Esperança e Missão
“Preservando a Palavra da Vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente.” Filipenses 2:16.
O Apóstolo Paulo olhava para o futuro, para o Dia de Cristo. Estava certo de que poderia se orgulhar diante de Deus pela espiritualidade missionária vivida pelos irmãos da Igreja em Filipos, no meio da geração corrupta de seus dias. Paulo nutria a firme esperança de que, na segunda vinda de Cristo e no Juízo Final, se orgulharia da fé e da ação missionária de seus filhos espirituais.
O sentimento de Paulo no Dia de Cristo será uma grande alegria e recompensa pelo duro trabalho e esforço realizado ao longo de sua vida de fé e de missão. Ele se sentirá grandemente recompensado porque não se esforçou nem correu inutilmente, nem de forma vazia ou sem sentido. Pelo contrário, depositou sua esperança no fato de que Deus efetuava, permanentemente, na vida dos filipenses tanto o querer quanto o realizar (Fp 2:13). A espiritualidade missionária da Igreja, por si só não poderá brilhar neste mundo (Fp 2:15) a não ser que seja pela ação concreta e santificadora de Deus, sem a qual o esforço de todos nós seria em vão e sem sentido.
A esperança de Paulo repousava na ação completa de Deus. Dessa forma, ele cria em seu trabalho em prol de promover a espiritualidade da fé missionária na vida dos irmãos, como pastor, teólogo e missionário.
Embora parecesse cansativo, desprestigiado e infrutífero, não seria jamais considerado por Deus como uma atitude vazia. Antes, Paulo encontrava o sentido e o propósito de seu trabalho quando o observava pelo prisma da ação redentora de Deus neste mundo através da vida da Igreja. E, por isso, podia esperar a grata recompensa futura que receberia no Dia de Cristo.
Também para nós, como o foi para Paulo, essa esperança se torna importante ao longo do nosso exercício de fé e de missão em meio a este mundo corrompido. Ela assume uma dimensão agregadora da própria missão, não permitindo que a espiritualidade missionária se disperse por prioridades, expectativas e atividades que comprometam a fundamentação e a integridade teológica (“retendo firmemente a Palavra da Vida”, Fp 2:16a) da fé e da missão. Por isso, é fundamental que a esperança no Dia de Cristo se renove diariamente, não permitindo que a sensação de inutilidade tome conta e nos distancie da missão de Deus neste mundo. A esperança verdadeira é renovadora da missão!
Autor: Pr. Carlos Del Pino, missionário presbiteriano na Europa.
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