas isso não pode servir para isolarmos os demais, e nem nos isolarmos deles. É preciso entender que o nosso crescimento espiritual deve acontecer em conjunto, e se houver alguém que não ainda cresceu suficientemente, é na comunhão que isso ocorrerá. O contrário disso é gangrena (infecção generalizada, amputação). MISERICÓRDIA!!!!!!!!
O que mantém a comunhão fraternal viva e estável? Qual é o mistério?
A Igreja Primitiva é modelo de comunhão fraternal, eles “perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” (Atos 2:42). Quem disse que jovens e adolescentes estão fora disso está tremendamente errado!
O que mais podemos acrescentar:
Perdão. Sempre precisaremos perdoar e pedir perdão (Mt 6:12; 18:21-22).
Humildade. Reconhecer que erramos não nos diminui, nos faz crescer (Lc 6:29).
Respeito. A minha liberdade termina onde começa a do outro (Rm 13:7).
Simpatia. Podemos ser simpáticos uns com os outros sem distinção (At 2:46).
Liberalidade. Praticar o bem sem esperar recompensa, generosidade (At 2:45).
Compaixão. Barnabé é um exemplo prático disso (At 9:26-27; 15:37-39).
Tudo isso é pautado pelo AMOR, que veremos a seguir.
9 – Amor
“com a fraternidade, o amor” (vs.7b)
A fraternidade (comunhão fraternal) só é possível se tivermos amor uns aos outros. Tudo que foi dito acima é fortalecido e alimentado pelo amor cristão. O amor é como o nosso piso, nosso Caminho, Jesus é amor! O amor é como o nosso ar, sem ele sufocamos na fé, e não conseguimos prosseguir em comunhão. A comunhão não sobreviverá sem amor, mas o amor fortalecerá a comunhão. Sem amor tudo perde o sentido, tudo perde o seu valor (1 Coríntios 13).
Algumas características do amor cristão
É o grande mandamento, a Deus sobre todas (Mt 22:36-40);
O nosso Deus ama e os atrai com laços de amor (Jr 31:3);
Deus nos deu o maior exemplo de amor (Jo 3:16; 15:13; 1 Jo 3:16);
É o vínculo da perfeição, ou seja, tudo deve ser feito em amor (Cl 3:14);
Nos livra de fazer o mal ao nosso próximo, é o cumprimento da Lei (Rm 13:10);
Procede de Deus (1 João 4:7), quem ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
No final dos tempos se esfriará de quase todos (Mt 24:12). Que ele jamais se esfrie em nossos corações, em nome de Jesus!
Conclusão
“Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.” 2 Pedro 1:8.
A vontade de Deus está manifesta nesse versículo:
- Ele quer que essas coisas aumentem em nossas vidas;
- Ele quer se não sejamos “inativos e nem infrutuosos”, mas que sejamos ativos na Sua obra, e que produzamos os frutos de justiça.
Isso somente será possível através do nosso crescimento espiritual, que virá através do “pleno conhecimento de Jesus Cristo”.
Que no final desse Retiro Espiritual, saiamos daqui com esse desejo em nossos corações e mentes, que vivamos uma vida em busca do CRESCIMENTO ESPIRITUAL.
Deus te abençoe e te guarde!
Material de apoio:
- Bíblia Anotada - Editora Mundo Cristão
- Bíblia Vida Nova - Editora Vida Nova
- Dicionários: Aurélio, Michaelis e Priberam.
- Pequena Enciclopédia Bíblica de O.S.Boyer - Editora Vida.
Soli Deo Gloria!!!
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