MARCAS DA VERDADEIRA IGREJA


UMA REFLEXÃO CALVINISTA

Por: Rev. Jônatas Abdias de Macedo 

Foi com o surgimento das heresias que se tornou necessário estabelecer “um padrão de verdade ao qual a Igreja deve corresponder”, sendo os Credos uma resposta da Igreja à situação de ameaça à teologia considerada bíblica. Na Reforma Protestante do século XVI, a Igreja foi compreendida dentro da perspectiva de “povo de Deus”, não simplesmente como um edifício ou uma organização institucional, mas sim, como povo de Deus que se reúne para adorar a Deus, sendo a Igreja caracterizada pela ministração correta da Palavra e dos Sacramentos – a saber – a Santa Ceia e o Batismo. Os reformadores vão enfatizar o estudo da Palavra, visto que este fora ofuscado pela preocupação filosófica: A razão havia tomado o lugar da Revelação.

Na Reforma, o ponto de partida não é o homem; ele não é considerado “a medida de todas as coisas”; antes, a sua dignidade consiste em ter sido criado à imagem de Deus. Infelizmente, o homem pós-moderno contempla um reviver desta antiga heresia invadindo a igreja. O homem retorna ao seu posto usurpado de medida de todas as coisas, sendo o centro das atenções na igreja. E a glória de um culto está no fato de que foi arquitetado à imagem e semelhança do “visitante”. O ponto de partida é o homem. 

A Reforma teve como objetivo precípuo uma volta às Sagradas Escrituras, a fim de reformar a Igreja que havia caído ao longo dos séculos, numa decadência teológica, moral e espiritual. A preocupação dos reformadores era principalmente a reforma da vida, da adoração e da doutrina à luz da Palavra de Deus. Aliás, a Reforma teve como um de seus marcos fundamentais o “reavivamento” da pregação da Palavra. À Igreja foi confiada a Palavra de Deus, a qual ela deve preservar em seus ensinamentos e prática. Calvino entendia que a verdade, porém, só é preservada no mundo através do ministério da Igreja. Daí, que peso de responsabilidade repousa sobre os pastores, a quem se tem confiado o encargo de um tesouro tão imensurável. 

A sã doutrina certamente jamais prevalecerá, até que as igrejas sejam mais bem providas de pastores qualificados que possam desempenhar com seriedade o ofício de pastor; disse Calvino escrevendo a Cranmer. Fiel à sua compreensão da relevância da pregação bíblica, usou de modo especial, o método de expor e aplicar quase todos os livros das Escrituras à sua congregação. A sua mensagem se constitui num monumento de exegese, clareza e fidelidade à Palavra, sabendo aplicá-la com maestria aos seus ouvintes. De fato, não deixa de ser surpreendente, o conselho de Jacobus Arminius, isto mesmo, o preceptor do que seria conhecido de Arminianismo. Ele diz: “Eu exorto aos estudantes que depois das Sagradas Escrituras leiam os Comentários de Calvino, pois eu lhes digo que ele é incomparável na interpretação da Escritura.” Infelizmente eles não ouviram... 

Com uma profunda preocupação pastoral, Calvino entendia que a pregação é um instrumento para a consecução da salvação dos crentes e, que embora não possa realizar nada sem o Espírito de Deus, todavia, através da operação interior do mesmo Espírito, ela revela a ação divina muito mais poderosamente.

Extraído, com acréscimos: “A Igreja de Deus: Origem, Características e Missão”, de Hermisten M.P. Costa.

Comentários

  1. Como sempre nosso irmão Rev. Hermistem tem sido usado por Deus como fiel ministro da Palavra. Aqui em nossa igreja tivemos o privilégio de ouvi-lo pessoalmente e nossa oração é para que Deus instrue a vc tb, querido irmão, para somente expor as verdades bíblicas simples como são, as quais por si só têm o poder de penetrar o + duro coração.Bjos.Ana

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