Servir ao Senhor - O Melhor Projeto de Vida


“Agora, pois, temei ao SENHOR e servi-O com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” Josué 24:14-15.

Vivemos dias difíceis em que a família está sendo descartada, destruída. “Ah, sempre foi assim” diriam alguns. Mas eu me recordo dos tempos em que as pessoas valorizavam muito mais as suas famílias. Hoje em dia muitos casamentos são mais para manter as aparências, muitas pessoas se casam, mas na mente de muitos “se não der certo, é só separar”. É grande também o número de relacionamentos sem compromisso sério, e o “ajuntar” nunca esteve tão em alta. Além disso tudo, o avanço do homossexualismo tem mudado conceitos até de muitos cristãos. É a própria desconstrução da família e da sociedade. Estamos assistindo é uma sucessão cada vez maior de lares destruídos e vidas fracassadas. O que o futuro reserva para estes que desprezam a família? Solidão, culpa, amargura...

Esse é o momento de buscarmos a cura de nossas famílias e relacionamentos, se quisermos preserva-las dessa avalanche de destruição. Através de atitudes responsáveis e de fé, podemos proteger nossas famílias.

Explicação

Josué nasceu no Egito, no tempo da escravidão. Seu nome significa “Javé é salvação”. Ele serviu como atendente pessoal de Moisés, um tipo de escudeiro ou secretário. Foi o representante da tribo de Efraim, que com outros 11 espias percorreram a terra de Canaã, e com Calebe, se opôs ao relatório derrotista da maioria que não queria conquistar a terra (Nm 14:6-9). Antes de morte de Moises, Josué foi comissionado como seu sucessor (Nm 27:18-23), e foi ele mesmo quem conduziu o povo na conquista de Canaã. Suas qualidades marcantes foram: fé, coragem, obediência e devoção à Lei de Deus. No texto lido, ele está no fim de sua vida, e então, antes de morrer teve o cuidado de reunir os filhos de Israel e dizer todas as palavras contidas a partir do capítulo 22. São instruções finais ao povo de Deus, de um homem que O serviu e O amou até o final de sua caminhada. 

Argumentação

É este homem, Josué, nosso irmão, que disse a tão famosa frase que a maioria de nós já decorou: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Nota-se aqui a preocupação dele com respeito ao futuro de Israel quando disse essas palavras tão significativas. Observe que na visão de Josué o povo precisava decidir-se quanto a quem iriam servir e devotar suas vidas, se ao Senhor ou aos deuses. E independente da decisão de cada família ali reunida, Josué posicionou-se com seriedade e em atitude de fé. A segurança dele denota que sua casa (família) era tal qual ele era, em seu lar não havia rebeldia, mas submissão a Deus. A instrução que Josué deu naquele dia, da parte de Deus, deve ser observada também por cada um de nós e nossas respectivas famílias. É nessas instruções que iremos nos deter, no sentido de entendermos o que moveu Josué a tomar essa atitude corajosa, imitando-o podermos também dizer: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Essas instruções estão contidas no vs.15.

1 – Temer ao Senhor 
“Agora, pois, temei ao SENHOR”

Josué tomou essa resolução sábia porque temia ao Senhor. O povo não temia ao Senhor, o que levou Josué a exortá-los a temerem a Deus (vs.14a).

Você sabe o que é temer ao Senhor? Muitos há que dizem que temer ao Senhor não é o mesmo que sentir medo. Vejamos o que significa a palavra “temor”, segundo o Dicionário Priberam: Medo, receio; sentimento respeitoso. Portanto, temer a Deus é sentir medo dEle sim! Mas não é como sentimos medo da altura, é um medo respeitoso, pois sabemos que Ele é fogo consumidor, mas também é amoroso (Hb 12:29). Moisés quando viu a sarça ardente temeu e se prostrou. Temer a Deus não é sair correndo de medo, mas submeter-se a Ele sabendo que Ele é o único que pode nos salvar, que Ele nos ama, mas que detesta o pecado. O temos do Senhor é fundamental.

O temor ao Senhor gera em nós:
- submissão sincera;
- obediência e observância aos Seus mandamentos;
- respeito à Ele, à Sua Palavra, à Sua casa, ao Seu nome;
- uma vida de mais oração e compromisso com Ele.

Na família, o temor ao Senhor levará:
- os filhos a honrarem mais seus pais, e os pais a amarem mais seus filhos;
- a um tipo de comunicação que não gere mal testemunho dentro e fora de casa;
- a uma vida de respeito a Deus, mesmo com nossa segurança e privacidade.
- a pedir e a dar perdão, ainda que sejam setenta vezes sete.

O temor do Senhor nos leva a buscar sabedoria, pois este é o seu princípio (Pv 1:7).

2 – Servir ao Senhor
“servi-O com integridade e com fidelidade”

A segunda grande razão que levou Josué a tomar tal resolução é o próprio serviço, e todos que desejam servir ao Senhor precisam resolver isso dentro de seus próprios corações. O povo de Deus não estava servindo ao Senhor, e você, serve ao Senhor? Isso para o crente é natural, pois somos servos do Senhor, e o servo serve.

O serviço cristão é essencial na vida de todos aqueles que professam fé em Deus. Dizer que se crê em Deus e não servi-Lo é uma grandiosa prova de que tal pessoal não tem entendimento, é a tal “fé sem razão”, sem entendimento. Fomos chamados para servir a Deus, e o serviço é a grande marca do cristão. O serviço também é sinal de temor ao Senhor, aquele que verdadeiramente ama e teme ao Senhor não se exclui de suas obrigações. 

Servir ao Senhor não é tão difícil assim, mas também não é fácil, pois temos contra nós a nossa natureza humana que é preguiçosa e comodista, o mundo que trabalha contra as coisas de Deus, e ainda temos o diabo, nosso adversário que sempre tenta nos afastar da vontade de Deus.

Servir ao Senhor é ação, mas não é ativismo. É diferente daquilo que se faz em um emprego, por exemplo, ou em casa, por mera obrigação. Em tudo que fizermos devemos fazer como que para o Senhor, ou seja, com amor e em verdade. Isso é servir ao Senhor, e aplica-se às nossas atividades na Igreja e fora dela.

O povo de Deus não O servia do modo correto. No próprio texto nos diz como devemos servir ao Senhor: com integridade e fidelidade (vs.14).

2.1 – Servir ao Senhor com integridade

Integridade é a qualidade do íntegro; íntegro é aquele “que tem comportamento exemplar, honrado”. Ser íntegro é ter um bom testemunho diante dos homens, e para isso nem precisa ser crente, basta vermos quantas pessoas tem uma vida íntegra, dão um bom testemunho, mas não são crentes. Pior são aqueles que se dizem crentes e que dão um mal testemunho, razão pela qual os crentes estão em descrédito perante a sociedade. Falta de integridade é falta de caráter. No nosso contexto, trata-se do caráter cristão, pois uma série de coisas que para o mundo “não tem nada a ver”, sendo contrárias à vontade de Deus, devem ser abandonadas.

2.2 – Servir ao Senhor com fidelidade

Isso é servir a Deus observando Seus mandamentos e Suas Leis, de verdade, não só de aparência, é necessário que O sirvamos de todo o nosso coração. A fidelidade ao Senhor nos remete diretamente à espiritualidade, não só na integridade diante dos homens, mas na observância de Seus mandamentos, obedecê-Lo observando Seus mandamentos. A palavra fidelidade tem uma conotação direta com a lealdade à fé que se tem, ou seja, ao Deus a quem servimos. Então servir com fidelidade é servir com fé, com a real espiritualidade que é marcada pela obediência de coração. Isso nos leva a observar em detalhes certos tipos de comportamento que desenvolvemos com o passar do tempo e que a Bíblia condena. Se assim agirmos estaremos sendo infiéis. Só essa afirmação pode parecer muito radical, mas observando a Bíblia conhecemos o caráter de um Deus radical. Guardemos as devidas proporções, obviamente, mas sirvamos ao Senhor com toda fidelidade.

2.3 – Servir ao Senhor com alegria

Essa também é uma ordenança bíblica.
“Servi ao SENHOR com alegria” Sl 100:2a. 

Deus não se agrada se o servirmos com coração amarrado, de cara feia, brigando e tristes. A alegria caracteriza o prazer, e servir ao Senhor é prazer do servo de Deus. Se a nossa alegria não está em servir ao Senhor, precisamos reavaliar nossa fé.

Em Deuteronômio 28:47 existe o alerta de uma maldição para aqueles que não O servissem com alegria. Lógico que naquele contexto, mas fica o alerta para nós.
“Porquanto não serviste ao SENHOR, teu Deus, com alegria e bondade de coração, não obstante a abundância de tudo.” 

Assim, precisamos entender que a alegria do crente deve estar no Senhor, em agradar ao Senhor, em fazer a Sua vontade.

“Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração.” Salmos 37:4.

O serviço cristão é tão essencial que o próprio Cristo sendo Rei Se fez Servo. Se nós somos Seus servos devemos servir a Deus e uns aos outros, como Ele o fez.
“Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” Marcos 10:45.

3 – Santificação ao Senhor
“[...] deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR.” Js 24:15b.

Existe ainda uma terceira razão que levou Josué a tomar essa resolução corajosa: ele era um homem santo. Santo = separado para Deus.

Essa era (e é) a vontade do Senhor, orientando seu povo à consagração, sem o que jamais poderá dizer: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. 

Deve-se notar o que diz o vs. 18:

“O SENHOR expulsou de diante de nós todas estas gentes, até o amorreu, morador da terra; portanto, nós também serviremos ao SENHOR, pois Ele é o nosso Deus.”

O Senhor já os tinha libertado desses povos, no entanto eles mesmos estavam servindo a deuses falsos, mesmo após terem sido libertos no passado, e terem uma herança histórica de bênçãos e maravilhas. 

Isso nos ensina muito! Todos precisam saber do valor da santificação, e que sem ela não podemos agradar ao Senhor. No entanto esse é o nosso dilema, a nossa luta, nosso desafio: deitar fora os “deuses” estranhos. Esses deuses podem ser interpretados e entendidos, em uma aplicação aos nossos dias e contexto, de diversas maneiras. Por exemplo: certos tipos de diversões, alguns filmes e músicas que não agradam a Deus, que desonram a Deus (como alguém pode ser crente e gostar de funk? Essa “música” que apregoa o crime, as drogas e a prostituição, não pode ser algo de que os crentes gostam, pois é abominável a Deus); certos tipos de  costumes e manias; vícios, inclusive os de linguagem (a boca fala do que está cheio o coração); palavreado não condizente com a ética cristã; certas amizades; certos ambientes que se frequenta; negócios espúrios; etc. São tantas coisas que podem ocupar o lugar mencionado no texto pela palavra “deuses”. Podemos resumir entendendo que se algo ocupa o lugar de Deus em nossas vidas pode ser visto como um tipo de idolatria (deuses). Qualquer coisa que esteja acima de Deus em nossa escala de valores e importância, torna-se idolatria, porque Deus deve estar acima de tudo e de todos em nossas vidas. NEM NOSSA FAMÍLIA – MARIDO, ESPOSA E FILHOS – DEVE OCUPAR O LUGAR QUE PERTENCE SOMENTE AO SENHOR. Seria isso possível? Claro que sim!!!

Assim, nós mesmos com nosso ego poderemos ocupar essa posição, caso não nos submetermos à vontade e aos valores estabelecidos por Deus. “Deitar fora os deuses” pode significar para muitos: jogue fora seu egoísmo, seu orgulho, sua falta de humildade, sua arrogância e prepotência, sua falta de amor e simplicidade. 

No lar, podemos aplicar o texto citado pensando nas relações existentes entre maridos e esposas, pais e filhos. Quantos e quantos lares estão sendo destruídos porque ninguém quer ser igual a Jesus no lar, preferem ser parecidos com o cara ou a mulher da novela. Jesus estabeleceu o amor e a humildade como princípio básico das relações. Ele mesmo deu Sua vida em nosso resgate, como maior prova de amor e disposição para servir. Se Ele, sendo o próprio Deus, fez isso, como podemos dizer: “não perdôo”? Como podemos negligenciar o valor do amor, do perdão e da humildade? Quem dita as normas em nossos lares: o Deus do amor, ou os “deuses” do egoísmo, individualismo, orgulho e desamor? 

Então entendemos que é necessário deitarmos fora velhos costumes, manias, e modos de ser e se comportar, a começar dentro de nossas próprias casas. Quanto tempo faz que não dizemos para nossos filhos e cônjuges o quanto os amamos? Ou que eles são muito importantes para nós? Temos tido o costume de pedir perdão? Ou achamos que não precisa? Deitemos fora estes velhos conhecidos e destruidores “deuses” para que também possamos dizer como Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”.

Conclusão

Josué conclui seu discurso colocando o povo diante de uma decisão:
“Escolhei hoje a quem sirvais” (vs. 15).

É necessário que tomemos certas decisões na nossa vida. Não podemos jamais tentar colocar em Deus a responsabilidade que cabe a nós. Cremos na soberania do Senhor nosso Deus, no entanto isso não nos tira da posição de servos. Temos o dever de agir de conformidade com a vontade dEle. 

Essa minha afirmativa é em resposta ao posicionamento extremista de alguns que dizem: “eu não mudo porque Deus não quer, porque se Deus quiser, ninguém poderá detê-Lo”. A vontade de Deus está revelada na Bíblia, e todo aquele que foi lavado pelo sangue de Jesus tem condições de obedecer, pois o Espírito Santo nos selou e nos capacita a seguirmos aos mandamentos do Senhor.

Que possamos, como servos, fazer todo o possível, obtendo pela graça de Deus as mudanças necessárias em nosso temperamento, personalidade e caráter, para que possamos dizer como Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”.

Material de apoio: 
BEG – Bíblia de Estudo de Genebra; 
PEG – Pequena Enciclopédia Bíblica.

PSVS

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