A Lei do Amor e o Amor à Lei


“Se vocês guardarem os Meus mandamentos, permanecerão no Meu amor, assim como também Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e no Seu amor permaneço.” João 15:10 (NAA).

Alguns cristãos cometem o erro de colocar o amor contra a Lei, como se ambos fossem excludentes. Ou você tem uma religião de amor ou uma religião da Lei. Mas essa equação é profundamente antibíblica. Para quem não sabe, o “amor” é um mandamento da Lei (Dt 6:5; Lv 19:18; Mt 22:36-40). Se você prescreve o amor, está falando da Lei. Ao contrário, se você está dizendo que a Lei não vale mais, então está dizendo que o amor, o resumo da Lei, também não vale. Além disso, considere a íntima relação que Jesus faz entre o amor e a Lei. Para Jesus não existe amor sem obediência à lei (Jo 14:15). Mas Ele diz mais do que isto. Jesus coloca a comunhão com Deus junto com a guarda dos mandamentos. 

Quando guardamos os mandamentos de Cristo, nós O amamos. E quando amamos Cristo, o Pai nos ama. E todo aquele que o Pai ama, Cristo ama e Se lhe revela (Jo 14:21). Então, não se pode permanecer no amor de Cristo à parte dos mandamentos de Cristo (Jo 15:10). O que significa que não há plenitude de alegria à parte da busca da santidade (Jo 15:11). A Lei de Deus é uma expressão de Sua graça. A Lei é o plano de Deus para o Seu povo santificado desfrutar da comunhão com Ele. Por isso os Salmos estão cheios de declarações de deleite relacionadas com os mandamentos de Deus. Mesmo com o fim da aliança mosaica, certamente o Salmista nos estabelece um exemplo. 

O homem feliz se deleita na Lei do Senhor e medita nela de dia e de noite (Sl 1:2). Os preceitos e as regras do Senhor são mais doces do que o mel e devem ser mais desejados que o ouro (Sl 19:10). Sim, a Lei pode levar o homem natural a pecar (Gl 3:19,22). Mas o povo de Deus se regozija nos Seus estatutos e percebe coisas maravilhosas na Sua Lei (Sl 119:18). Anseia estar constantemente guardando seus estatutos (vs.5). Aos olhos do crente a Lei ainda é boa e verdadeira; é a nossa esperança, nosso consolo e nosso cântico, nunca como meio de merecimento de justificação, mas como a expressão exata de tê-la recebido. Podemos concluir um sermão com alguma coisa que devemos fazer. Não está errado aconselhar os outros à obediência. Enfatizar a graça pura não é o problema. O problema é presumir que as boas obras vão fluir invariavelmente do nada a não ser de uma ênfase diligente do Evangelho. 

A ironia consiste em colocarmos cada imperativo em ordem para crer no Evangelho mais fortemente, transformar o Evangelho e a fé naquela coisa que precisamos para ser melhores. Desse modo, se realmente cremos, a obediência viria junto, e não haveria necessidade de mandamentos ou esforço. Mas a Bíblia não raciocina deste modo. As boas obras sempre estarão enraizadas nas boas novas da morte e ressurreição de Cristo. Não fazemos o suficiente ensinando que a obediência à Lei - com um espírito disposto, possível quando operado pelo Espírito Santo - é a devida resposta à graça pura. Por mais que Lutero ridicularizasse o mau uso da Lei, ele não rejeitou o papel positivo da Lei na vida do crente: “Cremos, ensinamos e confessamos que a pregação da Lei deve ser recomendada com diligência, não apenas ao incrédulo e impenitente, mas também aos verdadeiros crentes, que foram verdadeiramente convertidos, regenerados e justificados pela fé.” 

Os pregadores devem pregar a Lei sem acanhamento. Os pais devem insistir na obediência sem timidez. A Lei pode e deve ser recomendada aos verdadeiros crentes, não para condenação, mas para correção e promoção do Cristianismo. As Escrituras indicam e Deus manda, para o nosso bem, e na Sua graça.

Autor: Kevin DeYoung, do original em inglês: “The Law of Love and the Love of Law”.
Extraído e adaptado do site http://www.ministeriofiel.com.br/.

Pastoral IPNA 03/12/17
Rua Álvares Fagundes, 102, Americanópolis, São Paulo.

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