PÁSCOA - AS MÃOS E OS CRAVOS

Por: Rev. Ivan Pereira Guedes

A frase acima deve nos levar a uma reflexão profunda sobre os acontecimentos que são registrados nos Evangelhos sobre a última semana do Ministério de Jesus.

Em todo o tempo de Seu Ministério Jesus sabia que o encerramento seria no Calvário. Seguindo a narrativa proposta por Marcos percebemos que todo o esforço de satanás foi de impedir ou ao menos desviar Jesus da Cruz.

Logo após se deixar batizar por João, às margens do rio Jordão, Jesus é impelido para o deserto pelo Espírito Santo, e ao final de um tempo de jejum e oração ele foi tentado por satanás, e ainda que aparentemente o teor das tentações nada tenha a ver com a Cruz, o objetivo era tentar fazer com que Jesus assumisse a Sua própria agenda e abandone a agenda do Pai que incluía a morte na Cruz.

Ao final de Seu primeiro dia intenso de Ministério, na cidade de Cafarnaum, no dia seguinte Jesus tomou tempo para orar logo bem cedo. Pedro, ainda chamado de Simão, fazendo-se porta-voz dos discípulos e da multidão, encontrando-O tentou demovê-Lo de continuar em Sua trajetória sacrificial e propôs que Jesus permanecesse na cidade e fizesse dela a base fixa de Seu Ministério. Mas Ele resistiu e impôs o Seu propósito original indo a outros lugares.

Quando começou a Sua última subida para Jerusalém, comunicou aos discípulos que o desfecho final seria a Sua morte. Imediatamente Pedro, novamente como representante dos demais, insistiu veementemente com Jesus para que Ele não deixasse que isto acontecesse em hipótese alguma, mas na resposta dEle ficou claro que Seu compromisso era com a vontade do Pai e não com a vontade humana.

Já no final, algumas poucas horas antes de ser traído e preso, ainda no jardim do Getsêmani, Jesus alertou pela última vez Seus discípulos de que o abandonaram diante da pressão dos acontecimentos que estavam por vir, e mais uma vez Pedro assumiu seu papel de porta-voz, e com o apoio de seus colegas declarou que jamais O deixariam. Em momento algum Jesus Se entusiasmou com esta declaração de fé e a triste realidade provou que a fragilidade deles era muito maior do que qualquer fé que pudessem ter.

Nestes rápidos apanhados de alguns momentos do Ministério de Jesus, podemos perceber com toda clareza que a Cruz não foi jamais um acidente inesperado ou uma triste fatalidade na vida dEle. Ao contrário, em todo o tempo Jesus sabia que enfrentaria a Cruz com todas as suas terríveis conseqüências de dor, sofrimento e morte.

Jesus sabia que Suas mãos, que trouxeram e modelaram o Universo; as Suas mãos que foram fonte de inesgotáveis milagres e prodígios; Suas mãos que acariciaram e abençoaram as criancinhas, as viúvas e todas aquelas pessoas que abandonadas e alienadas pela sociedade e foram acolhidas por elas; estas mesmas mãos seriam perfuradas de forma cruenta pelos insensíveis cravos!

O Rev. Ivan é pastor da IPB de Vicente de Carvalho - Guarujá / SP, e autor do blog Reflexão Bíblica.

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