AS SETE PALAVRAS DA CRUZ DE CRISTO - 7ª PALAVRA

AS SETE PALAVRAS DA CRUZ DE CRISTO - 7ª PALAVRA
“PAI, NAS TUAS MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO.”


IPB de Porecatu / PR
Culto vespertino especial da paixão de Cristo 10.04.09

TEXTO BÍBLICO – Lucas 23:46
“E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o Meu Espírito. E, havendo dito isto, expirou.”

INTRODUÇÃO / EXÓRDIO
Existe um dito popular que diz que a “morte é a única certeza de quem está vivo.” Certamente um dia todos nós vamos ter que passar pela morte, exceto os que estiverem vivos quando Jesus retornar para buscar a Sua Igreja. Enquanto para muitos a morte é um mistério e gera todo tipo de medo e apreensão, para o crente a nossa morte será a nossa entrega final nos braços do Pai eterno e o nosso encontro com o Senhor Jesus e com todos que fazem parte do povo de Deus que já partiram e reinam com Ele.

Qual é a nossa disposição para o enfrentamento da nossa morte?
- Jó falando sobre a morte disse: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus.” Jó 19:25,26.
- O apóstolo Paulo dizia que deixando para trás as coisas que para trás ficavam, prosseguia pra o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3:13,14).
- Em outra parte ele também diz que sabia em quem ele acreditava, Jesus, e que Ele era poderoso para guardar o seu tesouro até o dia final (2 Tm 1:12).

Infinitamente mais elevado do que Jó ou Paulo, o Senhor Jesus em Seu momento final, no seu último suspiro de vida, deu-nos Seu exemplo entregando-Se com segurança e fé nas mãos de Deus Pai, dizendo: “Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu Espírito.”

EXPLICAÇÃO
Esta é a palavra final, a sétima palavra de Jesus na cruz. Relembrando:
1ª palavra - “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”
2ª palavra - “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”
3ª palavra - “Mulher, eis aí o teu filho” ... “Eis aí tua mãe”
4ª palavra - “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
5ª palavra - “Tenho sede”
6ª palavra - “Está consumado”
7ª palavra - “Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu Espírito.”

ARGUMENTAÇÃO / DIVISÕES
O que aconteceu quando o Senhor Jesus entregou-Se nas mãos do Pai eterno, em Sua morte?

1 – O Seu corpo morreu, mas Seu Espírito permaneceu intocado na morte.
É importante lembrar que Jesus morreu em Seu corpo na cruz, mas o Seu Espírito não morreu. Aliás, NENHUM ESPÍRITO MORRE, o sentido de morte espiritual não é a aniquilação total deste, mas a separação eterna entre esse tal espírito e a graça do Deus eterno. Quando Jesus entregou o seu Espírito nas mãos do Pai, Ele sabia que o Pai cuidaria perfeitamente dEle. Que segurança tem o crente. Pois estamos seguros e entregues nas mãos de nosso Pai eterno!

Quando Jesus disse essa palavra, o preço dos pecados do povo de Deus já havia sido pago, o sacrifício fora consumado, e agora Ele poderia descansar de todo o Seu esforço e toda a Sua obra, entregando-Se às mãos do Pai, que sabe e pode todas as coisas. Qual é a nossa disposição para o enfrentamento da nossa morte? Jesus nos deu o Seu exemplo ao entregar-se nas mãos do Pai celestial com tanta paz e segurança. E Ele não entregou-Se somente na hora da morte, mas em toda a sua existência. Assim também nós devemos nos entregar totalmente a Deus, em toda a nossa existência, cientes de que quando a hora da nossa morte chegar, nosso espírito que já está nas mãos do Pai celeste, irá habitar com Ele eternamente. Que diferença entre a morte do crente que tem convicção de sua salvação eterna, e a morte do ímpio que não sabe para onde vai, e que vive debaixo do estigma da morte eterna no inferno.

2 – Mesmo na morte Ele continuou a Sua obra
O que aconteceu durante o período de tempo entre a morte e a ressurreição de Jesus não nos é revelado com riqueza de detalhes, mas o texto de 1 Pedro 3:18-20 e 4:6 se por um lado não nos esclarece profundamente, por outro lado nos revela algo extremamente interessante.

“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o Justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água...” 1 Pedro 3:18-20.
“Porque por isto foi pregado o Evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito...” 1 Pedro 4:6.

A idéia desse texto é que no breve espaço de tempo entre a Sua morte e ressurreição, Jesus anunciou a Sua vitória aos espíritos dos perversos contemporâneos de Noé que estão confinados no reino dos mortos. Uma idéia semelhante é que Cristo proclamou a Sua vitória aos anjos caídos em seu lugar de confinamento. (BEG).

Como se nota essa é uma revelação envolva em muitos mistérios, mas à luz de Cl 2:14 sabemos que em sua morte na cruz Jesus desarmou os principados e potestades (despojar = desarmar).
“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.”

Também temos em Ap 1:17,18 outra confirmação dessa vitória e supremacia de Jesus sobre a morte e o inferno:
“E eu, quando (O) vi, caí a seus pés como morto; e Ele pôs sobre mim a Sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último; e aquEle que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos. E tenho as chaves da morte e do inferno.”

3 – Ele estabeleceu a Sua vitória sobre a morte na RESSURREIÇÃO
Jesus precisava vencer a morte, a morte era o último inimigo a ser vencido:
“Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.” 1 Coríntios 15:26.

Para vencer a morte Jesus precisava passar por ela primeiro. Por isso, era necessário que Ele morresse primeiro para depois ressuscitar. Foi exatamente isso que Ele fez morrendo na cruz. Agora, na morte Ele pôde vencer a própria morte, pois ao terceiro dia Ele ressuscitou, vencendo assim a morte.

“Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso SENHOR Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” 1 Co 15:54b-58.

E naquela manhã de domingo, em Marcos 16, quando Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé foram levar aromas para embalsamar o corpo de Jesus, elas tiveram uma grande surpresa. Glórias ao nome do Senhor, a pedra havia sido removida, o corpo do Senhor Jesus não estava mais ali, pois Ele já tinha ressuscitado, Ele venceu a morte!

4 – Ele confirmou que o Seu retorno é seguro e iminente
Quando Jesus morreu, entregando-se nas mãos do Pai celestial, Ele estava completando a parte da Sua grandiosa obra o que poderíamos chamar de “primeira fase”, em que Ele veio como “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” Era necessário que Ele assim procedesse entregando-se para pagar o preço dos nossos pecados. Mas a Bíblia Sagrada nos revela que existe uma “segunda fase” quando Ele retornará como o Leão da tribo de Judá, no dia em que Ele voltará para julgar os vivos e os mortos, “julgará o mundo com justiça e os povos com equidade.” (Sl 98:9).

Ele não poderia um dia retornar numa “segunda fase” de Sua obra, se antes não completasse a “primeira fase” dessa grandiosa obra. Ele mesmo já havia predito o Seu iminente retorno em glória quando em João 14:1-3 disse aos discípulos:
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também.”

Aguardamos ansiosamente a volta do Senhor Jesus, quando Ele virá com majestade e glória para nos buscar, e todo olho o verá.

“27 Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.” Mateus 24:27.

CONCLUSÃO
Existe uma relação direta entre o que aconteceu com Jesus em Sua morte, e o que acontece na morte do crente.

- Em primeiro lugar porque Deus é o dono do espírito do crente tanto na vida como na morte. Portanto após a nossa morte o nosso espírito não ficará em nenhum outro lugar senão nas mãos do Pai eterno.
- Em segundo lugar porque após a sua morte o crente não ficará em algum tipo de entorpecimento espiritual, ou sono da morte, mas estaremos com o Senhor na Sua glória celestial.
- Em terceiro lugar porque assim como Ele ressuscitou, o corpo mortal do crente ressuscitará, e na semelhança da Sua ressurreição seremos glorificados.
- E em quarto e último lugar, porque Ele foi preparar um lugar de habitação eterna para o crente, lugar esse que aguardamos ansiosamente conhecer e habitar. Ali estaremos para sempre com o Senhor e com todos os santos de Deus ETERNAMENTE.

Que possamos viver à sombra dessas grandes bênçãos que o Senhor Jesus conquistou por nós na cruz em Sua morte e ressurreição.

S.D.G.

Material de apoio:
ABA – A Bíblia Anotada
BEG – Bíblia de Estudo de Genebra
PEB – Pequena Enciclopédia Bíblica.

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