O TESTEMUNHO DE UMA MENINA

O TESTEMUNHO DE UMA MENINA

IPB de Porecatu / PR
Culto vespertino - 08.03.09

TEXTO BÁSICO – 2 REIS 5:1-14
VS. 1-3
1 E Naamã, capitão do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor, e de muito respeito; porque por ele o SENHOR dera livramento aos sírios; e era este homem herói valoroso, porém leproso.
2 E saíram tropas da Síria, da terra de Israel, e levaram presa uma menina que ficou ao serviço da mulher de Naamã.
3 E disse esta à sua senhora: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra.

EXÓRDIO
OS HERÓIS ANÔNIMOS – a palavra “herói” nos traz diversas sugestões à mente: os bombeiros que salvam vidas das chamas de um incêndio, os personagens de filmes de aventura, aqueles que se sacrificam nas frentes de batalha para garantir a paz da nação, etc. O texto lido nos diz que Naamã era um herói de guerra. Os heróis são pessoas que realizam grandes feitos, e nesse sentido os nossos pais são nossos heróis, por exemplo. No texto lido encontramos uma heroína anônima, uma simples menina da casa de Israel, que por suas ações e palavras tem muito a nos ensinar. O que fez diferença na vida de Naamã foi “O TESTEMUNHO DE UMA MENINA.”

EXPLICAÇÃO
“O Segundo Livro dos Reis descreve o declínio e o cativeiro tanto de Israel quanto de Judá. Israel suportou uma sucessão de maus reis durante 130 anos, até o cativeiro assírio. A história de Judá, culminando com o cativeiro babilônico é contada em poucos detalhes. O livro também registra o ministério de Eliseu, marcado por diversos milagres. Passagens bem conhecidas incluem a ressurreição do filho da sunamita (cap. 4), a cura de Naamã, o general siro leproso (cap. 5), a morte de Jezabel (cap. 9), e os reavivamentos da fé nos reinados de Ezequias (cap. 18) e Josias (cap. 23). Durante esse período Amós e Oséias profetizaram em Israel, enquanto Obadias, Joel, Isaías, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias e Jeremias ministraram em Judá.” A Bíblia Anotada – Introdução ao Segundo Livro dos Reis.

ARGUMENTAÇÃO
O texto lido (vs. 1) nos apresenta a história de Naamã, comandante do exército do rei da Síria, que era grande diante de seu senhor e de muito conceito, um herói de guerra. Porém, Naamã era leproso. Ou seja, ele que era um vencedor estava sendo vencido pela hanseníase, ou doença da lepra. (“Lepra: o mesmo que morféia. Infecção crônica do organismo produzida por um bacilo específico, chamado bacilo de hansen.” – Pequena Enciclopédia Bíblica). E a lepra era uma enfermidade incurável, isso significa que Naamã estava condenado à morte. O herói de guerra estava morrendo, debaixo de toda aquela armadura que lhe dava a aparência invencibilidade, tantos elogios e tanta glória, existia um homem derrotado.

Mas no vs. 2 surge a nossa personagem, nossa heroína anônima. Ela é uma menina que fora levada cativa, isto é prisioneira, escrava, da casa de Israel. Uma personagem tão sem importância que sequer seu nome é mencionado. Mas ela, mesmo sendo uma pequena escrava, mostrou ser possuidora de uma fé, uma atitude e um amor que a tornaram exemplar para todos nós. E é sobre ela que iremos falar nessa noite. O que ela tinha que fez dela uma personagem tão significativa na Bíblia Sagrada?

1 – ELA CREU EM DEUS.
Tente por alguns instantes se colocar no lugar dessa menina. Ela fora levada prisioneira para um outro país. Agora como escrava ela era tratada como um animal, alguém que não tinha valor algum. Até a sua dignidade estava nas mãos daqueles homens, eles poderiam até humilhá-la se quisessem, uma vez que ela não valia nada para eles. Aliás, essa era e é uma prática comum em todas as guerras, até aos dias de hoje: as mulheres são violentadas e mortas com freqüência. Essa moça fora arrancada de dentro de sua casa, separada de sua família. Seus pais, irmãos, parentes e amigos talvez fossem escravos e muitos deles certamente haviam sido mortos. Ela talvez jamais iria vê-los de novo Olhando apenas com os olhos da carne, ela estava numa situação um tanto caótica, sem perspectiva de melhora em sua vida, aliás a sua vida estava por um fio. A qualquer momento a sua vida poderia ser-lhe tirada. E mesmo assim, ELA CREU EM DEUS! Ela era uma moça crente de verdade! Ela acreditou que Deus poderia curar Naamã, este mesmo Deus que permitira que ela estivesse naquela situação.

Certamente ela era conhecedora da história dos patriarcas da fé: Abraão, Isaque e Jacó. Ela sabia que o nosso Deus é um Deus que prova a fé de Seus filhos e que faz grandes maravilhas. Ela sabia que Deus é soberano para fazer e desfazer, dar e tomar de volta, fazer rir e chorar, e que isso não denigre a Sua pessoa, mas eleva, exalta e glorifica o Seu ser. Quem é deus como o nosso Deus?

Certamente ela conhecia uma das histórias mais contadas e repetidas em Israel é a história do PAI DA FÉ – ABRAÃO. Todo o povo de Deus sabia essa história em que Deus pediu a ele o seu bem mais precioso: o seu único filho (Gn 22). A lição aprendida ali é que Deus pode dar e tomar de volta, Deus pode prova a nossa fé do modo que Ele desejar. Ao crer, essa menina fez como fez Abraão demonstrando OBEDIÊNCIA. E em Gálatas 3:6 a Palavra nos diz:
“...Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.”

Você já pensou se ela ao invés de crer tivesse começado a questionar e criticar a ação de Deus? “Senhor, por que o Senhor permitiu isso? Por quê?” Não é o que fazemos com freqüência quando as coisas não vão bem? Afinal vivemos num país em que, para muitos, fé é sinônimo de prosperidade, fartura, saúde...
Não permita que a sua alma o engane, não permita que o seu coração te afaste de Deus. Não permita que o inimigo te enlace e te leve para longe do altíssimo. CREIA! OBEDEÇA!

2 – ELA FALOU DE DEUS.
Mas a terceira atitude dessa menina que nos chama a atenção e que coloca o seu testemunho em destaque, é que ELA FALOU DE DEUS. Ela poderia crer e ainda assim permanecer calada, mas ela não se calou diante daquela oportunidade. Ela falou de Deus para o seu próximo, ela testemunhou do poder de Deus naquela situação em que ela estava.

Ora, falar de Deus quando tudo vai bem conosco é relativamente fácil. Mas a verdadeira fé é quando falamos de Deus mesmo em meio às tribulações, com amor e um santo orgulho, uma dignidade e um prazer que o mundo não pode entender.

No livro de Jó encontramos essa atitude mesma atitude quando ele estava sofrendo dores terríveis, dores físicas e emocionais. Ele havia perdido tudo que possuía, inclusive os seus amados filhos, seu bens e sua saúde. Em um breve espaço de tempo Jó perdeu tudo e ficou coberto de chagas e feridas que cobriam seu corpo da planta dos pés até o alto da cabeça. Jó 2:7-10 lemos:
“Então saiu Satanás da presença do SENHOR, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó tomou um caco para se raspar com ele; e estava assentado no meio da cinza. Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.”
E em Jó 19:25 também lemos:
“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.”

Semelhante a Jó ela não blasfemou, mas glorificou o nome de Deus. Ao falar para a sua senhora do profeta de Deus estava falando do próprio Deus para ela. Ela falou de um Deus que poderia fazer qualquer coisa, inclusive curar a lepra de Naamã.

Temos falado de Deus às pessoas? E o que temos falado de Deus às pessoas? Especialmente quando nos sobrevêm lutas e tribulações? Será que falamos como aquela menina que acreditava em Deus?

3 – ELA AMOU AO SEU PRÓXIMO.
Essa moça teria todos os motivos para não se preocupar com Naamã. Ele era seu inimigo e inimigo de seu povo, ela mesma fora levada como escrava para a Síria e, portanto poderia não se preocupar com o bem estar dele e poderia continuar se sentindo bem, afinal se ele morresse seria um inimigo a menos. Mas vemos nessa menina a atitude de quem ama, conf. lemos em Lv 19:18b:
“(...) amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.”

É importante notar que o livro de Levítico foi escrito a cerca de 1450 anos a.C., e essa menina certamente conhecia a Lei de Deus. Ao falar com a sua senhora conforme consta em 2 Rs 5:3 ela demonstrou amor ao seu próximo, mesmo sendo ele o seu maior rival e o seu maior inimigo.
“E disse esta à sua senhora: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra.”

Ao amar o seu próximo como a si mesma, ela cumpriu esse mandamento que Jesus classificou em Mt 22:39 como o segundo grande mandamento, semelhante ao primeiro. E o primeiro grande mandamento é
“...amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.” Mt 22:37).

Hoje somos desafiados a cumprir esse grande mandamento do amor. Essa é a ordem do Senhor: AMARÁS. Amar os parentes, irmãos, amigos crentes ou não crentes, amar até o nossos inimigos, pois o Senhor disse em Mt 5:44:
“Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.”

CONCLUSÃO
Naamã seguiu aquilo que a menina havia lhe dito, procurou o profeta Eliseu e Deus o curou daquela lepra. Mas esse já é um outro sermão.

Essa menina nos dá uma grande lição, não porque ela fosse melhor ou mais abençoada do que nós, mas porque teve atitude, agiu corretamente nos momentos mais difíceis de sua vida.

Ficam para nós as lições:
- Qual é o tipo de fé que temos tido em Deus?
- Estamos falando de Deus às pessoas?
- Amamos nosso próximo como a nós mesmos?

Qual é o tamanho do nosso problema? Seria ele maior do que Deus?
Qual é o tamanho do nosso Deus? Seria ele menor que o nosso problema?
Existe algum pecado que Deus não possa perdoar? Alguma corrente que Ele não possa quebrar? Alguma prisão que ele não possa rebentar.

Que neste dia, o Dia Internacional da Mulher, possamos aprender essas lições tão importantes com essa pequena menina, filha de Deus, que deixou um testemunho tão brilhante.

S.D.G.!!!

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