Encontro com a glória de Deus



TEXTO BÁSICO - ISAÍAS 6:1-8
“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por Nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” Isaías 6:8.

INTRODUÇÃO
Grandes privilégios trazem consigo grandes responsabilidades. Tudo que é importante, ou relevante, tem um objetivo, propósito, preço. Em se tratando de coisas espirituais, principalmente, nada é por acaso. Deus sempre tem um plano, Ele jamais age sem um propósito, uma meta, um objetivo. Deus tem propósitos para nossas vidas. O projeto eterno de Deus começa a se fazer presente em nossas vidas a partir do momento que nos encontramos com Cristo, ou melhor, que fomos encontrados por Ele e recebemos o Seu perdão.

“Não Me escolhestes vós a Mim, mas Eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu nome pedirdes ao Pai Ele vo-lo conceda.” João 15:16.

Não podemos viver nesse mundo sem um propósito, um objetivo, um ideal. Se compreendermos o plano de Deus, e crermos que Ele tem metas para cada um de nós, certamente nos preocuparemos com isso, ou pelo menos, desejaremos entender qual é a Sua vontade para nós. Quem “não esquenta a cabeça” com essa questão, é porque:

- não compreendeu o plano de Deus, não conhece o Seu modo de agir;
- está enfraquecido na fé, passando por crises, problemas e dificuldades;
- ou (o que é pior) ainda nem recebeu o perdão de seus pecados, que é a “marca registrada” de nosso encontro inicial com Cristo.

Nessa mensagem procuraremos entender esse modo do agir de Deus, que é um padrão na vida de todos os Seus servos.

EXPLICAÇÃO

Este texto tem data registrada: o ano da morte do rei Uzias, 740 a.C. Quando lemos “no ano da morte do Rei Uzias”, é importante que saibamos o que se passava ali. Certamente esse foi um período de crise política em Judá, visto que após 52 anos de reinado, Uzias morreu de lepra, por causa de sua desobediência a Deus. Quando o seu coração se exaltou para a sua própria ruína, Ele entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso, atribuição que era exclusiva dos sacerdotes, filhos de Arão. O sacerdote Azarias e mais 80 sacerdotes do Senhor, resistiram a ele, até que ele indignou-se contra eles, e estava com o incensário na mão quando a lepra lhe saiu na testa, perante os sacerdotes, na Casa do Senhor. Uzias ficou leproso, e por causa da lepra foi excluído da Casa do Senhor, e foi separado de seu povo. Ele morou numa casa separada até o dia da sua morte (2 Cr 26:16-21). O orgulho e a rebeldia podem matar e destruir. Ai daqueles que caírem nas mãos do Deus irado!!!

Esse era o contexto da nação, no dia em que Isaías teve esse encontro maravilhosa com Deus. Ele subira ao templo para orar, e então Deus Se revelou ao Seu servo de um modo tão especial. Esse é o chamado de Isaías, e tem tudo a ver com o nosso chamado. No texto lido isso tudo fica claro. Foi Deus Quem preparou esse encontro com o Seu servo Isaías, foi Deus que o chamou naquele dia, e Ele tinha o objetivo de trabalhar na vida de Isaías, e usá-lo a Seu serviço. Esse é o padrão que Deus usa para agir na vida dos Seus escolhidos.

ARGUMENTAÇÃO

O que se nota nesse encontro tão especial de Deus com seu servo Isaías? Podemos entender que há aqui um tipo de ensino da parte de Deus para nós, ou seja, o modo como Ele agiu com Isaías é um padrão na vida do Seu povo. Seguindo esse princípio de raciocínio e de fé, entendemos quais são as características do encontro de Deus com os seus servos. Vamos observar alguns pontos marcantes desse texto e aprenderemos mais sobre o padrão da ação de Deus para com todos nós.

1 – PERDÃO (vs.5-7)

O encontro com Deus é caracterizado pelo perdão dos pecados. Todas as vezes que Deus chama alguém, Ele concede o perdão dos pecados. É impossível alguém servir a Deus com a vida afundada na lama do pecado.

Portanto é uma falácia a idéia de comunhão com Deus e a permanência no pecado. Essa é uma das razões porque não cremos que Deus está presente e abençoando todos que falam de Deus, mas vivem no pecado.

Aqui notamos dois fatores essenciais para o recebimento do perdão divino:

1.1 - Consciência do pecado e temor de Deus (vs.5)
Quando temos um encontro com Deus, nós simplesmente entendemos que certas coisas que fazemos são contrárias à vontade de Deus, e portanto merecemos a ira de Deus, por isso passamos a desejar receber o Seu perdão. Notamos um grande sinal de arrependimento em Isaías no momento em que ele teve consciência da glória de Deus. Houve uma reação de temor e respeito para com Deus ao ser confrontado consigo mesmo: “Ai de mim (!)...” Algo muito errado está acontecendo com aqueles que não se sentem arrependidos por causa de seus pecados. Esse é um sinal de que houve um endurecimento de coração, é sinal de que as coisas não vão bem...

Outro fato revelado no texto é que ele sabia exatamente qual era o     seu pecado - lábios impuros. Podemos entender que este homem estava convivendo com este pecado, que para muitos nem é até considerado pecado... Mas nesse dia a sua história mudou. Isso é conscientização; é fácil notar quando alguém que se arrependeu de seu pecado, existe uma atitude de temor e mudança, as atitudes, e até a fisionomia mudam. Deus nos revela exatamente o que está errado conosco. Mas se o pecado não nos causa mal nenhum, em nenhum momento é porque estamos endurecidos. O correto é que, SE ESTIVERMOS EM PECADO, sintamos tristeza, falta de paz, amargura, sentimento de derrota, medo, temor de Deus, etc. Quem não sente nada no coração quanto ao pecado e até se deleita em determinadas situações, deveria reavaliar a sua fé e seus conceitos a respeito de Deus e Sua salvação.

1.2 - Perdão dos pecados (vs.6-7)
Deus é Deus, e isso diz tudo. Ele age como que e quando quer. Aqui, especialmente no contexto de Isaías, um anjo tira uma brasa do altar de Deus e com ela toca nos lábios de Isaías que é imediatamente purificado. Nós cremos no poder do Sangue de Jesus que nos purifica de todo pecado, e nos deleitamos em 1 João 1:9. Como é bom ser crente!

“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.”

Não sabemos como é o agir de Deus em nossas almas, o que sabemos é que todas as vezes que nos aproximamos dEle em arrependimento e fé, somos perdoados. Deus é fiel e sempre cumpre as Suas promessas, e nos perdoa de todo o pecado. 


Lidando com a culpa. Por isso, não podemos mais aceitar acusações do inimigo. Avalie-mo-nos, diante de Deus, com relação aos pecados:

- A nossa confissão foi voluntária e sincera?
- Não há em nosso coração a intenção de enganar alguém?
- Não estamos agasalhando (escondendo) o pecado no coração?
- Não confessamos com a intenção de voltar a pecar?
- Não só confessamos a Deus os pecados, mas também pedimos perdão àqueles que ofendemos, e perdoamos os que nos ofenderam?

Se temos cumprido esses requisitos, então podemos descansar nosso coração nos braços de Deus. Não há razão para sentirmos peso ou culpa de pecados que já foram perdoados por Deus e abandonados por nós. Deus conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó (Sl 103:14). Quando Deus nos chamou Ele já contava com nossos erros, fraquezas e defeitos. Deus não chama capacitados, Ele capacita escolhidos.

2 – SERVIÇO (vs.8)

A segunda característica do chamado de Deus é o serviço cristão. Isaías foi chamado para servir a esse Deus maravilhoso, e nós também fomos. Será que todos têm consciência disso? Por que há tantos crentes acomodados, desanimados e apáticos? Talvez seja porque ainda não aprenderam que Deus espera algo deles, que Deus quer que eles se disponham para o serviço do Senhor.

Na experiência de Isaías ficam claras três verdades espirituais.

2.1 – O Deus Pai não estava sozinho
A expressão “NÓS” fortalece a doutrina da Trindade, pois ali estavam presentes o Pai, o Filho e o Espírito. Em nossa vida espiritual precisamos entender e desenvolver uma relação inteligente com a Trindade. Fomos eleitos por Deus Pai, remidos pelo Sangue de Jesus Cristo e selados com o Espírito Santo. Isso é o retrato de uma vida devocional abundante, vida de comunhão íntima com Deus (Sl 25:14).
 

Não há uma hierarquia, mas uma comunhão santa e perfeita entre cada uma das pessoas da Trindade. Assim também precisamos nos espelhar e saber desenvolver relações amorosas e respeitadoras entre nós, seja na família ou na Igreja. A qualidade da nossa comunhão uns com os outros é um reflexo da qualidade da nossa comunhão com Deus. Quem não consegue ter comunhão com o Corpo de Cristo pode estar seguro de que ter comunhão verdadeira com o Cabeça do Corpo, Cristo?

2.2 – Deus nos concede o privilégio de O servir
A obra de Deus não pode ser encarada como fardo, peso ou algo complicado de ser realizado. Pelo contrário, o jugo do Senhor é suave e o Seu fardo é leve. Nós, Seus servos, é que às vezes, complicamos as coisas, e então servir a Deus torna-se algo maçante, cansativo e desgastante, quando deveria ser (e na realidade é) prazeroso e fortalecedor. Se nos desdobramos para servir a patrões e senhores deste mundo, a troco de um salário, por que não nos desdobramos para servir ao Senhor dos senhores, simplesmente por amor e gratidão? E ainda mais, Ele nos prometeu uma herança celestial, e um galardão eterno nos Céus. O chamado de Deus é para o serviço, e servir a Deus é por demais honroso para nós.

2.3 – Deus espera de nós a voluntariedade
Ao ouvir a voz de Deus, Isaías se dispôs! Diferentemente de Jonas que não quis realizar a vontade de Deus, e quando foi a Nínive, foi com o coração triste, pesado, a contragosto. Diferente também de Moisés que se esquivou até provocar a ira de Deus. Isaías nos deixou uma grandiosa lição, a de que devemos nos dispor a fazer aquilo que o Senhor quiser que façamos. Não se trata de ter dom ou ministério em determinada área. Trata-se sim de querer servir a Deus e exaltar o Seu nome em todas as coisas. Podemos não ser os melhores, mas podemos melhorar. Creio que este é um dos sinais mais marcantes da maturidade cristã, que é fruto de uma vida de comunhão com Deus, a partir do Seu chamamento. Como é diferente quando diante das necessidades da Igreja, há pessoas dispostas a cumprirem seus deveres para com Deus e realizarem a Sua vontade voluntariamente.

CONCLUSÃO


1 – Talvez, a razão pela qual muitos não servem a Deus com alegria é porque lhes falta um encontro real com Deus.

2 – Esse encontro com Deus pode e deve ser multiplicado em nossa caminhada. Muitas vezes nos tornamos apáticos porque ficamos na lembrança de um primeiro encontro, quando devemos almejar por nos encontrar com Ele sempre.

3 – O modo pelo qual nos encontramos com Deus é: participando da vida da Igreja nos cultos, reuniões e estudos bíblicos. Não O vemos, mas cremos que a Sua glória está aqui. Também nos encontramos com Ele em nossas reuniões devocionais familiares, e em nossos momentos particulares com Ele em oração e leitura da Bíblia.

4 – Sempre devemos demonstrar voluntariedade para servir a Deus. Esse é o grande sinal de que tivemos, e estamos tendo, encontros reais com Ele (comunhão); que somos transformados por Sua glória, e que portanto desejamos servi-Lo de todo o nosso coração.

Por: Paulo Sergio Visotcky da Silva

SOLI DEO GLORIA!!!

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