QUANDO O CAPITÃO ABANDONA O NAVIO


Por: Rev. Paulo Sergio da Silva
IPB Vila Gerti, S.Caetano do Sul / SP
Pastoral Boletim 22.01.12 

"Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno." Mateus 5:37. 

O mundo todo ficou estarrecido com a notícia do acidente do luxuoso transatlântico Costa Concórdia, que adernou após chocar-se com um banco de areia e pedras, na costa da Itália. O saldo do desastre: 14 mortos e 24 desaparecidos; uma terrível tragédia! A causa do acidente foi a mudança de rota, efetuada pelo capitão do navio, que o guiou perigosamente para perto da ilha de Giglio. Mas o que mais chamou a atenção de todos, além dessa manobra arriscada e irresponsável, foi a sua atitude após o acidente, agindo de um modo totalmente anti-profissional e desumano. O capitão não procedeu com os protocolos de salvamento, e ausentou-se do navio em seu pior momento. A famosa regra náutica que diz que “o capitão é o último a deixar o navio” foi ignorada. Os erros do Capitão Schettino foram basicamente dois, e que depois se desdobraram em tantos outros: primeiramente conduziu a embarcação por uma rota diferente do que havia sido determinado. E em segundo lugar, diante da tragédia, reagiu covardemente e fugiu abandonando os passageiros e a tripulação.

Existem muitos que, infelizmente, se identificam com este irresponsável capitão, e mudando o rumo do que prometeram seguir, abandonam suas responsabilidades de um modo tão frio e inconseqüente. Vejamos alguns exemplos.


1 - Políticos que fazem tantas promessas, e depois de serem eleitos abandonam o povo.
2 - Policiais que juram solenemente, e abandonam a honra pela corrupção.
3 - Médicos que prometem atender aos aflitos sem interesses, e... Sem comentários.
4 - Cônjuges que prometem fidelidade até que a morte os separe, mas diante de inevitáveis conflitos e tentações, traem e abandonam seus cônjuges e filhos.
5 - Crentes que fazem a sua Pública Profissão de Fé, mas quando ao surgirem tempestades e tribulações, abandonam a Bíblia, a oração, a Igreja e o próprio Deus.

Tais atitudes denotam o espírito frio e egoísta que conduz a muitos. O problema em questão é moral, ético e espiritual. Materialismo, mentira, maldade, covardia, egoísmo, traição, etc., ou seja, o pecado, domina, coage e instiga as pessoas a agirem assim. Não é essa a vontade do nosso Deus. Pelo contrário, o Senhor requer de nós caráter, integridade, responsabilidade e fidelidade.

Outro grave paralelo são as conseqüências de tais atos. No caso do Costa Concordia, o Capitão Francesco Schettino pode ser condenado a 15 anos de prisão. Mas nada trará de volta aos entes queridos, aqueles que morreram por causa de sua tão cruel leviandade. Assim também, se abandonarmos nosso barco, sofreremos as conseqüências e outros também poderão sofrer por causa de nós. Deus é o Justo Juiz, e Ele jamais permite que alguém zombe dEle (Gálatas 6:7).


Diante disso tudo precisamos parar a refletir: temos sido bons profissionais? Temos credibilidade ou nossa palavra não vale nada? Na escola, rua, vizinhança, parentesco, e na própria Igreja, o que as pessoas pensam de nós? Será que temos sido negligentes para com aquilo que prometemos? E a obra de Deus? Temos levado a sério?

Sejamos coerentes, tenhamos palavra, honremos nosso nome, família, Igreja e acima de tudo ao nosso Deus. Um dia Ele cobrará de nós, punirá os negligentes e galardoará os fiéis.

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” Gálatas 6:7.

SOLI DEO GLORIA!!!


Leia aqui notícias sobre o acidente. 

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