JOÃO CALVINO, O EXEGETA DA REFORMA


"Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus." Mateus 22:29.

Um dos métodos que Calvino desenvolveu para o ensino das Escrituras, foram os comentários, começando pela Carta de Paulo aos Romanos, que para ele era o principal livro da Bíblica, cujo tema central é a justificação pela fé. A partir daí ele via uma porta aberta para o entendimento e ensino do restante da Bíblia. Ele também desenvolveu a sua “Instituição da Religião Cristã” ou “As Institutas” como se tornou conhecida essa “obra prima da Teologia Protestante”, segundo Albrecht Ritschl. Sua obra é apologética, isto é, de defesa da fé cristã reformada, dentro da visão da teologia bíblica, sendo ele um teólogo sistemático. A exegese (interpretação) de Calvino tem enfoque teológico, e sua teologia é coberta e embasada em uma exegese bíblica firme e consistente.

Depois de Romanos, Calvino comentou quase todos os livros da Bíblia, sendo considerado um dos maiores exegetas da história, o “exegeta da Reforma” (exegeta = intérprete). Alguns também o consideram o melhor historiador de exegese do Antigo Testamento. Ao contrário do que muitos fazem, torcendo o sentido original dos textos sagrados e alegorizando, ao invés de expor a verdade revelada nas Escrituras, Calvino é claro, breve e direto em suas exposições. Ele fazia conforme o que Grynaeus também pensava: que “o intérprete precisa penetrar na mente do escritor a quem deseja interpretar”, do contrário vai além daquilo que está escrito, e em se tratando da Palavra de Deus, isso pode constituir-se blasfêmia e heresia. O intérprete precisa discernir e explicar quais eram as intenções do autor, o que ele de fato disse, quais eram seus objetivos com o que escreveu. O método de Calvino é “histórico-gramatical-teológico”.

Calvino enfatizou a busca do conhecimento como fonte geradora de vida espiritual; só os que foram agraciados com o verdadeiro conhecimento de Deus podem ter comunhão real com Cristo. Ele rejeitou o ensino humanista secular, ainda que reconhecesse a grandeza do homem como criatura à imagem e semelhança de Deus. Porém afirmava que o homem precisa conhecer a Deus, para que através de Sua contemplação, possa descer e examinar-se a si mesmo. Para Calvino somente através das Escrituras é possível nos conhecermos verdadeiramente, assim como a natureza e ao próprio Senhor. Desse modo o homem passa a conhecer o que Deus pensa a seu respeito, e o que Deus quer que o homem faça, que seja praticado. Isso ocorre através da obediência e submissão aos mandamentos de Deus, prova inequívoca do conhecimento dEle.

Portanto, para João Calvino, o verdadeiro conhecimento de Deus produz em nós vida espiritual, vida de culto a Deus.

Extraído do resumo do livro “João Calvino 500 Anos, Introdução ao Seu Pensamento e Obra”, de autoria do Rev. Hermisten Maia, professor de Teologia Sistemática do Seminário José Manoel da Conceição, e Pastor da Primeira IPB de São Bernardo do Campo.


IPB de Vila Gerti, S.C.Sul / SP
Pastoral Boletim 09/03/14.

SDG - A DEUS TODA GLÓRIA!!!

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