PRINCÍPIOS DE HERMENÊUTICA


Hermenêutica é a arte da interpretação bíblica. Interpretar a Bíblia é entender o que aquele texto está dizendo de fato. Hoje mais que nunca faz-se necessária uma boa hermenêutica, devido ao grande número de seitas e movimentos heréticos que tem surgido no vácuo da hermenêutica, ou seja, onde não há uma interpretação bíblica correta surgem as heresias, e toda heresia é originada na má interpretação bíblica. A má interpretação bíblica faz surgir todo tipo de erro doutrinário.

Alguns exemplos atuais de seitas e movimentos heréticos:
- catolicismo, testemunhas de jeová, adventismo, ccb, universal, mundial, internacional, arminianismo de um modo geral, pentecostalismo e neo-pentecostalismo, etc, etc, etc.

Para que se faça uma boa hermenêutica são necessários alguns requisitos básicos a serem observados:
- Uma boa tradução do texto sagrado que se chama exegese. Lembrar da história da igreja onde o romanismo perseguiu arduamente os tradutores da Bíblia Sagrada, e os testemunha de jeová que literalmente mudaram vários textos para justificar suas heresias.
- O contexto próximo – no livro.
- O contexto remoto – na Bíblia em geral.
- O contexto histórico – o que significou naquela época.
- Jamais interpretar um texto isoladamente.
- Discernir os textos literais dos textos figurados.

Alguns exemplo de textos que mal interpretados geraram heresias:

Mateus 16:13-18
- o romanismo afirma que Pedro é a pedra mencionada por Cristo e que portanto ele foi o primeiro papa, no entanto vemos no texto que a pedra é Cristo e não Pedro. “Esta pedra” que Jesus diz refere-se à afirmação anterior de Pedro no vs. 16. Pedro = petros; pedra: petra.

Mateus 26:26-29 - o romanismo afirma que no momento da eucaristia (sacramento) a hóstia (veja que já praticam uma heresia substituindo o pão) torna-se carne e o fruto da videira (no caso em questão somente o padre toma o cálice, outra heresia) torna-se o sangue de Cristo. Essa é a doutrina da transubstanciação.

Marcos 16:17,18 - o pentecostalismo afirma que estes sinais são para os dias de hoje, mas a pergunta que se faz é: os sinais ocorreriam em quais circunstâncias? Nota-se a ausência da palavra “sempre”; por exemplo: Deus não retirou o espinho de Paulo (2 Co 12:7-9), e deduzir que ele não tinha fé seria um erro hermenêutico gravíssimo. Quanto a falar novas línguas (o texto não diz “dom”) há que se notar os contexto bíblico remoto e histórico. Quanto a pegar em serpentes e as coisas envenenadas, há diversas interpretações, a mais coerente é que há uma proteção divina para o povo de Deus, isso é inquestionável, no entanto, em quais circunstâncias isso ocorreria? Lembrar do morticínio que houve na igreja e de Gl 6:7. Cremos que estes que Jesus menciona são em especial os 12 apóstolos, isso não significa que Deus não faça milagres hoje, pois Ele é soberano e age como quer e quando quer, mas seria muita pretensão de nossa parte dizer que somos iguais em poder e unção àqueles 12 homens que o próprio Senhor Jesus escolheu, discipulou e capacitou.

Mateus 17:15-18 - o pentecostalismo afirma que todo epilético tem demônio.

Gênesis 9:4 - os TJs afirma que a “alma” está no sangue, daí não permitem a transfusão de sangue, porém o texto fala da vida e não alma.

João 9:6 - porque Jesus cuspiu e fez lodo para curar este cego já surgiu a “igreja do cuspe santo” e existem verdadeiros “lobos” que estão cuspindo nas pessoas dizendo que as estão curando e abençoando.

Marcos 2:18-22 - o neo-pentecostalismo afirma que o vinho aqui mencionado trata do Espírito Santo, mas observando o contexto próximo notamos que Jesus está falando acerca do jejum. Conforme Lc 18:12 vemos que fariseus jejuavam pelo menos 2 vezes por semana (mas eles eram exibicionistas). Quanto aos discípulos de João certamente jejuavam devido a sua mensagem era de arrependimento, conforme Mt 3:11. A mensagem de Jesus incluía o arrependimento, mas Ele não insistiu na prática do jejum. No entanto cremos que Ele próprio jejuava (Mt 4:1-11; 17:14-21). Mas ensinou que quando praticado deverá ser feito em contrição e não com ostentação, por mero exibicionismo (Mateus 6:16-18). Desde os tempos antigos no VT, vemos que o jejum pode tornar-se vazio e inócuo Is 58:3,4. A igreja do NT não jejuava como um ritual prescrito (lei) embora houvessem jejuns ocasionais At 13:2-3; 14:23.
“Odres eram feitos de couro de cabra e usados como recipientes para líquidos. Se fossem enchidos com vinho novo, odres velhos perderiam sua elasticidade e estourariam quando o vinho fermentasse.A lição é que o novo ensino da graça de Cristo não poderia ser contido dentro das velhas formas da lei judaica. (João 1:17).” (ABA). “O vinho novo continua a fermentar, e faz aumentar a pressão, o que acaba fazendo o odre velho romper-se. Os velhos padrões do jejum são inadequados para a plenitude do reino que (em Jesus) acabara de chegar.” (BEG).
Quanto à interpretação do neo-pentecostalismo, passou muito longe do texto.
Na verdade muitos ensinam o texto fora de seu contexto por mero pretexto.

Material de apoio:
ABA - A BÍBLIA ANOTADA - Editôra Mundo Cristão.
BEG - BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA - Sociedade Bíblica do Brasil.

IPB de Porecatu / PR - 15/02/2009
Escola Dominical jovens e adultos.

S.D.G.

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