Princípios de Uma Vida Com Deus
“Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.” Miquéias 6:8.
Praticar a justiça, amar a misericórdia e andar em humildade
Graças a Deus que em Sua infinita graça e misericórdia nos tem sustentado e fortalecido, mas diante de tantas perspectivas, planos, sonhos, desejos e desafios, tudo se torna muitas vezes desafiador e grande demais para nós. Talvez seja essa a razão de muitos desistirem de tudo. No entanto, na perspectiva de Deus, o que temos que ter em mente não é demasiadamente complicado ou difícil de se entender e praticar. A vida com Deus é relativamente simples, nós é que dificultamos tudo com nossas fraquezas, pecados, desobediências, concessões, leniências, irresponsabilidades, hipocrisias, carnalidades, etc., a lista seria infindável.
Vamos tentar enfocar aquilo que realmente importa, o que vem na sequência, a partir daí, será consequência de nosso temor e obediência às regras e orientações daquEle que tudo pode em todas as coisas.
Explicação
Miquéias é um dos profetas menores, ele viveu e pregou durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias (750-686 a.C.), durante o período de expansão e dominação dos assírios. Esse é um livro de proclamação do julgamento de Deus, onde o autor declara que o Deus justo e santo não toleraria mais a maldade persistente de Seu povo (1:3). Muitos dos pecados do povo são mencionados, desde a idolatria e a feitiçaria (5:12-14) até as ações enganosas e fraudulentas que eram praticadas (6:10-11), e aqueles que oprimiam os pobres, apoderando-se de suas terras, as quais Deus havia determinado como herança a todo Seu povo (2:1-5).
Mas Miquéias vai além do tom predominante de um castigo iminente, e mostra a restauração e benção futuras, fruto das misericórdias do Senhor:
- Deus É fiel em Suas promessas (7:20);
- Ele preservará o restante do Seu povo (2:12; 4:7; 5:3,7-8);
- Suscitará um Governante de Belém de Judá, o Messias (5:1-5);
- A restauração do povo de Deus depende unicamente de Seu perdão misericordioso e de Sua iniciativa soberana, e não do trabalho de mãos humanas (7:18-19). (BEG).
Argumentação
Aprendemos com a mensagem de Miquéias acerca da objetividade da vida cristã. No texto em destaque (Mq 6:8) é usada a expressão o verbo “pedir” para expressar aquilo que está no coração do Deus soberano. Entendemos que mais que um pedido, esse ideal constitui-se em mandamento prático daquEle que a tudo vê e que pode todas as coisas, o Deus grandioso e terrível, amoroso e justo, Luz inaudita e Fogo consumidor. O que Ele quer?
1 – Justiça Prática
Precisamos entender o que é justiça aos olhos de Deus. A justiça humana é tão falha que é somente uma sombra diante da justiça divina. A justiça divina é tão elevada que não conseguimos pratica-la perfeitamente, e apenas através das misericórdias de Deus, reveladas em Cristo Jesus é que podemos praticar a Sua justiça. No contexto de Miquéias, para o povo de Israel, a prática da justiça estava relacionada com a prática da Lei Mosaica e todos os mandamentos que ela trazia em si. Aqueles preceitos eram impraticáveis em sua totalidade.
“Pois qualquer que guarda toda a Lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.” Tiago 2:10.
Mas para nós, que estamos debaixo da graça de Deus, praticar a justiça é obedecer aos mandamentos do Senhor. É servi-Lo de coração.
“Porque este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos; ora, os Seus mandamentos não são penosos.” 1 João 5:3.
Tanto naquela época como hoje, a grande falha que pode ser cometida, é a prática de uma falsa justiça, ou seja, uma fé, uma religiosidade hipócrita, onde recitamos os mandamentos e versículos mecanicamente, religiosamente, liturgicamente, exteriormente, e não vivemos de modo prático, de coração, o que eles nos ensinam.
2 – Misericórdia Amorosa
Certamente essa parte da mensagem de Miquéias refere-se à vida em comum do povo de Deus, a vida em comunhão. É na vida diária da Igreja que somos moldados, lapidados, onde o nosso caráter precisa ser aperfeiçoado.
É aqui que devemos praticar o perdão, pedindo e concedendo;
É aqui que precisamos aprender a ser humildes;
É aqui que vemos o quando precisamos uns dos outros, que não somos melhores;
A Igreja e a família são os primeiros lugares onde a misericórdia deve ser praticada:
“Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.” Gálatas 6:10.
Mas não é somente dentro da Igreja e nos nossos lares que devemos praticar a misericórdia, ela deve sair e alcançar nossos parentes, crentes e não crentes, nossos vizinhos, colegas de trabalho, amigos e até os nossos inimigos.
A parábola do Samaritano (Lucas 10) nos mostra que a vontade de Deus é que a misericórdia seja praticada além das nossas fronteiras religiosas, sociais e ideológicas, e que chegue ao nosso próximo, não importa quem ele seja.
A ordem do Senhor não é apenas que sejamos misericordiosos, mas que amemos a misericórdia. Talvez a intenção do nosso Pai é que não vejamos a misericórdia como mais uma Lei, e sim como algo que PRECISA ser feito em amor.
Assim somos tratados e grandemente abençoados por Deus.
3 – Andar com Deus em Humildade
Esse é o cerne de uma vida santificada e abundante: a humildade para com nosso Deus. Através dessa atitude de humilhação perante Ele, haveremos de reconhecê-Lo em tudo que fizermos e falarmos. Isso vai muito além de Lei ou mandamentos, mas trata-se de uma vida em comunhão com Ele. Deus quer isso para nós, Deus quer que vivamos assim!
Deus proveu todos os meios necessários: enviou seu Filho amado, Jesus, que pagou o preço dos nossos pecados; enviou o Espírito Santo que nos faz compreender a Sua Palavra, e nos ensina dia a dia a Sua vontade, nos guiando mansamente às águas tranquilas.
Não podemos recusar um convite desses, não podemos deixar de lado uma oportunidade como essa. Mas para vivermos assim, precisamos fazer morrer o nosso orgulho, que é o oposto da humildade. Lembremos que:
“Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a Sua graça.” 1 Pedro 5:5.
Conclusão
A mensagem de Miquéias nos impulsiona a uma aproximação objetiva de ações que nos levem a cumprir nossos objetivos e propósitos como servos de Deus. Servir a Deus não é teoria, é prático, o real objetivo de nosso chamado e vocação como povo eleito de Deus.
Temos tantas coisas para fazer, e tão grandiosas são, que nos vemos incapazes de fazê-las. A obra é de Deus e não nossa, não podemos jamais tentar faze-la na força de nosso braço, mas na força do braço do Senhor.
Mas se buscarmos de coração praticarmos esses pontos explanados, certamente realizaremos a obra do Senhor do modo que Lhe agrada.
Que possamos viver “deixando para trás as coisas que para trás ficam”, e vivenciando esses princípios espirituais aqui apresentados no tempo que temos diante de nós.
PSVS
BEG - Bíblia de Estudo de Genebra.
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