Contrastes entre Deus e o homem
Este Salmo foi escrito por Moisés, o único Salmo atribuído a ele. Moisés orou por sua própria geração, que havia sido condenada a vaguear pelo deserto (BEG). Naquela circunstância em que o povo de Israel, por causa de sua desobediência, caminhou 40 anos no deserto, o servo de Deus, Moisés, intercedeu a Deus por este povo. Nós somos comparáveis ao povo de Israel. Somos pecadores, estamos caminhando no deserto da vida, e temos um Intercessor eterno, não Moisés, mas o Senhor Jesus, que intercede incessantemente por nós.
Nesse Salmo encontramos três contrastes entre Deus e o homem.
1 - A ETERNIDADE DE DEUS E A TRANSITORIEDADE DO HOMEM (vs.1-6,10)
O nosso Deus é eterno, Ele não muda! Ele tudo criou, existe eternamente antes da criação (1-2). Nossa vida tem limite (10), Deus não! Mil anos para Deus é como um dia para nós (4). Nós, no entanto, estamos de passagem por aqui. Hoje estamos vivos, amanhã não sabemos mais. A vida humana passa tão rapidamente (4-6).
A vida passa tão depressa, tão rápido que é como se voássemos (10b). Existem pastores que permanecem muitos anos na mesma Igreja, e muitos dos membros que foram batizados por eles, hoje são pais e tem filhos adolescentes que já estão fazendo Profissão de Fé. E há bem pouco tempo (cerca de 30 anos atrás, mas como passou depressa!) Marlene e eu éramos membros da IPB de Barretos e fazíamos parte da UMP, onde haviam tantos jovens. Alguns se casaram, foram embora do Brasil, outros se tornaram pastores, e outros até já morreram. A vida é assim, tudo passa depressa como um sono, como uma nuvem levada pelo vento, nossos anos passam rapidamente como as águas de um riacho, um breve pensamento (9b).
Reconhecer a nossa brevidade, diante da eternidade de Deus, traz para nós a consciência real de quem somos. Essa vida é passageira, rapidamente partiremos daqui e seremos chamados a prestar contas diante de Deus. E então, o que temos preparado? Preparemo-nos para esse dia. Vivamos o dia de hoje como se fosse o último dia de nossas vidas, nos preparando para o grande encontro com Deus.
2 - A SANTIDADE DE DEUS E A PECAMINOSIDADE DO HOMEM (vs.7-9)
No Livro do Profeta Isaías Deus é chamado de “Santo, Santo, Santo”, como no superlativo sintético da língua portuguesa: Santíssimo. Ele é puro e perfeito, jamais falha nem falhará! Nós, no entanto, somos pecadores, imperfeitos, cheios de erros. E Deus não admite o pecado, por isso existe a ira de Deus, por causa do pecado do homem. Moisés sabia que o que eles estavam passando era fruto, consequência, dos pecados. Ele fala dos pecados ocultos... Talvez Moisés se recordava daquele egípcio morto e enterrado na areia do deserto. Quando ele tinha 40 anos se indignou com um feitor egípcio que estava batendo em um escravo hebreu; e ele matou o egípcio e o enterrou na areia, escondendo seu corpo, seu pecado.
Mas não há como esconder nada de Deus. Deus põe tudo às claras, tudo que está encoberto será achado um dia, nada fica oculto aos olhos de Deus. Talvez Deus esteja dando tempo para que cada um de nós se acerte com Ele, enquanto há tempo.
O único meio de se aplacar a ira de Deus é o arrependimento e a conversão dos pecados. Somente através do Sangue de Cristo é que encontramos salvação da ira de Deus. A Bíblia diz que “todo que invocar o nome do Senhor, será salvo”. Busque-O e Ele se deixará encontrar por ti. Clame a Ele de todo o seu coração, e Ele te salvará.
3 - A SABEDORIA DE DEUS E A IGNORÂNCIA DO HOMEM (vs.11-12)
Esse é o último contraste apresentado. Enquanto Deus é eternamente sábio, fonte de todo conhecimento e sabedoria, nós somos ignorantes e sem conhecimento. Moisés reconhece isso pensando na ira de Deus, pois o conhecimento da ira de Deus é que leva os que creem (os que são um pouco mais sábios) a buscar o perdão divino. A Bíblia nos diz que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, mas os loucos desprezam o entendimento”. Quanta ignorância e loucura temos visto em nossos dias. A grande maioria das pessoas vivem como se a ira de Deus fosse algum tipo de mito, fábula. Arriscam tudo, como se a vida não valesse nada. De fato, a vida não vale nada para muitos que não tem sabedoria.
Fazemos planos e tomamos decisões todo tempo. Muito cuidado, não se precipite, pois “tudo que o homem semear, isso também colherá” (Gl 6:7). As nossas atitudes gerarão consequências, com as quais teremos que conviver, não poderemos fugir delas. Por isso devemos buscar a sabedoria que vem de Deus. Deus promete que todo que Lhe pedir sabedoria, receberá.
“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” (Tg 1:5).
Façamos como Moisés que pediu para Deus: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio.” (12).
CONCLUSÃO
O salmista Moisés termina essa oração com cinco pedidos a Deus...
1 - Reconhecendo quem ele era, e conhecendo muito bem quem eram seus irmãos, ele suplica pela compaixão de Deus e a benignidade de Deus: “Volta-te, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos. Sacia-nos de manhã com a tua benignidade [...]” (13-14a).
2 - Ciente de toda essa situação humana, como o pecado traz tristezas e incertezas ao coração, ele pediu que Deus concedesse a alegria espiritual que somente Deus pode dar. “[...] para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias. Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade.” (14b-15).
3 - Pede pela intervenção divina e gloriosa em sua história.
“Aos teus servos apareçam as tuas obras, e a seus filhos, a tua glória.” (16).
4 - Ciente também de que Deus é santo e justo, Moisés pede a Deus Sua graça!
“Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus [...]” (17a).
5 - E por último ele pediu que Deus abençoasse tudo que eles fizessem.
“[...] confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos”.
Esse último pedido de confirmação divina sobre as obras humanas nada mais é que o pedido da bênção de Deus. Pode ser comparado com nossas orações a Deus em favor da obra que a igreja faz na face da Terra. “Confirma Senhor a pregação da Palavra! Confirma Senhor a adoração do Teu nome! Confirma Senhor a evangelização dos perdidos!”
Como é bom estar refugiado em Deus, não há nada comparável a isso (vs.1,13-17).
NEle temos resposta para todas as nossas indagações, solução para todos os problemas e dilemas da vida.
Moisés declara que Deus era o refúgio da sua vida (vs.1). Ele é o seu refúgio? Faça de Deus o refúgio da sua alma. Busque nEle as forças que você precisa para caminhar e vencer; e no final você terá um tesouro no Céu.
Paulo Visotcky
Soli Deo Gloria!
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